Amor

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Realmente havia bastante serviço no velho celeiro, que necessitava urgentemente de uma   reforma, o telhado apodrecido exibia muitas infiltrações que poderiam comprometer o grande estoque de feno usado o ano todo na alimentação dos animais.
Os fardos enormes deveriam ser acomodados em um local provisório, evitando assim que se molhassem durante  uma eventual chuva.
Retirei minha camisa, ficando somente com minhas calças justas e botas, erguia os grandes  pacotes de capim seco e os empilhava em largas colunas, queria terminar logo aquele expediente, tomar um banho gelado, comer alguma coisa antes de me atirar em minha cama macia e confortável.
De repente, fui surpreendido por mãos finas me envolvendo o abdômen molhado de suor, imediatamente me livrei do robusto fardo, deixando-o se espatifar no chão, me  virei e para minha surpresa estava de frente com Khristina.
Nossos corpos se colaram:
- Resolvi lhe dar um pequeno susto... consegui? - ela sorria.
- Um pouco... esperava encontrar algum malfeitor ou coisa parecida, jamais  um anjo..
Minhas palavras de carinho fizeram seus olhos adquirirem um brilho especial:
- Gustafhson, você sabe o que sentimos um pelo outro, não negue...
Desviei meu olhar do seu:
- Khristina...  fui acolhido como um filho por sua família, portanto, a tenho como uma irmã.. uma irmã querida...uma irmã que nunca tive.
Ela se desvencilhara abruptamente de mim:
- Não é verdade! Você sabe que o que me diz é uma idiotice! Não negue esse sentimento Gustafhson! Não seja covarde! Você me ama tanto quanto eu amo você! - seu belo rosto agora havia se transfigurado.
Não conseguia pronunciar mais nada e me sentia um fracalhão, por fugir desse sentimento que pulsava durante tanto tempo dentro de mim.
Limpando as lágrimas, Khristina se reaproximou de mim:
- O que sinto por você é algo que não posso descrever com palavras, Gustafhson, é muito mais forte que eu, me domina por completo... me sinto sua desde que meus olhos pousaram sobre os seus naquela manhã infeliz a dez anos atrás. Será que não entende?-continuou:         -Impossível você não ter notado todo o  gigantesco amor que nutro por você! Impossível!  - as lágrimas voltaram a inundar seu rosto:
- Não seja covarde, Gustafhson! - seu abraço era forte e acolhedor.
- Khristina. .. confesso que fui um covarde em fugir desse amor, lutei com todas as minhas forças na tentativa de extirpar esse sentimento de dentro do meu peito, mas foi em vão. Várias possibilidades me passaram pela cabeça até em fugir, ir pra bem longe. . Quem sabe ir atrás do meu irmão, desaparecido. - sentia um enorme alívio enquanto desabafava.
- Porque isso Gustafhson?  Fugir é para os fracos e você em toda a sua vida, demonstrou ser um homem valente, isso não combina com você, meu amor.- seu olhar penetrava como uma flecha nos meus.
Não pude mais resistir a esse amor que ardia em meu peito, acariciando levemente seu rosto molhado e tomado pela emoção, lhe confessei:
- Khristina, eu te amo com todas as forças que há em mim ! Você domina meus pensamentos e me rouba docemente a paz. Enfrentarei o mundo se preciso for para ter você junto comigo.

Vampiros: Sangue & SexoWhere stories live. Discover now