Capítulo 19 - Capítulo Dezoito

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Estou aqui sentado na mesa de meu escritorio da empresa, no entanto sequer consigo me concentrar em meu trabalho por apenas um motivo. Novamente Luna povoa meus pensamentos. Tem sido assim desde um tempo. No começo quando a conheci a achava apenas atraente e perfeita para ser minha nova submissa. Mas, agora penso que ela pode ser perfeita para ser minha MULHER. Estou apaixonado pela Valente, foi inevitável. Ela me conquistou com seu jeitinho doce e meigo de ser mas ao mesmo tempo sedutor. Estou amando. O problema é que eu não consigo expressar muito bem meus sentimentos e tenho medo de me entregar a esse amor e depois acabar dando tudo errado. Deve ser irônico Matteo Balsano estar com medo de alguma coisa, mas estou. Contundo, outro medo também preenche meus pensamentos. Daqui a exatamente um mês termina o nosso contrato, o tempo passou rápido, e temo que assim que as clausuras acabarem Luna saia pela porta e eu nunca mais a veja. Claro que eu poderia muito bem exigir que ela ficasse comigo ja que tecnicamente a comprei de seu pai, mas eu desejo que ela fique por pura e espontanea vontade, e nem sei o que fazer para lhe mostrar o que de fato sinto.

Bufo, mexo minha cabeça em negação e tento me concentrar nos papeis que estão na minha frente, o que se torna impossível. Sou interrompido por uma leve batida na porta. Ouço a voz de Daniela, minha secretaria e autorizo sua entrada.  

— Sr Balsano, o seu amigo Pedro quer ve-lo. Diz ser um assunto confidente e urgentíssimo. - Ela da seu sorriso sedutor de sempre para mim, o que me irrita excessivamente, mas eu a ignoro como faço todas as vezes.

— Mande-o entrar. - Respondo apenas.

Daniela acena com a cabeça e se retira. Minutos depois Pedro adentra o local e tranca a porta.

— Bom dia, Matteo. - Ele diz de forma cordial e com um sorrisinho de meia tigela estampado no rosto.

Reviro os olhos.

— Va direto ao assunto. - Exigo, irritando-me com a demora. - Suspeito que não tenha nada a ver com a empresa.

Pedro se senta na cadeira em frente a minha e me encara fixamente.

— Encontramos mais uma pessoa que pode te ajudar a encontrar o paradeiro do filho da puta do Rey. - Ele revela, e eu abro um sorriso mínimo.

— Ótimo. - Digo, brincando com minha caneta. - Talvez dessa vez tenhamos mais sucesso. - Digo, mas meu tom de voz deixa transparecer que nem eu creio muito nisso. - Rey deve estar no fim do mundo, ja se passaram varios anos, e vasculhamos tudo e nunca encontramos nenhuma pista do desgraçado.

Pedro assente.

— Verdade. Mas talvez dessa vez cheguemos a algum lugar. Rastreamos o telefone da moça e descobrimos que ela esteve em contato com Rey nos últimos seis meses. Com um pouco de tortura talvez ela diga o paradeiro dele.

Rey era o chefe da mafia italiana antes de mim. Foi ele que mandou matar meu pais a sangue frio quando eu tinha quinze anos. Nunca me esquecerei desse dia, ele vai estar sempre marcado em minha memoria. Por mais que meu pai tivesse culpa no cartório e estivesse envolvido com eles nem ele nem minha mãe mereciam uma morte assim, cruel daquela forma. Eu entrei infiltrado na mafia a alguns anos com nome falso buscando vingança, mas quando o idiota descobriu quem eu era fugiu, sumiu do mapa. O que era um tanto contraditório pois ele como chefia de toda a mafia não devia ter medo de um rapaz como eu, no entanto isso mostrava o quanto Rey era covarde e medroso. Depois da fuga dele eu me tornei o novo chefe da mafia, e embora tenhamos outras missões a principal sempre foi buscarmos o paradeiro de Reynaldo Gutiérrez para que eu pudesse acabar com ele depois. Durante todos esses anos de procura nunca encontramos absolutamente nada. Prendemos e torturamos muitas pessoas consideradas próximas a ele, mas nem adiantava. As informações que conseguíamos eram mínimas, e muitas das vezes falsas, o que me deixava completamente frustrado.

Cinquenta Tons de Balsano  Where stories live. Discover now