𝐿𝑜𝓈𝑒 𝓂𝓎 𝓂𝒾𝓃𝒹 - 𝐿𝒾𝓁 𝒫𝑒𝑒𝓅

Capítulo 4

       𝓖𝓘𝓞𝓥𝓐𝓝𝓝𝓐

Há minutos, que mais se assemelham a séculos, estou deitada em minha cama. Por algum motivo, eu ainda acredito que isso aliviará a dor em minha cabeça. É como se pudesse explodir e me esforçar para desembaralhar minhas memórias da noite passada não está ajudando.

Demorou bastante, mas criei coragem para levantar e guiar-me até banheiro na intenção de tomar um banho. Eu até consegui e foi uma boa ideia, afinal consegui organizar minhas lembranças. Mas, antes da minha suposta "vitória", acabei vomitando muito e é provável que eu tenha colocado todos os meus orações para fora do corpo.

Após me vestir, deitar-me outra vez parecia ser a escolha mais inteligente. Aproveitei o momento para olhar meu celular e estava com certo friozinho na barriga porque não me lembro de pegar o contato do cara de ontem. É meio tosco estar pensando nele quando posso ter postado fotos constrangedoras em minhas redes sociais.

Cruzei meus dedos quando o Instagram notificou-me e franzi minhas sobrancelhas ao ler: " @lilpeep seguiu você."

Foi surpreendente e meio gratificante descobrir que era o perfil de Gustav, o carinha da noite passada, segui de volta. Embora seu estilo fosse um pouco diferente e até mesmo ousado, jamais pensei que ele fosse cantor. Isso facilitou minha pequena busca.

Pesquisei seu nome no Google, fucei todo seu Instagram e o Twitter, escutei algumas músicas e é constrangedor assumir, mas olhei o perfil de algumas ex-namoradas. Fiquei bem para baixo depois de ver como elas são bonitas.

— Eu não acredito, você é uma stalker. - Lindsey comenta me fazendo encará-la com um sorriso irônico.

— É você que estava me observando secretamente. — Retruco. — E eu só queria saber o básico de alguém que me trouxe em casa. - Sorrio falsamente.

— Pelo menos eu te ajudei. - Lindsey deu de ombros enquanto se aproximava, logo pegou-me desprevenida e puxou o celular da minha mão. — Você é uma stalker mesmo. Está há duas horas pesquisando sobre ele. - Diz boquiaberta.

— Não vou mais falar sobre isso. - Cruzo meus braços demonstrando indiferença.

— Tá. - Concorda. — Mas, vamos sair mais tarde e você vá comer alguma coisa. - Seu tom soou autoritário e eu, na mesma hora, revirei meus olhos.— Fofoca de homem não alimenta ninguém. - Resmunga deixando o cômodo.

Entendo que preciso comer e vou, porém, não estou com fome o suficiente. Além disso, acabei com todas as calorias da semana no almoço na casa da minha avó.

Guiei-me até a cozinha e coloquei uma boa quantidade de salada. Lindsey que observava enquanto tomava um copo de água, pareceu ficar feliz com minha atitude. A mesma tagarelou um pouco sobre como a festa seria divertida e depois foi tomar banho. Então, sorrateiramente, livrei-me da salada. Sei que é errado fazer isso com comida, mas também  não posso ficar gorda.

Afastei esses pensamentos e decidi começar a me aprontar. Eu não estou muito interessada em ir nessa festa, mas enrolar Lindsey é impossível. Vestir a primeira peça de roupa, fazer uma maquiagem básica e prender o cabelo pareceu ser o suficiente.
Em poucos minutos, terminei de me aprontar e já estava sentada no sofá esperando. Minha amiga surgiu extremamente arrumada e não disfarçou seu olhar torto para o meu lado.

— Qual é o lugar? - Pergunto, já que fiquei encarregada de chamar um uber.

Ela passou-me o endereço e acrescentou: — Já mencionei que sua babá estará lá? - Ajeita sua bolsa agindo naturalmente.

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O lugar está repleto de pessoas, a iluminação é pouquíssima e sem dúvidas, eu sou a mais vestida. Mas, moletom e calça me deixam confortável.