Capítulo 25

6.3K 519 34
                                    

Sinto como se minha mente fosse uma daquelas rodinhas de hamster que estivesse girando sem controle e que então para abruptamente.

Meu primeiro pensamento é que não pode ser verdade. Essa mulher parada na minha frente não pode ser a mãe que abandonou Nate quando ele era pequeno demais para sequer se lembrar de como ela era.

Mas então começo a perceber como seus olhos são tão parecidos com os de Nate e como seu rosto me lembra dele.

Não pode ser verdade!

— Mãe? De Nate? Você é a mãe de Nate? — Pergunto, completamente chocada e sem saber o que pensar, o que dizer ou o que fazer.

Será que eu devo lhe dar um sermão por sua negligência? Ou talvez eu deva simplesmente ignorá-la, afinal, apesar de semelhança essa mulher pode estar mentindo.

— Sei que é difícil de acreditar, mas sou eu.

— Mas...o que...o que você quer? Onde você esteve esse tempo todo? Como você...

— Eu sei que mil coisas devem estar se passando na sua cabeça agora. Eu gostaria muito que a gente pudesse conversar em algum lugar mais calmo.

— Você quer conversar? Comigo? E quanto ao Nate, ao seu filho?

— Eu quero vê-lo mais do que tudo e quero me explicar, mas se eu aparecer agora ele vai...

— Ele vai mandá-la para o inferno. — Termino seu raciocínio.

— Exatamente. Eu sei que você é importante para o meu filho, eu estive por perto esperando uma oportunidade de falar com ele e percebi o jeito que vocês se olham. Você não sabe como é bom ver que meu filho se saiu tão bem na vida e encontrou alguém que ele ama.

— Nem sempre foi assim. — Digo de forma sombria só de lembrar as coisas que Nate me contou.

O sorriso no rosto de Libby some.

— O que quer dizer? — Ela pergunta e eu tenho vontade de gritar:

Você tem mesmo que perguntar? Vai fingir que não sabe? Você deixou seu filho com um monstro e ele sofreu por anos por sua culpa!

Mas apesar da minha raiva e indignação, sei que não é o meu lugar dizer para ela tudo o que Nate passou. Esse é um segredo dele e que eu não posso revelar.

Nate confiou em mim quando me contou sobre sua infância e por mais que eu queira gritar com essa mulher e lhe dizer tudo o que ela fez o filho passar, fico quieta e não digo nada do que penso.

— Você terá que perguntar a Nate.

— Será que podemos conversar?

— Não sei se essa é uma boa ideia. Não sei como Nate reagiria se descobrisse que eu conversei com você.

— Por favor, eu sei que preciso me explicar para o meu filho, mas de alguma forma sinto que preciso me explicar para você também. Você deve achar que sou um monstro.

Bingo, penso.

— Por favor! — Ela pede mais uma vez.

— Tudo bem. — Digo, suspirando. — Podemos tomar um café. Vamos.

Libby e eu seguimos em silêncio até uma Starbucks próxima. Pedimos café e nos sentamos em uma mesa para duas pessoas.

— Estou realmente curiosa para escutar o que você tem a dizer, porque pra mim nada justifica abandonar um filho. — Digo e não posso evitar o julgamento em minha voz.

Amélia - Filhos da Paixão #1Where stories live. Discover now