Capitulo 2

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Fiquei confusa neste momento. Estaria esta menina a brincar para encher a minha cabeça de perguntas? Seria ela mais esperta que eu? Ela quer baralhar a minha cabeça.

De repente comecei a sentir um grande aperto no coração. A minha respiração começou a ser lenta mas forte permitindo que os meus batimentos não parassem neste momento. Meti a minha mão no peito tentando respirar devagar.

Olhei para a cara da menina e ela encontrava-se com o rosto preocupado. "Oh não..." Disse a menina.

Eu encontrava-me com maiores dores, mas agora não era só no coração mas como também na barriga. Já não sentia as minhas pernas com estas dores todas, por isso deixei-me cair no chão frio e húmido.

A menina começou a correr dali para fora e a única ação que fiz foi gritar-lhe "Espera! Onde vais?" "Fica aqui, eu já volto!" Respondeu ela já do outro lado da rua.

A única coisa que conseguia fazer agora era chorar e parecia que todas estes litros de agua não acabavam.

Vi um pedaço de espelho apenas a um metro de distancia de mim. Fiz toda a força que conseguia para alcança-lo e lá consegui. Apontei-o para o meu rosto e vi o meu estado. Parecia uma alma penada, estava toda branca, com o lábios gretados e roxos. Os meus olhos tinham perdido todo aquele brilho que tinham. Agora estavam mais escuros e mais pequenos. Não só o meu rosto estava mais frio como o meu cabelo mais claro e mais triste.

Comecei a ficar com muito frio. Parecia que a temperatura tinha baixado 10ºC assim de repente.

Comecei a ouvir sons. Levantei o olhar para cima e vi montes de "pessoas" a chegaram ao pé de mim. Pareciam Zombies. Eles todos com roupas desfeitas e horrendas. Não só isso como também vinham todos cheios de sange pelo corpo fora.

Era agora, era agora o meu fim. Agora parecia que a minha vida passava-me pelos olhos, cada segundo, cada nota, cada sorriso e cada desgosto. Só há uma coisa que não encaixa nisto tudo... Afinal, como é que vim aqui parar? Só me lembro que tinha acabado de sair da escola. Hoje ia sozinha, por isso agarrei no meu telemóvel e nos phones e comecei a ouvir musica. Como sempre era uma musica calma e relaxante que me ajudava a pensar no dia de hoje.

Comecei a dar passos pelo caminho de pedras em direção à minha casa. Não ficava muito longe e já sabia o caminho de cor. Fechei os olhos para ir mais leve e descansada. Comecei a sentir-me bem e parecia que o mundo era só meu. Alem disso parecia que o tempo estava do meu lado, pois havia um sol reluzente e o céu estava limpo.

Mas de repente comecei a sentir umas grandes correntes de ar. O sol parecia que tinha desaparecido e comecei a ouvir uns corvos. Abri os olhos e estava numa floresta, para mim desconhecida. Não era bonita e tinha um ar tenebroso. Olhei para trás e não vi saída. Pensei o pior... Eu estava perdida...

Mesmo naquele momento enchi-me de coragem e comecei a andar a ver se encontrava a saída para voltar a casa.

Continuei a andar para ver tudo o que estava ao meu redor. Apenas parecia um caminho sem fim pois as árvores tinham todas as mesmas formas e cores. Até que cheguei ao pé de uma árvore que tinha uma placa... A placa estava toda suja e as únicas letras que se conseguiam ver era a primeira e a última, pelo menos é o que eu acho...

Segui a placa e cheguei ao local onde me encontro agora rodeada por estes monstros todos.

Já estava a rezar pelo meu fim até que oiço o ruído de uma mota a vir na minha direção.

Quem a guiava era a menina. "Agarra o meu braço!" Gritou ela. Quando ela se aproximou agarrei-a subindo assim rapidamente para trás dela.

Ela guiou-nos até à casa "nova". Agora de perto parecia mais bonita, mas com este ambiente todo não era um lugar acolhedor.

Eu estava a ficar sem forças, estava a ver tudo à volta... A menina levou-me ao colo, entramos dentro da casa e deixou-me no sofá. De seguida foi a correr até à porta para fecha-la bem.

"Porque me salvas?" Perguntei-lhe. "Não me faças perguntas... Tu sabes a resposta, alias tu sabes quem sou... Tu sabes que eu sou o teu bem mais precioso"

Nada respondi. Na verdade eu estava perdida com isto... Afinal, ela quer o meu bem? E como assim eu sei quem ela é? Eu não faço a mínima ideia. Só espero que isto seja um pesadelo e que vou acordar na minha cama, no meu quarto.

Estava a ficar com sono, e os meus olhos começaram a fechar lentamente.

"Por favor não os feixes" Disse-me ela com cara triste olhando-me. "Tenho sono" Respondi."Tenta só esperar umas horas" Mas como é que ela conseguia estar tão calma nestes momentos... E porque me está a salvar? Sinceramente não confio nela. Sempre ouvi que não devemos confiar em estranhos principalmente quando parece que vieram de um filme de terror...

Não resisti e fechei-os. A última coisa que ouvi foi a voz da menina "Por favor agora não" mas acho que foi tarde demais... Acabei por adormecer.

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DESCULPEM! Eu depois de ter publicado o capitulo anterior fui a Espanha e nunca mais tive tempo de publicar nada! Depois de ver os comentários decidi que já era hora de dizer alguma coisa. 

Espero que estejam a gostar mesmo e DESCULPEM mais uma vez! No domingo irei publicar mais um capitulo e espero conseguir publicar durante a próxima semana.

Bairro AssombradoWhere stories live. Discover now