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Finalmente o filme tinha acabado e eu estava completamente pálida. O final tinha sido de morrer e eu estava mortinha por pegar uma venda e por nós olhos para que aquela criatura não me matasse, quer dizer, não me matasse daquele jeito neh, a vontade de desaparecer ainda existe como é óbvio mas morrer daquela forma nem tem sentido.

-Então? O filme não mordeu pois não? E parece que comeste tudo!- fala Soobin apontando para a caixa vazia.
-Eu posso até ter comido tudo, mas eu estou morta por pôr uma venda nos meus olhos!
-Ah é?
-É!
-Então, onde tens a venda?
-Vê no meu armário! Tem lá meus lenços que eu ponho no pescoço, pega logo logo logo!
-ok, estou indo.

Soobin sai da sala e se dirige ao meu quarto.
Ele abre o armário e procura pelo lenço.
Quando estava a retornar à sala, Soobin passou pela porta do banheiro. O mesmo decidiu entrar para ter a certeza de uma coisa.

Ele abriu a porta do armário branco que se encontrava encostada à parede e pegou nos objetos cortantes que ocupavam uma das prateleiras da mesma.

Quando retornou à, eu estava com as mãos sobre os meus olhos enquanto cantava uma música para me acalmar, eu ainda estava a morrer de medo que aquele bicho me atacasse.

Senti as minhas mãos sendo agarradas, eu pensei que fosse o monstro do filme então dei um salto.

-p*ta m*rd*, não me me mata agora por favor.- suplício choramingando
-Por mim você nem morria- fala Soobin retirando as minhas mãos de minha face

Eu, ainda de olhos fechados, senti um tecido fino ser enrolado em minha face.

-Yuri, agora você está segura. Queres que te leve para o quarto?
-Eu tinha de te pedir de qualquer jeito- falo fazendo biquinho.

Soobin, então, me pega ao colo estilo noiva e começa a andar devagar até meu quarto.

Quando me senta na cama eu ouço passos à minha volta então começo a virar a cabeça em busca do barulho.

-Soobin é você não é?- pergunto esticando os braços procurando o corpo do mesmo.
-Sim sou eu.- responde segurando gentilmente meus braços.

Eu podia jurar ter sentido a respiração de Soobin batendo em minha boca, mas essa sensação foi cortada com o só posto afastamento do mesmo.

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Soobin me ajudou a vestir o pijama, pelo menos a parte de baixo.
Estávamos os dois deitados na cama, com os cobertores até ao pescoço, um de frente para o outro.
Podia se ouvir a respiração de nossos corpos de lonje. Mesmo eu não vendo nada com o lenço, eu podia sentir e ouvir na mesma. Estava um clima de tenção um pouco incomodativo, até que ouvi a voz de Soobin.

-Yuri, essa venda está me incomodando. - fala tentando tirar o tecido que cobria meus olhos.
-Não!- grito ao sentir o contacto e coloco as mãos ao lado do lenço
-Yuri, eu estou aqui.- fala finalmente retirando o lenço de meus olhos. -nenhum mostro te vai assombrar, eu não deixo.
-você Jura?
-juro- fala apertando levemente as minhas bochechas--pode abrir os olhos, eu estou aqui.

À medida que os meus olhos se abriam e que a minha visão se focava, comecei a ver a silhueta de Soobin à minha frente, bem perto do meus rosto na verdade.
Meu rosto já fervia e o ar já não cabia em meus pulmões.
Nossos rostos iam se aproximando cada vez mais e eu estava a tremer por todos os lados.
Nossos lábios se tocaram, deixando um selinho bem demorado.
Era necessitado o contacto entre as nossas bocas, sem malícia, só carinho e amor.
Nós separamos simplesmente por falta de ar e sorrimos tímidos.

-Eu... acho melhor dormirmos-fala Soobin poxando mais para si o lençol cinza que cobria nossos corpos.

Fechamos ambos os olhos e o silêncio instalou-se e este foi quebrado pouco tempo depois com a frase "eu te amo" dita por Soobin.

-Eu também te amo Soobin-eu respondo e minutos depois ambos nos estávamos dormindo

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'Assim que se olharam, amaram-se; assim que se amaram, suspiraram; assim que suspiraram, perguntaram-se um ao outro o motivo; assim que descobriram o motivo, procuraram o remédio.' - William Shakespeare

can I hear your voice? | choi soobinOnde histórias criam vida. Descubra agora