Morte

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    Meu pai ficara um tempo parado na porta de nossa casa, tentando não expressar o desespero, aproximou-se da princesa e pôs a mão em seus ombros.

- Ora, a que devo tão honrosa visita? – perguntou

- Vi lhes contar meu sonho e ver a senhora Hercária, que meu coração me ordenara – respondeu a princesa

Meu pai olhou para a minha mãe, naquele momento notei que havia algo a mais.

- Vou indo, antes que mamãe envie guardas reais na minha busca – disse a princesa

- Saiu de casa escondido minha pequena? – perguntou mamãe

- Não, mas prometi retornar antes que o sol desaparecesse no horizonte – respondeu

A princesa se retirou, despediu-se formalmente de todos, adentrou-se em sua carruagem e a observei partir. Naquele dia, meu pai foi o ultimo a jantar, mas ainda assim todos ficamos na mesa fazendo-lhe companhia, foi uma noite de um silencio assustador, mesmo Sarim ficara em silencio o que era completamente anormal. Ao fim de sua refeição, ainda bastante cedo, papai pediu que fossemos para nossos quartos, Sarim e Herma foram protestando muito, mas foram, eu apenas fui mas já ativando meu modo curioso, sabia que aconteceria alguma conversa ali.

Espreitei da porta do meu quarto e pude ouvir a conversa.

- A princesa... você sentiu? – perguntou meu pai

- Sim, pobre garota, que infortúnio ser filha de quem é – lamentou mamãe

Como assim, ela parece ter uma boa relação com o rei, seu pai – pensei

- Filha de Otá, deve ser perturbador, poderíamos ajuda-la, mas a rainha certamente impediria, ele deve receber algum treinamento convencional para controlar sua magia, o que é péssimo – disse mamãe com semblante triste

- Falando nisso, já está na hora de treinar Sanor, essa profecia... está para acontecer, ele precisa saber se defender – disse meu pai, preocupado.

- Ao amanhecer irei até Berhud, vamos revelar os dons das crianças e iniciaremos em segredo seu treinamento – disse mamãe

Fui para cama pensando naquilo, imaginava que eu e minhas irmãs tínhamos algumas habilidades uma vês que nossos pais são ambos manipuladores de magia, mas o temor deles e agora a princesa com essa tal de Otá, isso não me parecia bom, fui dormir realmente preocupado.

Ao amanhecer, o dia se repetia como de costume, papai saiu para trabalhar e mamãe se despediu indo falar com a senhora Berhud.

- Cuide de suas irmãs Sanor, não me aprontem nada – disse mamãe se despedindo

Dava para notar o olhar malicioso de Sarim e Herma me olhando, eu sabia que aquele dia seria um inferno.

A nossa casa tinha um porão, onde mamãe armazenava poções e livros, coisas que sinceramente nunca me interessou, mas aquele assunto de Otá me chamara bastante atenção, deixei as meninas brincando na sala, entreguei inclusive todos os meus brinquedos que minha mãe fizera, tudo isso afim de algumas horas de sossego.

Desci o porão, estava tão escuro que minha mente imaginava algo completamente empoeirado, ratos e baratas pelo chão e um cheio horrível, mas ao ascender a luz notei tudo muito bem organizado, os livros nas prateleiras em ordem alfabética e varias garrafas com ervas conservadas, de todas as prateleiras de livros organizados em ordem alfabética, uma chamou atenção, era um pequeno compartimento que continha onze livros e uma etiqueta os denominava, o livro dos deuses.

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⏰ Last updated: Jan 30, 2019 ⏰

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Eu e os DeusesWhere stories live. Discover now