A profecia

1 0 0
                                    


Eu deveria estar desesperado sendo arrastado para dentro do palácio, mas a verdade é que eu estava encantado com o que via alem dos muros, os jardins com as mais variadas flores e uma área de lazer para crianças, onde brincavam umas cinco  ou seis crianças alegremente, não que não brincássemos na nossa parte do reino, mas aquilo era realmente bonito, antes que o ângulo tirasse totalmente minha visão, pude ver a princesa me olhando da janela.

- Peguei esse plebeu espiando por sobre o muro, vossa excelência! – exclamou um dos guardas que me arrastou.

O rei não se encontrava na sala, somente a rainha com seu olhar impetuoso.

- Buscas algo em particular, garotinho? – questionou-me a rainha.

-ahm... não... eu... – gaguejei, agora ainda mais encantado com a beleza do interior do palácio, e também da rainha, se fosse uma competição, diria que ela só perderia para minha mãe.

A rainha se aproximou, suas unhas eram grandes e estavam pintadas de azul, um azul escuro que remete ao céu noturno.

- O gato comeu sua língua? Diga-me, o que procura dentro dos limites do palácio? – questionou a rainha, sua voz era mansa, mas ainda assim assustadora.

- Nada minha senhora, somente fui curioso – respondi

- Curioso a respeito de quê? Não há nada que lhe atraia os olhos por detrás dos muros, e acima dele nada de interessante há – questionou, mantendo seu ar com ímpeto.

- Não há nada em especifico minha senhora, apenas curiosidade – disse-lhe, cabisbaixo como havia sido orientado a agir quando falasse com um membro da realeza.

A rainha agora junto a mim, olhou em meus olhos e tocou meu colar.

- Que colar vistoso para um simples plebeu, és ladrão? – perguntou, parecendo bastante curiosa.

- Não senhora, minha mãe quem fez – respondi

- Diga-me, quem é sua mãe? – questionou-me a rainha - Tão talentosa ela é, contrata-la-ei para que me faça belas joias.

- Hercária é minha mãe, ela é curan... – fui interrompido antes que pudesse concluir.

- A famosa curandeira dos plebeus, esposa do mago protetor do leste, que belo presente tenho em minhas mãos – disse a rainha, como quem tenta deduzir algum mistério – levei-o para a masmorra, não o faça mal, mas quero que sua mão Hercária, venha até mim para que conversemos.

Os guardas que conduziram a masmorra do palácio, o lugar era realmente enorme, passamos por um corredor com um tapete dourado e nas paredes tinham quadros de toda a ramificação anterior da família dos Diones, estatuetas e armaduras de guerra decorava o ambiente, aquele não parecia nem de longe um corredor que nos desse medo, mas eu sabia que a ideia de masmorra não poderia ser boa, de toda forma, não resisti, sabia que não seria uma boa ideia, ainda no corredor notei sobre um jarro de tapa lisa um pergaminho e novamente, minha maldita curiosidade ataca.

- O que há no pergaminho? – perguntei a um dos guardas.

- Acha que pode fazer perguntas moleque? Cale-se e continue a andar – respondeu um dos guardas.

- Esse é o pergaminho da vidente, nele consta a profecia que ela informara ao rei – disse-me um dos guardas

Por que algo como isso estaria aqui? Não faz sentido, mas não vou perguntar, acho que já abusei demais da sorte – pensei

Fui levado a masmorra, imaginei uma sala minúscula de pedra com uma porta de aço espesso e somente uma janelinha em baixo por onde me dariam de comer, mas pra minha surpresa, era um quarto comum, sem grandes exuberâncias claro, mas tinha uma cama confortável (mais que a minha inclusive) e uma janela que dá para a parte posterior do palácio, que é uma grande zona de treinamento para dominadores da magia e guerreiros do reino.

Eu e os DeusesWhere stories live. Discover now