Devorado por um urso. (4)

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  Leandro estava paralisado e com um olhar preocupante, Mateus não sabia o que dizer, afinal ainda não conhecia o rapaz tão bem a ponto de saber das coisas que o perturbava.

- Leandro, tudo bem?

- Sim, é que, acho que meu pai só estava tentando nos proteger da maldade das outras pessoas, o problema é que ele tinha um jeito muito rígido de fazer isso. -disse sentando na mesa e dando um sorriso forçado.

- Sente falta dele?

- Sim, da mamãe também, mas é assim quando alguém que fez parte da sua vida vai embora, né?

- Acho que sim.

- Ju me contou que você foi noivo e que ela te deixo.

- Sim, estávamos juntos a sete anos.

- Isso é muito tempo, o que aconteceu?

- Ela disse que não me amava mais e foi embora, depois eu fiquei sozinho naquela casa e vim trabalhar aqui.

- Sinto muito, nunca tive um relacionamento tão duradouro, deve estar sendo difícil, ainda ama ela?

- Não, eu entendo porque ela terminou, nós estávamos presos a um relacionamento que todos das nossas famílias torciam para virar casamento, mas nenhum de nós dois queria isso, estávamos acostumados com a presença um do outro, por isso empurramos essa história, ela foi corajosa de acabar com tudo sabendo da reprovação que haveria das nossas famílias, mas me sinto sozinho agora, porque eu não tinha muitas pessoas para conversar além dela. -Mateus deu um longo suspiro.

- Ei, você tem agora a mim e a Ju, somos amigos, pode se abrir sempre que quiser! -afirmou sorrindo e pegando na mão dele que estava em cima da mesa.

- Obrigado, mas e seus relacionamentos, como foram?

- Nada demais, ainda não achei a pessoa que me deixe louco! -Leandro encarou o teto e expirou como se estivesse tomando coragem para dizer algo. - Quero achar a pessoa que me faça querer tirar meus segredos da caixinha.

- Segredos? -Mateus ficou confuso, Leandro parecia ser um livro aberto.

- Deixa para lá, vamos comer antes que a comida esfrie!

- Mas...

  Mateus pensou em insistir para saber o que ele tinha escondido, mas preferiu deixar isso para outra oportunidade. A comida de Leandro era muito boa e recebeu muitos elogios de Mateus, quando terminaram já estava tarde, após lavarem a louça cada um foi para o seu quarto dormir.

  Era madrugada, Mateus havia pegado no sono, quando ouviu o barulho de alguém tentando abrir a porta, de repente Leandro surgiu usando orelhinhas de urso e apenas de cueca.

- Boa noite meu amor! -disse com uma voz bem mais grossa que a dele.

- Leandro, o que faz aqui? -perguntou se encolhendo na coberta.

- Vim realizar seu desejo!

  Leandro pulou em cima dele e começou a tentar o agarrar com força, Mateus não conseguiu fugir e levou um beijo ardente que o deixou sem fôlego, em seguida Leandro começou a tentar arrancar a roupa do homem que tentava fugir mas acabou caindo da cama enquanto gritava e acordou, Mateus olhou em volta e percebeu que estava sozinho no chão enquanto o sol brilhava do lado de fora.

- Mateus, tudo bem ai? -perguntou Leandro do lado de fora do quarto.

- Sim, eu acho...

- Tem certeza, estava gritando até agora. -ele entrou no quarto e ao vê-lo caído no chão começou a rir. - Você é sonâmbulo?

- Não, eu tive um pesadelo e acordei assustado

- Que tipo de pesadelo?

- Um urso de dois metros invadiu meu quarto e tentou me devorar! -afirmou fazendo o rapaz rir mais alto. - Não ria!

- Desculpa, foi engraçado, vou sair agora, tem café no fogão, cuidado com os ursos! -disse de forma sarcástica enquanto saia do quarto.

- Muito engraçado!

  "Que droga de sonho eu tive?!" Se perguntou enquanto levantava, foi quando percebeu que estava duro. "Era só o que me faltava! Eu devo estar muito carente para ficar excitado sonhando com aquele cara, droga!" Mateus abaixou a cueca e sentou na cama, do nada Leandro entrou de novo.

- Esqueci de dizer... -ele parou e encarou o pênis dele. - Desculpa, não sabia que você gosta de se masturbar quando acorda. -Mateus ficou vermelho e se enfiou em baixo da coberta. - Só vim avisar que o fazendeiro João vai vir buscar a cabra dele, dei alta para ela.

- Ok...

  Leandro saiu e Mateus queria morrer ali mesmo, ficou com tanta vergonha que não conseguia mais nem se mover. "Como eu sou azarado, ele deve achar que eu sou um tarado agora, nunca mais vou conseguir olhar na cara dele!"

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