- Eu estou acordado?
- Sim. -respondeu Leandro indo em sua direção para o beijar de novo.
- Eu te beijei acordado?!
- Qual o problema?
- Aí não!!! -gritou levantando. - Desculpa, eu não deveria ter feito isso!
- Mas fez e eu gostei! -Leandro sorriu e segurou a mão dele. - Você não gostou?
- Sim, mas...
- Então volta aqui! -ele o puxou de volta para cama.
- Espera, eu não posso fazer isso!
- Por que não?
- Eu nunca fiquei com homem! -Mateus se levantou novamente.
- Sei disso, por isso eu não tentei ficar com você antes, mas agora você me beijou daquele jeito, não vou mais conseguir me conter depois de algo tão claro! -Leandro se levantou.
- Eu sei, mas entenda meu lado, estou confuso, nunca me imaginei nessa situação, eu não esperava me apaixonar justamente por você.
- Eu também estou apaixonado por você, não deveríamos ficar felizes por corresponder o sentimento um do outro?! -Leandro colocou as mãos no ombro dele.
- Estou com medo de tudo isso, estou com medo de fazer coisas com você e gostar tanto a ponto de querer fazer várias outras vezes, de depois querer ficar com você para sempre e ter que encarar a reprovação da minha família...
- Entendi, está com medo do preconceito das pessoas?
- Sim...
- Ok, não lhe culpo por isso. -Leandro saiu de perto dele. - Afinal eu também deixo de fazer muitas coisas com medo desse preconceito, estão, faça o que achar melhor.
- Preciso pensar, vou para casa.
- Tudo bem, mas antes... -Leandro foi até ele o abraçou forte e em seguida deu um beijo rápido. - Não sei quando vou poder fazer isso de novo, só espero que não seja a última vez.
- Le. -Mateus passou a mão no rosto dele. - Eu sinto muito.
Ele pegou sua carteira e chaves que estavam em cima da mesinha e saiu, no fundo sabia o que queria, porém o medo de passar por uma mudança tão grande o fazia recuar em suas decisões, Leandro entendia perfeitamente isso, pois também por muitas vezes se deixava ser levado pelo medo do preconceito das pessoas, só lhe restava esperar o que Mateus iria decidir.
No outro dia como de costume Leandro saiu cedo de seu apartamento e foi buscar Mateus para ir trabalhar, demorou um pouco até ele aparecer, o clima entre os dois estava estranho, afinal a situação não era tão simples.
- Oi. -disse baixinho enquanto pegava o capacete da mão de Leandro.
- Como você está?
- Bem, fiquei com um pouco de dor na cabeça por causa da bebida, mas estou melhor.
- Que bom...
Nenhum dos dois sabia mais o que dizer, então simplesmente seguiram para a clínica, chegando lá assim que Ju os viu percebeu que havia algo estranho, mas achou melhor perguntar depois quando eles estivessem separados. A tarde Mateus estava indo almoçar e ela o parou.
- O que aconteceu com vocês?
- Quer mesmo saber? -ele estava claramente desanimado e sem vontade de responder.
- Claro!
- Beijei ele, mas não tive coragem de ir adiante e pedi um tempo para pensar.
- Que bosta, se os dois querem, qual o problema?
- Ju como eu vou fazer para explicar para minha família meu relacionamento com ele?
- Quem se importa com a opinião da família?! -perguntou indignada. - Qualquer um pode opinar sobre a sua vida, mas geralmente essas pessoas não estão com você quando você está chorando porque não pode ficar com quem ama. -ela pegou as mãos dele. - Ninguém vai conseguir ver por dentro de você e saber o quanto dói, mas você vai saber e só você sabe o quanto gosta dele.
- Acho que eu amo. -Ju sorriu.
- Então não pode abrir mão de um sentimento tão lindo.
- E se eu não for bom para ele?
- O único que pode decidir isso é o Le, tente conversar com ele a noite quando estiverem a sós.
- Ok, vou tentar quando voltarmos para casa.
- Isso, boa sorte.
Eles voltaram ao trabalho, tudo correu como normalmente, quando fecharam a clínica Leandro apareceu calado, entrou no quarto dos fundos sem dizer nada e ficou lá, Mateus ficou esperando para eles voltarem para casa, mas o rapaz não saiu de dentro, como já estava tarde Mateus foi até a porta para falar com ele. "Chega de ser covarde, vou falar com ele de homem para homem!"
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Meu Ursão!
DiversosApós o trágico fim de seu noivado, Mateus decide aceitar um trabalho longe da cidade grande em uma clínica veterinária que tratava os animais das fazendas locais, indo para lá Mateus tinha esperança de encontrar um pouco de paz e esquecer seu último...