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oii, tudo beleza?

Kihyun só pensava em sua cama.

O expediente no café estava chegando ao fim, e a noite caia. O outono chegava em Seul, e acompanhado dele, veio o frio e as chuvas. Não iria mentir, não gostava muito de chuvas, preferia o clima fresco e o brilho do sol.

Estava ajudando Hyungwon a terminar de limpar o café e deixar tudo no lugar, limparam as mesas, o chão, lavaram a louça e deixaram tudo brilhando. Kihyun vestiu seu sobretudo, pegou seu guarda-chuva e despediu-se de Hyungwon. Graças a Deus era sexta feira, isso significava que teria o final de semana para descansar, e claro, estudar.

Saiu do café e tomou seu rumo para casa. Não era tão longe, então ele iria de pé, mesmo que estivesse naquela chuva forte. Era por volta das 22:00hrs, e Kihyun andava apressadamente para casa, queria apenas chegar, tomar um banho quente e assistir algumas séries comendo umas besteiras na sua cama quentinha, acompanhado de seu amado edredom. Entretanto, avistou algo estranho.

Um garoto, desnorteado, corria pela rua deserta. Não conseguiu entender, mas ficou de uma certa maneira confuso. Não era o tipo de pessoa que parava para tentar ajudar um estanho no meio da noite, além do mais estava chovendo, e a rua estava vazia, o que poderia fazer?

Pensou em pegar o caminho de volta, e ir para um ponto de ônibus mais próximo, mas não conseguiu quando viu o garoto se ajoelhar no chão. Estava chorando, e Kihyun começou a se desesperar. O que iria fazer? Ele estava paralisado!

Vamos, Kihyun. Ele precisa.

De repente, se aproximou do garoto, e abaixou-se ao seu lado, compartilhando o guarda-chuva com o garoto de fios cinza. Não soube bem o que fazer após isso, mas o menino levantou os olhos observando Kihyun, estava devastado. Kihyun, no entanto, não conseguiu dizer nada, não sabia o que fazer, mas também não poderiam ficar daquela forma, numa rua deserta, enquanto o mundo caia.

- Não precisa fazer isso. - Kihyun ouviu a voz baixa e rouca do garoto. - está chovendo, siga seu caminho.

- Eu tento te ajudar e é assim que me agradece? - disse, indignado. - levante-se, você pode pegar um resfriado.

- Você também pode.

- É, posso sim. Mas a diferença entre nós dois, é que eu não estava na chuva.

Silêncio. O garoto estava acanhado, mas mesmo assim acompanhou Kihyun quando o mesmo levantou.

- Qual é seu nome? - Kihyun perguntou-o. O garoto tinha seus ombros caídos e um olhar que Yoo não conseguia decifrar.

- Sou.. Sou Changkyun. - disse, até então observando Kihyun. - e você?

- Me chamo Kihyun. - claro que queria perguntar o que havia acontecido, não por estar curioso ou algo assim, estava começando a se preocupar com o garoto. O mesmo tremia e tinha suas roupas molhadas, nem ao menos sabia se aquele menino tinha casa! - Mas então... Para que lado é sua casa?

- Não quero falar, muito menos voltar pra casa. - os olhos começavam a marejar novamente, e Kihyun não sabia o que fazer. Não sabia lidar com pessoas chorando.

- Mas se você não quer voltar, tem algum lugar para ficar? Creio que ficar perambulando pelas ruas não é a melhor das opções. - Kihyun o observou, o garoto estava pensativo, com certeza não tinha pra onde ir.

- Não. - suspirou. - não tenho pra onde ir, além do mais, você não deveria estar se preocupando comigo. - concluiu, saindo de perto de Yoo.

Kihyun suspirou impaciente. Apenas queria ajudar o garoto, o menino mal conseguia falar uma ou duas palavras e seus olhos enchiam. Tudo bem que, Kihyun não devia estar se preocupando com um estranho, nessa parte Changkyun estava certo, mas não é por isso que deixaria o garoto na rua, ainda mais daquele estado.

- Changkyun! - o garoto se virou para ele. - Eu só quero ajudar você, por favor, aceite. - A chuva começava a aumentar, e só haviam eles ali, parados no meio da rua. - Você não está em condições de ficar sozinho, pelo que percebi. Então me deixe te ajudar pelo menos hoje.

Changkyun hesitou, mas logo depois se aproximou de Kihyun novamente, em silêncio. Kihyun compartilhou o guarda-chuva com Changkyun, porém o garoto era maior que ele, então estava um pouco difícil ficar com o braço estendido enquanto andavam. Por impulso, Changkyun levou sua mão ao guarda-chuva, e acabou encostando-a na de Kihyun. Não demorou muito, ele pegou o guarda-chuva e passou a segura-lo. Yoo agradeceu em silêncio, porém sentia algo em si formigar após aquele contato.

Ah Kiki, por favor, sem paixonites agora, hum? Ele é apenas um estranho que você acabou de conhecer e está levando pra casa, super normal.

Errado, nada normal, onde está com a cabeça Kihyun?

Pra falar a verdade, nem ele sabia. Só queria que aquele garoto tirasse aquela expressão triste do rosto e, certamente, se o deixasse na chuva se sentiria mal por isso.

obrigada por chegar até aqui. ♡

Lost in The Rain - ChangKiWhere stories live. Discover now