linha tênue entre amor e ódio

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Acordei bem cedinho e fui direto para a Torchwood, amanhã seria o meu aniversário e minha mãe estava organizando tudo à dias.

Não havia ninguém lá e provavelmente a Mirai estaria dormindo, então abri o meu notebook e procurei não fazer muito barulho. Depois de várias pesquisas acabei em uma página aleatória que por algum motivo me chamou a atenção.

Pessoas são punidas por produzirem uma substância extremamente perigosa para quem já teve algum tipo de contato com a energia pura.

— Energia pura? — Arqueei uma de minhas sobrancelhas e continuei a ler.

A substância era capaz de causar alucinações no pior dos casos pode levar a morte. Mas variava de pessoa por pessoa, conforme o contato do indivíduo com a energia pura.

Duas pessoas foram presas mas um homem conseguiu fugir.

 Pude sentir as batidas do meu corações ficarem mais fortes quando vi a foto do homem, não podia ser... Jimmy. 

Me afastei no mesmo instante do notebook e levei minhas mãos até minha cabeça que doía outra vez, não podia ser ele, por que? Levantei meu olhar para o nada e foi aí que parei para pensar: Alucinações? Energia pura? 

A MEU DEUS!

Peguei meu celular na hora e liguei para o meu pai, mas para o meu azar quem atendeu foi a minha mãe. Não queria preocupá-la.

— Rose? Onde você está? — Perguntou ela assim que atendeu.

— Mãe, presta atenção. Eu vou resolver uma coisa, não demoro... mas eu tenho um amigo, Jimmy, se ele aparecer aí, invente uma desculpa e não deixe ele entrar e nem se aproximar de vocês.

— Mas por que?

— Não dá para explicar agora, só faça o que eu disse. — E desliguei.

Não pensei duas vezes antes de mexer os meus pauzinhos para achar o endereço dele. Eu tinha certeza que ela tinha colocado aquela substância em mim, mas o que ele ganharia com isso? Esperei até o horário que eu tinha certeza absoluta que ele não estaria em casa, até por que até onde eu sei nesse horário ele sempre está resolvendo algumas coisas na UNIT.

Após um tempo eu já estava na frente da porta dele e por mais estranho que pareça, a porta estava só encostada. Não perdi tempo, entrei com um certo cuidado, estava com medo porém a minha curiosidade era maior.

A sala me pareceu muito peculiar, havia uma instante repleta de vidros com algum líquido colorido dentro. Peguei o meu celular e tirei algumas fotos, eu ia estudar aquilo depois. Um vidro me chamou mais a atenção, havia um líquido amarelo cintilante dentro dele e quanto aproximei minha mão dele...

 — Uou. — Exaltei um pouco assustada quando pude ver a mesma cor do líquido brilhar na minha mão.

— Eu tenho que admitir que você é esperta. 

Senti um frio horrível no meu estômago, era a voz do Jimmy e estava logo atrás de mim.

— Mas... — Ele continuou. — Você demorou mais do que eu esperava.

— O que foi que você fez comigo? — Perguntei e me virei para ele, ignorando todos os calafrios que estavam percorrendo o meu corpo.

— Você sabe, por isso está aqui. Não é? — Ele deu um sorriso e não pude deixar de notar o sarcasmo.

— Mas por que? Por que eu? 

— Rose Tyler... 19 anos, vivia em um conjunto habitacional em Londres e abandonou sua educação escolar sem muitas realizações. Uh, e o mais importante: Você não é deste mundo. — Seu sorriso sarcástico sumiu por completo. — Eu sei tudo sobre você. 

— Isso ainda não explica nada. — Tentei dizer com a voz mais firme possível, mas obviamente falhei.

 — Eu sei sobre ele, o Doutor. — Ele deu um passo para frente em minha direção. — Você sabe o tanto de coisas que eu poderia fazer com o poder que mantinha escondido?

— O que você fez comigo? 

— Eu só dei um empurrãozinho para que você conseguisse manifestar esse poder todo.

Ele era louco, completamente. Minhas pernas estavam muito trêmulas e eu precisava sair daquele lugar. Então, apenas peguei qualquer vidro aleatório em um momento de distração dele e quebrei e saí correndo. Quando fui abrir a porta, percebi que ele havia trancado, cretino! Bati meu ombro várias vezes contra a mesma, mas não surtiu nenhum efeito. Parei e encostei a minha testa na porta respirando fundo até que me recordei que a substância poderia causar alucinações... então... aquele dia, a TARDIS...

Meus olhos se encheram de lágrimas. Então foi só uma alucinação?

Não.

Por favor, não.

Meus pensamentos foram interrompidos quando senti uma dor enorme no meu pescoço e logo depois, tudo ficou escuro outra vez.

Desta vez, tive a sensação de ter acordado mais rápido, mas... eu não compreendia, aonde eu estava?

Me levantei olhando em volta, havia um jardim enorme de girassóis em volta de mim e um pôr-do-sol preses a acontecer. Eu estava com um vestido longo com uma cor de vinho escuro de renda — Na minha opinião ele era perfeito, a cor, cada detalhe... — e meus cabelo estava preso com algumas mexas onduladas soltas. 

Eu estava confusa, mas desta vez eu estava completamente ciente de que aquilo não passava de uma alucinação, pois eu tinha certeza que já tinha lido sobre um lugar muito parecido com esse em algum lugar.

 — Eu tenho certeza que esse lugar saiu de algum livro que eu li. — Disse uma voz, uma voz que eu conhecia muito bem. 

Quando eu me dei conta, ele estava na minha frente, o Doutor estava bem na minha frente.

Ele me olhou de cima a baixo, parecia estar me analisando.

— Rose. — Ele disse meu nome baixo e então sorriu, mas não foi qualquer sorriso, foi um sorriso que eu nunca havia visto nele. Mas era encantador.

Eu sorri também, no mesmo instante. Um sorriso largo,por mais que meus olhos estivessem marejados.

O vi dar alguns passos um pouco apressado se aproximando de mim, e eu nem me importava mais se isso era só uma alucinação, apenas dei o último passo que restava e o abracei.

— D-Doutor. — Disse em uma voz falha.

Ele envolveu seus braços em volta de mim e eu conseguia ouvir os seus corações pulsarem em uma forma um tanto acelerada, mas ignorei e fechei os olhos apenas desejando que aquilo nunca mais acabasse.


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⏰ Last updated: Mar 04, 2019 ⏰

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Doctor Who: Reescrevendo as Estrelas (Tenrose) {hiatus}Where stories live. Discover now