Cap. 1: Como eu morri.

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Isso aconteceu em 4 de Agosto de 2017.

Era um inverno chato como qualquer outro. Os mesmo professores chatos. Os mesmos alunos chatos. A mesma sala chata. E o mesmo ar-condicionado chato que permaneceu ali por 3 anos, soltando água e sem nenhum reparo sequer. Eu odiava todos eles. Todos. Haviam apenas 3 pessoas as quais eu não odiava: Catrina, minha melhor amiga desde o terceiro ano, que me encontrou brincando com um balde na caixa de areia e veio brincar comigo. Ela foi a primeira que conversou comigo e não se incomodou com meu jeito diferente; Paulo, o professor de Biologia. Ele era um ótimo professor, que diferente dos outros, não se importava com a minha estranheza nem com minha timidez e sempre me ajudava quando eu tinha alguma dificuldade, enquanto os outros me deixavam de lado por conta da minha falta de energia para ser uma dessas super alunas que sempre tinham tudo na ponta da língua; E finalmente, Helen! A pessoa pela qual vivi, morri, e vivi de novo. Eu a vi pela primeira vez no primeiro ano. Ela era super talentosa, legal, bonita e era a única Além de Catrina que conversava comigo. Ela não conversa comigo com frequência, mas eu sinto que temos um laço inseparável. Nós namoramos, ela só não sabe disso ❤

Bem, tudo começou quando estávamos tendo aula de matemática. A coordenadora precisou chamar o professor para resolver um assunto em outra sala, enquanto isso, ele passou uma conta para resolvermos enquanto ele não voltava.

Tudo corria bem. Eu já havia acabado a conta, pois apesar de não ser uma aluna muito energética pra qualquer outra matéria além de biologia, sou rápida com cálculos e quase sempre me saio bem. Eu estava falando com Catrina sobre uma padariazinha que havia aberto no dia anterior perto da minha casa e sobre como os pães de queijo de lá eram bons, até que um aluno espertinho achou que seria uma boa ideia cutucar o ar-condicionado pra ver se aquela porcaria metálica funcionava direito. Adivinha só? Aquele pedaço de lata que soltava água acabou pegando fogo, mas ninguém se atreveu a contar. O fogo se espalhou pelos fios, e então pelas cadeiras de madeira (pois minha sala não tinha objetos de qualidade, então as cadeiras ainda não haviam sido substituídas por cadeiras plásticas). A sala inteira pegou fogo, todos conseguiram sair da sala a tempo. Todos, menos eu... Uma das patricinhas chatas da minha sala que praticava Bullying comigo há anos achou conveniente colocar super bonder na minha cadeira, o que acabou colando minha saia e de sobra um pedaço da minha pele. Catrina tentou me ajudar o máximo que pôde, mas já era tarde demais. Por que eu? Com todas aquelas pessoas horríveis da minha sala, pelo menos 95% delas mereciam morrer. Mas no lugar disso, a escolhida fui eu... Agonizei pelos meus últimos segundos, e então, faleci.

Continua~

Uma vida sem você ➸ YuriWhere stories live. Discover now