PRÓLOGO

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A GUERRA DAS SOMBRAS

Alguns anos antes

Era noite e o príncipe Enzor estava deitado em seu quarto segurando um livro grande de capa azul escura, quatorze anos era a idade ideal para que aprendesse a conversar com criaturas que existem a tanto tempo quanto os homens. A quantidade de velas espalhadas pelo aposento eram suficientes para que não precisasse aproximar o rosto das páginas.

Ohloevisivni Aicnesse.

Estava lendo as palavras estranhas no livro em voz alta, para que pudesse lembrar mais facilmente o novo idioma que estava aprendendo.

— Urg! — Ao se levantar da cama para colocar o livro numa prateleira de madeira sentiu uma pontada no lado direito da sua barriga, era como se uma faca o tivesse atravessado. — Arya! — gritou o nome do seu Giants ao sentir a dor, uma criatura que nasce apenas no país de Zendaya, um animal grande o suficiente para que alguém o monte, seu corpo estava enfraquecendo devagar, mal conseguia andar.

Com as poucas forças que ainda tinha caminhara em direção ao quarto de seus pais, rei Órium e rainha Elena.

Os cômodos do castelo eram enormes, muitos deles o suficiente para caber um Giants adulto, a torre mais alta deveria possuir ao menos 70 metros de altura, o local onde se encontrava os confortos do rei, seu quarto, um enorme salão de reuniões e uma biblioteca particular.

O quarto estava iluminado por velas como o de Enzor, e as paredes eram escuras como rochas das montanhas de Aquila, armários entalhados minuciosamente para o rei preenchiam uma das paredes.

— Pai! Acorde! — Enzor acordou seu pai a tapas, que estava com o cabelo escuro bagunçado, olheiras marcavam o contorno de seus olhos e acordando assustado o rei Órium de Zendaya levantou-se da cama para acalmar seu filho.

— O que houve? — perguntou Órium.

Enzor ofegava, e caiu de joelhos se sentindo fraco.

— Eu não sinto Arya pai! Eu não sinto Arya! — As lágrimas brilhavam pelos olhos negros de Enzor, e seu pai acariciava seu cabelo para tentar acalmá-lo.

— Elena! — Rei Órium chacoalhou sua esposa para acordá-la, seu vestido de seda moldava seu corpo esguio e ao ver seu filho aos prantos levantou-se o mais rápido que pode. — Aconteceu algo com Arya, fique com ele. — Elena afirmou que sim espantada e o rei apanhou sua espada de lâmina fina e comprida. Descendo as pressas pelos degraus da torre foi a procura de Arya, a Giants de seu filho.

Órium não enxergava nada naquela escuridão, mas conhecia o castelo como a palma de suas mãos. Caminhando depressa pelo corredor, desviando das paredes como se enxergasse ouviu o som de passos se aproximando.

— Olá Ariete! — Um Cervo de pelo branco se abaixou para o rei montá-lo. — Me leve até Arya.

O Cervo, como Órium, conhecia o castelo e o levou para a entrada depressa, uma grande porta de madeira, que se encontrava aberta, o som de cochichos estava próximo, e o rei cerrou os olhos para tentar ver o que acontecia, e com o brilho da lua pode ver seu Giants felino, um gato gigante de pelo negro sendo morto, muitos dizem que o rei gritou tão algo que o reino pode sentir sua aflição.

A fraqueza que Enzor sentiu foi espalhada por toda Cormeum, lordes, rei, rainha e príncipe, todos sem forças para levantar, os lacaios se rebelaram contra o seu rei, e na escura noite, em que havia apenas sombras, Órium foi morto, com um simples golpe de uma adaga, ouvindo as seguintes palavras de um garoto de cabelos louros sorridente.

— Um Giants nunca morre antes de seu domador, e se morrer, o homem que estava ligado a ele perderá suas forças tão depressa quanto uma raposa vermelha atacando sua presa.

Os Gigantes de ArmaduraWhere stories live. Discover now