SEGUNDA TEMPORADA √

936 62 4
                                    

CAPÍTULO 10


  - A senhora me parece um tanto nervosa, aceita um café, água...

- Obrigado doutora a senhora é sempre boa comigo, tô com muito medo, ontem recebi isso. – a mulher tirou de sua bolsa uma folha de caderno escrito com letras de papel picotado “MORTE VOCÊ E SUA NETA” as mãos dela tremiam, ela chorava, meu deu um aperto tão grande, peguei o telefone e pedi pra trazerem água, logo à secretária entrou, Janaina tirou da bolsa o remédio da avó.

- Quero acabar com isso!

- Calma vó. – pediu a menina – Ontem ela passou mal, ficamos a noite toda no hospital, já disse pra não dá importância, só tão querendo nos assustar.

- Fiquei calma dona Lúcia.

A mulher só se acalmou 30 minutos depois.

- Se sente melhor?

- Sim doutora, perdoa essa pobre velha.

- Não tem o que perdoa, entendo sua angustia, mas não tem porque ter medo, os assassinos já estão presos. – segurei sua mão queria passar confiança – E outra, felizmente já foi designado outro juiz pro caso, logo uma audiência será marcada, estamos fazendo o possível para que tudo se resolva, precisa confiar na justiça.

- Não é por mim que me preocupo, sou uma velha, agora minha neta é por ela que temo. Esse povo não vai nos deixar em paz.

- Entenda dona Lúcia, agora não tem mais nada a ver com os acusados, eles já estão pagando pelo crime brutal que cometeram, essa ação é contra o Estado, seu filho foi assassinado por policiais militares, sei que isso não vai lhe trazer ele de volta, mais vai melhorar sua condição de vida.

Minha conversa com dona Lúcia foi muito tensa, ela estava com muito medo devido às constantes ameaças que vinha sofrendo. A grande custo conseguir convencê-la a continuar com o processo; uma hora depois ela vai embora mais tranqüila. Confesso que fiquei um tanto apreensiva, por mais que não demonstrasse me sentia muito insegura com o andamento desse processo, Frederico entrou na sala minutos depois, ainda estava sentada na cadeira, pensando.

- Não foi nada fácil não é? – disse sentando-se ao meu lado.

- Ela está com muito medo, quiseram desistir. – disse desanimada.

- Amor você não pode se deixar abater por meia dúzia de ameaças, você é uma advogada criminal Larissa, essa não vai ser a primeira nem a última ao longo de sua carreira, a repercussão desse caso foi tamanha, não há só apenas policiais envolvidos, pessoas de um poder aquisitivo muito alto

– Frederico tirou seu óculos e me encarou nos olhos – Vamos ganhar essa causa por aquela senhora que perdeu seu filho de uma forma tão brutal – era impressionante a segurança que tinha, por mais complexo que fosse a causa, ele acreditava no sucesso – Continuam te ligando?

Essa pergunta era referente às inúmeras ligações que eu recebia assim quem fui designada para o caso, eram pequenas ameaças pra eu abandonar o caso.

Vocês devem esta se perguntando que danado de caso é esse?

Simples: Anos atrás um senhor humilde procurou nosso escritório para representá-lo, ele tinha sido preso injustamente por policiais militares que o confundiram com um seqüestrador. Lucio Almeida de Souza era um homem de 45 anos viúvo, pai de uma filha, morava com a mãe e a filha numa comunidade carente, chamada Parnamirim.

O trabalhador voltava pra casa depois de um logo dia de trabalho onde foi abordado por policiais militares que o revistaram depois o jogaram numa viatura, Sr. Lúcio foi agredido, açoitado como um animal até confessa o crime. Detido com a denuncia de ser um dos sequestradores da filha de um vereador da cidade, permaneceu preso por cerca de 10 dias.

•Cᴀᴍʀᴇɴ• √  ᴛʜᴇ Pʀᴏᴛɪᴛᴜᴛᴇ ᴅᴇ Lᴜxᴏ 2ᵗDonde viven las historias. Descúbrelo ahora