Capítulo 63

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𝓖𝓘𝓞𝓥𝓐𝓝𝓝𝓐

Como classificar o ano passado? Essa foi sem dúvidas a pergunta que mais me fiz durante as festas que ocorrem no final do ano. A verdade é que eu fiquei surpresa, afinal não teria como classificar o último ano sem usar a palavra surpreendente pelo menos um milhões de vezes. É inimaginável o quanto minha vida mudou em questão de meses.

Outra verdade, que precisa muito ser mencionada, é que eu nunca estive tão bem comigo mesma. Normalmente eu não me sentiria confortável em passar datas comemorativas com outra família, porém, isso não aconteceu, muito pelo contrário, fui devidamente acolhida e talvez, a família de Gustav tenha me tratado melhor que a minha. Além disso, nenhum deles deixou de citar Emma, apenas parei de vê-la como um problema.

Trabalhar em minha confiança não foi uma escolha e sim, uma necessidade, já que estava sendo difícil lidar com diversas coisas que preciso enfrentar diariamente, ou raramente como foi o ocorrido com James. Nunca achei que seria intimada a depor, mas como tinham provas que James me envenenou e matou-se, esse assunto não estendeu-se muito, pelo menos não na justiça, já na internet o assunto explodiu. Embora nada tenha sido fácil, precisei tirar uma lição de tudo que aconteceu.

Contudo, eu era a única sentir-me mais confiante. Lembro-me me perfeitamente do primeiro show da turnê, Gustav estava extremamente ansioso, isso deixou o seu medo de fracassar muito evidente aos meus olhos, provavelmente não só nos meus e sim,
nos de todos presentes. Ele não queria entrar no palco de jeito nenhum porque acreditava não conseguir fazer mais "isso" e na minha visão, isso significava não conseguir mais realizar seu sonho.

Embora não tenha sido a coisa mais fácil que fiz, já que era uma tortura vê-lo triste, consegui fazê-lo "pelo menos tentar". Eu nunca tive dúvidas, soube que ele ia conseguir se acalmar e fazer um ótimo show, mesmo sem pílulas ou qualquer outra droga.

O resto do show não é tão importante, basicamente resumiu-se em uma mocinha emocionada e muito chorona, que estava e ainda está orgulhosa do seu namorado. Nada disso é muito relevante e eu, vou precisar confessar que só não quero mencionar esses detalhes bobos porque a mocinha sou eu.

Esse não foi o único momento difícil da turnê, na verdade, tenho certeza que Gustav ficou bem mais
assustado com o show no Brasil porque decidi  apresentá-lo para os mais próximos da família. Minha opção era apenas sairmos com todos, algo simples e discreto. Mas, minha avó decidiu fazer um almoço em sua casa e sim, ela convidou toda a família. Sem mencionar, que a mesma fez questão de ir em um show do "primeiro namorado que já é noivo da netinha dela".

Na mesma semana, Gus aprendeu expressões péssimas com Luciano, por exemplo: "Surra vaginal", no caso deveria ser surra de outra coisa, mas Gustav não conseguiu pronunciar direito, então meu primo mudou e de acordo com ele, será muito útil para quando estivermos brigando.

É óbvio que eu fiz questão de deixar bem claro que era proibido citar qualquer coisa que o Luciano ensinou para o meu namorado no almoço com a minha família. O meu novinho, que finalmente fez outro pedido, ficou mais nervoso ainda quando descobriu que meu pai também foi convidado. Mas, acabou não podendo ir.

No final, me senti muito realizada por tudo ter saído bem e eu, não imaginava que nada no mundo
poderia me deixar mais feliz. Entretanto, como já mencionei anteriormente, Gustav pediu-me em casamento outra vez.

Aconteceu depois que voltamos aos Estados Unidos, em New Orleans, para compensar a vez que ele "estragou" minha viagem. Adentramos o quarto do mesmo hotel, que estava exatamente do mesmo jeito daquela vez. Todos os detalhes, até mesmo o meu pijama e a caneca de chá em cima da mesa.

𝐿𝑜𝓈𝑒 𝓂𝓎 𝓂𝒾𝓃𝒹 - 𝐿𝒾𝓁 𝒫𝑒𝑒𝓅Donde viven las historias. Descúbrelo ahora