Capitulo 3

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"Onde estou?" Perguntei-me. Agora estava bem, não sentia a dor, melhor dito, não sentia nada. Levantei-me e olhei para o meu redor. Encontrava-me num espaço em branco, sem portas e sem saídas. "Onde estou?" Perguntei-me de novo. "Alguém?!" Gritei.

Não obtive resposta, apenas ouvi o eco da minha voz por todo aquele lugar. Parecia que estava noutro mundo, um mundo onde nada continha, onde parecia que se tinham esquecido de continuar a pintura.

Comecei a andar sem direção alguma, penso eu. Em total já tinha dando 20 passos e tudo continuava na mesma, sem linhas, sem sinais, sem portas ou sem paredes.

Uma musica começou a ser cantada na minha cabeça e recordei a melodia daquela menina com apenas 11 anos. Agora já sei que melodia era aquela... Era sem mais nem menos a melodia da musica "Moon River". Lembro-me de ser uma menina pequenina que ouvia sem parar essa música. Para mim era fascinante sem sequer saber o que dizia. Lembro-me que havia uma amiga minha que a cantarolava todos os dias de manha ao chagar à escola. Até que um dia ela desapareceu sem deixar rasto. Há quem diga que ela teve um acidente, há quem dia que foi raptada ou há quem diga que simplesmente se mudou. Mas sinceramente eu não me importava pois era uma criança naquela altura, e não pensava nesses casos. Em realidade eu nem me dava com ela. Ela era uma menina mimada que tinha tudo o que queria. Tratava mal aos outros e lembro-me que um dia lhe disse umas palavras um pouco más, a favor. Essas palavras eram "Espero que um dia, com todo o mal que nos fazes, te façam sofrer a ti". Na realidade eu não tinha culpa do que tinha dito... eu só estava farta do que ela fazia a todos os que se encontravam ao seu redor. Agora sinto-me mal, pois lembro-me que me diziam que ela me defendia muitas vezes há frente de outros.

Depois veio-me à cabeça o bairro onde estive, o bairro fantasma. Será que existiu ou foi fruto da minha imaginação? Na verdade não sei... Aquilo parecia tão real. Não só o toque parecia real, nem a visão, mas sim o cheiro. O cheiro enjoativo daquele lugar era mesmo sobrenatural mas era tão forte que poderia dizer que era bastante real.

Continuava nos meus pensamentos a te ver uma luz ao fundo deste lugar que podemos chamar de tonel. Comecei a correr na sua direção até ver uma grande porta de madeira velha e estreita. Mal ia abrir começo a ouvir a melodia de "Moon River". "Aquela voz..." Pensei. "É ela!" Sim, era a menina. A menina que até agora não me disse o nome, que até agora me veio a assustar.

Ela continuava com a melodia até dizer as palavras "Acorda rápido". As dores todas voltaram. Encolhi-me de dor, estava a ficar sufocada. Parecia que o meu corpo me ia comer pouco a pouco.

Olhei para o meu redor e vi tudo a desaparecer até que ouvi um grande tiro.

Acordei sobressaltada com a respiração ofegante. À minha frente estava a tal menina com o mesmo estado horrível de antes. Olhei para o meu redor e ainda me encontrava na mesma casa, no mesmo bairro. Um armário enorme de madeira encontrava-se à frente da porta fazendo pressão. As janelas estavam todas fechadas com pedaços enormes de madeira, todas elas velhas e sujas.

"Já estas melhor. Estavas a arder em febre" Disse a menina olhando-me. Não lhe respondi, ainda estava em choque. O espaço branco tinha sido um sonho, mas o bairro não. Ou seja, ainda estava em perigo.

"Ainda te dói o cabeça?" Disse ela. Neguei com a cabeça. Na verdade já estava melhor. "Ótimo" Disse-me ela com um sorriso por um lado simpático mas por outro lado tenebroso.

"Quem és?" Perguntei-lhe assustada e com medo da resposta. Uma ideia surgiu-me na cabeça.... E se ela não é uma rapariga mas sim um monstro. Ela não parece simpática, mesmo que demonstre que está um pouco preocupada comigo. Se ela fosse de todo má teria-me deixado morrer no meio dos Zombies, teria-me deixado morrer da febre que tive. Não me teria acordado da aquele sonho.

"Já te disse que não precisas de saber quem sou!" Gritou. "Alias, tu sabes quem sou eu!" Disse ela mais alto dirigindo-se para o meu lado direito.

Lágrimas caíram pelo meu rosto de novo. Mas quem é ela!? O que quer de mim!?

Lembrei-me do tiro que me fez acordar sobressaltada do sonho. De onde veio? Seria real? Enchi-me de coragem e perguntei-lhe,

"Sabes de onde veio o tiro?" Ela levantou-se indo em direção a uma pequena caixa vermelha que se encontrava no chão ao fundo da sala. Era uma caixa de tamanha médio de um vermelho gasto e queimado. Ela ajoelhou se perante a caixa e abriu-a. Montes de pó caíram da caixa ao levantar a tampa para cima. De lá tirou um objeto que ainda não era visível para os meus olhos. Ela ficou estável no lugar perante uns segundos mas logo recuou para mim. Vi que nas suas mãos não delicadas encontrava-se uma arma de fogo.

"Fui eu" Disse ela com um sorriso na cara. "Não te preocupes porque não te vou matar com isto... A não ser que te portes mal" Sorriu de lado.

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PESSOAL! Desculpem a sério! Tenho muita coisa para fazer e não consigo nem ler, nem escrever! Mas aqui têm um atualização! DESCULPEM!

Obrigada por todos os comentários e votos, eu fico mesmo muito feliz!

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⏰ Last updated: Oct 14, 2014 ⏰

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