Camila Point Of Views
— Senhor Robert! Por que me atormentas tanto? Levei todos os cafés diários, pastas e realizei todas as ligações nacionais e internacionais. O que mais estaria a desejar? – O tom frustrante escapou pelos lábios ds Melody que seguidamente bufou, murmurando tais palavras há sí mesmo antes de caminhar em direção a sala de seu chefe após ter sua presença solicitada.
A secretária estava tendo um dia sobrecarregado, mais aterifado que o normal. Parecia que Robert fazia de propósito por receber a rejeição da empregada.
Quando o homem focou os olhos na bela mulher, trajando blusa social branca e uma lisa saia e longa que ia um pouco mais abaixo do joelho, com uma pequena fenda atrás, estufou o peitoral torcendo o nariz.
— Melody, eu preciso lhe confessar. – Murmurei dublando a fala decorada. Era a segunda vez que aquela novela era transmitida, mas eu adorava.
Mama logo a frente riu curtamente, focalizando os olhos em mim.
— Você adora uma novela mexicana, fato. – A ouvi murmurar e foi inevitável não assentir, concordando consigo.
— Eu realmente adoro, a história de Robert e Melody é incrível, mesmo ele sendo babaca na forma como demostra seu amor por ela. Porém, no fim eu acabo entendendo, era muita insegurança, uma luta interna consigo e toda pressão familiar e empresarial. – Pronunciei o meu ponto de vista. Mama piscou os olhos antes de demostrar interesse no assunto.
— Sempre achei que Melody era loucamente apaixonada por Robert, mas ela se manteve firme, escondendo, rejeitando seu desejo carnal e perdendo seu tempo com saídas fúteis com outros companheiros. Eu imagino que se um deles tivessem cedido, contado no começo quando começaram a sentir a paixão, Robert não teria um casamento com Julie e uma gravidez. – Mama deu uma ótima reflexão que me fez morder o interior da minha bochecha e balançar a cabeça positivamente.
— Eu também, aprecio o diálogo, mas também acredito que nem sempre as coisas são fácies. – Mama sorriu de canto com minhas palavras e levantou-se do sofá que estava sentada, aproximando um pouco da bolha transparente em que eu estava.
— Está com fome? Quer que eu ligue o aparelho? – Neguei rapidamente. Não sentia fome no momento, queria mesmo era terminar de assistir a novela.
— Não estou. – Murmurei. — Se estiver, pode ir comer, quero continuar a ver Mi Amo. – Mama assentiu e curvou os lábios em um bico para mandar-me um beijo no ar.
— Tudo bem, estarei na cozinha. – Mama tinha muita insistência em avisar os locais que se encontrava, um tanto inválido já que nunca desfilaria até ela. Não sem uma preparação, que era a roupa de lona amarela protetora, com máscara de ar, tudo para não expor meu corpo.
— Tudo bem. – Balbucionei e quando seu corpo passaria pela porta, voltei a falar. — Posso ir para fora de novo?
Ela se virou, seu olhar mudou, o terno deu lugar para um preocupado. Estive confusa quando as palavras da Dr.Gina dizia que não tinha risco algum.
— Mas você já foi ontem, querida. – Ela diz escorando a lateral do corpo na parede.
— Apenas ontem Mama, é tão lindo e novo para mim, adoraria poder ir de novo. Por favor. – Meus olhos suplicavam, talvez o brilhou de súplica não chegava até sí pela distância e pela bolha em minha frente.
— Falamos disso mais tarde, ok? – Perguntou dando-me um sorriso amarelo e virando seu corpo, tornando distante até sumisse do meu campo de visão.
Ela não esperou minha resposta, pois sabia que insistiria um pouco mais.
Mama temia minha segurança, mas Gina já havia dito que era totalmente eficaz e seguro.
Eu estava certa de que mesmo Mama contrariando, eu faria com que Gina me levasse para fora.
Eu não podia ceder e nem queria.
Mama não entendia e talvez nunca irá entender. Porém, eu precisava ter os meus olhos sobre mim e fazer o que eu desejesava.
Eu estive muito tempo limitada a tudo.
Minhas órbitas voltaram a focar ma televisão a minha frente, novamente concentrando na novela.
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Um pouco mais tarde, tive a visita inesperada de Keana, ela era minha prima de primeiro grau. Keana por muitas vezes fazia visitas para Mama e eu. Tínhamos um contato ativo, extrema afinidade e uma grande amizade. Keana facilmente tirava o meu tédio, eu adorava ouvi-lá contar sobre suas aventuras amorosas. Eu me considerava uma grande fã de romances e poesias, as novelas mexicanas eram minhas favoritas pelo drama amoroso, eu simplesmente amava.
Chegava até em sonhar em como um belo rapaz iria segurar em meu braço e pedir para eu não partir. Iria juntar-me em seu corpo e suplicaria minha presença, porque ele me amaria. Eu iria balbucionar um "sinto muito" me forçando a sair de seus braços, o sentindo me segurar novamente e beijar-me em um ato desesperado. Eu iria tentar me afastar mas logo cederia porque seus lábios eram os mais macios possíveis e o único capaz de fazer trazer borboletas para o meu estômago . Oh! Eu amava o clichê.
— Era uma grande caixa, toda decorada. Eu rapidamente a abri e um balão com ar subiu trazendo consigo um pequeno cartão com a seguinte frase "Quer casar comigo?" Então se ajoelhou e estendeu a mão com as alianças.
— Oh meu Deus! – Murmurei arregalando os olhos e sorrindo com ânimo. Keana sorria ao lembrar da cena. — Isso é tão lindo!
— É sim. – Respondeu, ainda sorrindo. — Eu sempre gostei de atos amorosos, fico extremamente boba quando recebo flores e chocolates e principalmente cartas. Essa gesto de amor a moda antiga simplesmente me encanta. – Ela suspirou. — Ah, eu sou apaixonada por Edgar.
— Eu vejo isso. – Murmurei apoiando meus cotovelos em minhas coxas e deixando meu queixo repousar em minhas mãos, fitando-a contente pela sua realização. — Fico feliz por achar sua metade.
Keana fixou os olhos em mim por trás da bolha e sorriu.
— Você também irá encontrar a sua metade Camila, e quando achar, será a pessoa mais realizada desse mundo.
Soltei um riso nasal, aquilo era tão impossível em minha situação. Porém, evitei ser rude e apenas sorri levemente com o assentir de cabeça.
— Sim.
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A Garota da Bolha
Fanfiction(CONCLUÍDA) CAMREN || INTERSEXUAL Vítima de uma doença rara e genética, Camila nasceu impossibilitada de conhecer e experimentar o mundo como todas as outras pessoas. Vivendo em uma bolha de plástico para evitar qualquer bactéria que seu corpo pudes...