Capítulo 12

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Camila Point Of Views

— É tão triste, mas ainda sim é um dos meus favoritos. Rubião é tão ingênuo e confia cegamente em Sofia que não poupou engana-ló junto ao seu amigo palha, que forçava uma falsa amizade com o homem. Levaram o pobre coitado à loucura. Eu gosto muito de sua frase de delírio "Ao vencedor, as batatas." O final cruel de Rubião sendo internado e depois fugindo para sua cidade natal, onde contrai uma tuberculoso e continuando os delírios, outra frase "Passe a minha coroa ao vencedor as batatas" tudo isso por causa da herança, de um mero dinheiro, matou Rubião e o cachorro Quincas Borba. – Camila conta a história so livro Quincas Borda para Lauren, deixando com mais vontade de ler o livro.

Era uma segunda feira e Lauren estava com Camila, mais tempo do que o normal já iria viajar novamente para Bulgária a pedido da mãe. Desta vez, ficaria uma semana completa. Quando informou a Camila, a latina havia ficado extremamente triste, adorava a companhia de Lauren, se sentia tão... Próxima do normal.  Não era como sua mãe e doutora, que a fitava com excesso de cuidado e temendo por sua vida o tempo todo.

Camila estava entrando em desilusão, quando pensou que ela estaria lá todos os dias, com sua companhia agradável. A latina estava notando que ela não era livre, mas Lauren sim. Parecia um pouco assustador, perder a amizade de Lauren, então evitava ao maximo pensar.

— Complexo e envolvente, irei lê-ló.

— Irá gostar. – Camila concreta.

Lauren sorri, fitando o relógio em seu pulso.

— Infelizmente tenho que ir, Camz. – Anunciou, o que deixou Camila triste, já que só a veria depois de uma semana.

— Uh, sentirei saudade. – Diz, um tanto a contra gosto. Sua feição mostrava o quão sentida ficou com a informação de não ter Lauren nos próximos sete dias.

— Eu também. – Murmurou. — E eu volto já, sim? – Ela murmura, tornando se próxima e sorrindo levemente para a garota.

— Um livro? – Camila pergunta curiosa, arqueando a sombrancelha, um pouco satisfeita.

— Pode ser. – Ela dá uma piscadela e ergue sua mão para tocar a bolha. Camila sorri de canto e pousa sua mão sobre a de Lauren.

— Te vejo segunda às seis e sete.

— Segunda às seis e sete. – Camila assente, assistindo Lauren sair pela porta e ela ficar.

Quase mordeu a língua pensando em  seu maldito estado.

//

Os dias foram passando e deixando Sinuh totalmente assustada. O comportamento que Camila estava demostrando era aterrorizante. A latina passou a negar sua alimentação, e até mesmo ir para fora, que era o que ela mais adorava no seu dia a dia. Também começou a ficar agressiva com as palavras e em seus atos. Passou a esmurrar as almofadas e jogar os objetos longes. Sinuh rapidamente constatou a doutora Gina que teve deixar Camila dopata para que pudesse ser alimentada pelos aparelhos. Aquilo não era desconhecido, quando mais nova Camila mostrou esse comportamento, rejeição da bolha, o que era ainda pior manter uma criança queita e segura.  

Sinuhe se martilizava, sabendo que esses resultados vinham da ausência de Lauren. Ela colocou em sua mente, "Eu sabia que aconteceria, como pude deixar isso acontecer?" sentia-se culpada.

— Eu acho que... É necessário mudanças.  – Gina começa, inquieta, também se mostrou preocupada com Camila.

— Que tipo de mudanças? – Sinuhe pergunta em um tom exaustivo. Estava chateada consigo mesma.

— Camila já não é mais criança, o cômodo em que ela reside, tão solitária e agora maior tendo noção de muitas coisas, já não é mais aproiado. Não é como se pudéssemos distrai-lá com desenhos animados e brinquedos.

— Está sugerindo que devemos mudar de casa? – Sinuhe está confusa, não raciocinava muito tempo.

— Não de casa. – Doutora Gina nega. — Mas Camila precisa de uma mudança. Eu sugiro que... De acordo com sua alta condição financeira, que você procure um arquiteta para que possa expandir em seu enorme quintal um lugar exclusivo de Camila.

— Lugar exclusivo? – Questiona.

— Com luz, familiar, ainda aqui. Com um quintal tão grande, é possível construir uma bolha semelhante à uma casa, com muitos cômodos.

Sinuhe reflete sobre a ideia, isso seria extremamente bom para Camila.

— Olhe só, tenho umas ideias. – Ela expõe algumas fotografias para Sinuh, um tanto peculiar mas que seria ótimas para Camila.

Embora toda essa assistência seja, insana?

O caso de Camila era único, jamais visto por nenhum outro médico. Dezoito anos sendo estudado. Tiveram até a opção de um transplante de médula de uma futura irmã que acabou sendo nula com a morte de Alejandro no terceiro mês de nascimento de Camila. Outro fato era o 50% de chances dos futuros filhos também nascerem com a condição especial.

Porém, ainda é muito questionável.

Os médicos com o caso de Camila, pensaram.

"Olhe, entre aqui e passe seus oitenta anos dentro de uma bolsa?"

Lastimável.

Sinuhe e doutora Gina estava no andar de baixo quando escutaram um alto estrondo no andar de cima.

Os olhos assustados das duas mulheres se encararam antes de correrem as pressas para o andar de cima.

Quando dentro do cômodo estiveram, visualizaram uma Camila pálida com a mão em seu pescoço e a boca aberta em um prefeito "Oh" seguidamente suas bochechas antigiam uma coloração vermelha.

Doutora Gina olhou rapidamente para o aparelho de ar e se desesperou com a imagem do aparelho emperrado, deixando de transmitir ar pelo baque do outro aparelho de alimentação em cima de sí.

Pareceu que Camila derrubou um aparelho em cima do outro.

E o resultado assustador era Camila ficando completamente sem ar.

Não era possivel arrumar o aparelho emperrado tão rápido.

E se tirasse Camila da bolha para voltar a sentir o ar, seu corpo ficaria exposto.

Ambas tragédias.

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