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Olá, olá. Aqui está mais um capitulo, espero que estejam gostando das mudanças. Mesmo que a essência seja a mesma!

— Você é mesmo virgem?

E ele a encarou com os olhos pegando fogo de raiva.

Que maldita pergunta era aquela?

Como ela tinha coragem de perguntar uma coisa dessas?

Eles eram amigos desde sempre, compartilhavam de tudo, mas chegar a contar sobre sua intimidade, sobre ser virgem ou não, ai já era passar dos limites e sua irritação chegou ao nível máximo o fazendo respirar fundo para se controlar. O medo de Victoriano cresceu também, sabia que ela tinha o direito de saber sobre sua virgindade, mas ao mesmo tempo não queria ser zoado se essa informação chegasse aos ouvidos de outra pessoa.

— Victoriano...

— Inês, tem coisas que não estou pronto para conversar ainda. — tentou soar tranquilo para não magoá-la. — Eu também não quero saber de vocês perto daquele cara. — voltou ao assunto inicial.

— Victoriano, ele é um cara legal! — Inês queria soa convincente ao amigo para que não ficasse mais chateado.

— O único que ele quer é comer vocês duas, como já comeu metade da escola. — os olhos estavam raivosos e não ligou para o modo duro como falou. — Estou tentando te alertar faz tempo sobre ele.

Victoriano sempre foi muito cuidadoso com as duas, mas com Inês, ele era duas vezes mais devido ao tempo de amizade, não as queria mal faladas como as outras meninas já estavam por conta de Benigno. Nenhuma menina merecia a fama que recebia por um cara que não valia à pena, ficava com mais ódio dele sempre que via alguma garota chorando por sua causa, porque sabia que era por culpa dele e enquanto isso ele estava junto dos amigos cantando vitoria ou as chamando de vagabundas.

Inês entendia o cuidado dele, mas não sabia se conseguiria ficar longe de Benigno, quando os dois trocavam algumas palavras, ele sempre era muito gentil e seu sorriso desestabilizava qualquer garota que estivesse ao seu lado. Benigno era o garoto mais popular da escola, todos queriam estar ao seu lado ou até mesmo em sua cama e Inês não era hipócrita para negar que não o queria, ela o queria e era jovem.

A morena dos olhos verdes não escondia nada de Victoriano, não escondeu quando perdeu sua virgindade, mesmo o deixando bravo por não ter contado antes. Victoriano era como um irmão mais velho que a policiava em muitas coisas, só não o fazia quando estavam errando juntos – como matar aula para beberem cachaça na gruta que somente os dois tinham conhecimento.

Eram pequenas coisas que a fazia admirá-lo como homem e como pessoa, mas as vezes ele pegava em seu pé demais e isso a irritava.

— Victoriano, você não pode sair por aí batendo nas pessoas e muito menos falar desse jeito! — o corrigiu depois de alguns minutos em silêncio, apenas perdidos em seus próprios pensamentos.

— Você quer transar com ele? — perguntou o que há muito tempo vinha pensando e a veia de seu pescoço saltou só de imaginar.

Inês ficou em silencio, não o respondeu, não queria mentir para o seu melhor amigo.

— Vai fazer essa besteira mesmo eu te alertando? — Victoriano ficou de pé já se alterando novamente.

— Victoriano, é a minha vida e se eu quiser me deitar com ele, eu vou fazer! — foi ríspida e ficando com raiva da grosseria dele.

Victoriano jogou o resto do sorvete derretido longe, a encarou por alguns segundos sem acreditar que era assim que o comunicava que iria sim parar na cama de Benigno e se era assim que as coisas iriam acontecer, não tinha mais nada para dizer ou fazer ali e se virou para ir embora. Victoriano parou assim que viu Benigno sair de dentro da sorveteria com um pano no nariz e amparado pelo paramédico, os dois se encararam como inimigos que eram e ainda o viu o ameaçar antes de entrar na ambulância.

— Você vai me deixar aqui sozinha? — Inês ficou de pé para ir atrás dele. — Você me prometeu carona pra casa.

Victoriano passou a mão nos cabelos o bagunçando, estava tão irritado que era capaz de chutar o ar para ver se assim esquecia-se da conversa que acabará de ter com Inês e só depois de alguns longos segundos virou o rosto e falou:

— Vamos logo que não quero mais falar com você hoje. — mesmo bravo ele não a deixaria para trás.

Inês estava brava com a sua atitude, mas não pode deixar de sorrir, Victoriano era cuidadoso ao estremo, mas não podia mentir e dizer que não tinha vontade de transar com Benigno porque isso ela tinha sempre que tinham um momento de conversa. O caminho até a casa de Inês foi silencioso, a morena o respeitou, mas assim que o carro parou, ela virou para olhá-lo e ele seguia olhando para frente sem a intenção de se despedir.

— Você é um idiota às vezes. — o insultou para ganhar sua atenção e conseguiu.

— E você uma assanhada! — fez cara de nojo.

Inês gargalhou com as palavras dele e o agarrou beijando muito na bochecha.

— Eu também te amo seu velho ranzinza. — o beijou uma ultima vez na bochecha.

Victoriano não a correspondeu de maneira alguma, ainda se sentia borbulhar de raiva e quando estava assim não passava com facilidade, precisava de um tempo sozinho e quem sabe assim poderia assimilar que sua melhor amiga queria estar na cama de um canalha. Inês balançou a cabeça negativamente, beijou mais uma vez sua bochecha, o deixou com toda sua braveza e foi caminhando para sua casa.

— Um dia você ainda vai me agradecer por cuidar de você! — Victoriano sussurrou a vendo ir para casa.

Eram palavras tão poderosas que mesmo sem Inês tê-las ouvidos se arrepiou e Victoriano seguiu para casa. Inês quando entrou em casa viu seu sorriso se alargar ainda mais ao ver os pais a esperando de braços abertos, largou a mochila no chão e ficou ali recebendo o melhor aconchego que existia no mundo.

Victoriano por outro lado entrou silencioso, subiu direto para seu quarto sem sequer pedir a benção de sua mãe que sorriu sabendo que o motivo de seu mau humor tinha nome e sobrenome, balançou a cabeça para os lados e foi terminar de fazer suas coisas, logo a raiva dele passaria e ai poderia ter seu menino sorridente novamente ao seu lado.

(...)

DIAS DEPOIS...

Benigno não tinha esquecido o soco na cara, muito menos a humilhação que passou na frente de Inês e Cristina, não o perdoaria e agora que estava de volta às aulas depois de dias se recuperando de um quase nariz quebrado, queria vingança. Benigno ainda tinha o rosto um pouco roxo, mas não deixou de sorrir, foi cumprimentado por alguns de seus amigos e meninas que estavam preocupadas.

— Estou bem, linda. — era assim que as respondia.

Benigno caminhava procurando exclusivamente por Victoriano, tinha o plano perfeito para se vingar dele e ao avistá-lo ao lado de suas inseparáveis amigas, caminhou diretamente até eles e a escola toda se preparou para uma possível briga. Victoriano quando o viu se manteve na mesma posição, o encarou esperando que ele dissesse algo ou avançasse nele para uma nova briga, briga não porque ele não teve nem chance da outra vez e não teria agora.

Mas o jovem já tinha armado tudo e não era com briga que iria acabar com a raça dele, tinha outros planos e seu olhar foi até Inês, era ali o ponto fraco de Victoriano, sorriu e a puxou para seus braços chocando seus lábios contra os dela.


Até o próximo!

POR VOCÊ - IyVOnde as histórias ganham vida. Descobre agora