Fake Bandit ▸ Chanyeol

07.

Durante uma semana eu não vi Chanyeol, ele não apareceu no parque. Por um momento me perguntei se tinha acontecido alguma coisa com ele, contudo, achei absurdo me preocupar com seu bem estar, desfiz os pensamentos.  

Ontem recebi os pagamentos dos meus empregos de meio período, apesar de ainda não ser suficiente para quitar toda a dívida, juntando com algumas economias consigo pagar e diminuir ao menos um pouquinho dela.

Era sábado e eu deveria trabalhar no café, no entanto, pedi uma folga, era necessário ou meu corpo entraria em colapso por conta do cansaço. Dormi o máximo que consegui e quando acordei, me dei conta de que já era meio dia, eu até poderia dormir mais, contudo, meu estômago já reclamava de fome.

Depois de fazer toda minha higiene matinal fui pra cozinha, minha mãe estava colocando a mesa do café novamente pra mim, sem dizer nada ela só acariciou meus cabelos quando terminou e foi terminar de lavar algumas louças que estavam na pia.

— Cadê o papai? - Perguntei levando uma colher de arroz na boca

— Ele recebeu um telefonema e saiu apressado, talvez seja de seu trabalho - Somente assenti e voltei a comer, não tinha mais o que dizer.

Meus diálogos com meus pais se tornaram curtos, como se fossemos estranhos vivendo sob o mesmo teto, não tínhamos o que falar, quando meu pai insistia em conversar, só sabia falar da dívida, parecia que o tanto que trabalho não é suficiente pra ele, tá sempre reclamando como se eu não fizesse o mínimo pra ajudar. É frustrante.

A campainha tocou enquanto eu comia, mamãe e eu nos entreolhamos, ela fez menção de tirar as luvas e ir atender mas me levantei rápido e, fiz sinal pra que ela continuasse ali, eu atenderia. Impaciente a pessoa tocou a campainha mais outras duas vezes antes de eu finalmente abrir a porta.

Impaciente

— Chungha! - Meu nome fora dito por Chanyeol que estava parado em minha porta, totalmente ofegante, como se tivesse corrido uma maratona inteira.

— Oi, você veio cobrar a dívida? - Questionei, ele tentava recuperar o fôlego.

— Você precisa sair daqui agora, vá embora, rápido - Ele mal conseguiu falar, não compreendi .

— Como assim? - Chanyeol segurou meus dois braços e me olhou seriamente.

— Tem que sair daqui agora, o chefe tá mandando alguns homens pra cá nesse exato momento

Minhas sobrancelhas se juntaram, eu não estava entendendo, Chanyeol estava muito afobado e eu confusa ao extremo.

— Pelo amor de Deus, do que você tá falando? Me explica com calma, respira pelo menos. - Encarei Chanyeol, ele respirou fundo, tentanto se acalmar.

— É o seguinte, eu não sei exatamente o que aconteceu. Só o que sei é que meu chefe tá mandando varios homens pra cá e, não é pra cobrar a dívida, ao que parece é pra levar você - Minha boca formou uma circunferência perfeita e eu fiquei encarando ele perplexa.

— Mas por quê eles estão atrás de mim? Eu não tenho pra onde ir, o que eu vou fazer? - Senti vontade de chorar, de desespero, eu não sabia o que fazer,  além de estar muito confusa.

— Eu vou ajudar você, só coloque outra roupa

— Mas e a minha mãe? E se eles a machucarem por não me encontrar? - Eu estava apavorada, minha cabeça totalmente atordoada.

— Fique calma, eles não vão, eu te garanto, agora troca de roupa e eu vou te dizer pra onde deve ir - Finalmente assenti e corri na direção da minha mãe, ela já havia gritado várias vezes perguntando quem era na porta.

Tentei explicar da forma mais básica pra minha mãe enquanto vestia uma roupa adequada. “Eu vou ter que sumir por um tempo”, foi só o que eu consegui dizer, ela ficou obviamente nervosa e começou a fazer um monte de perguntas, eu só estava preocupada em pegar alguns pertences e colocar na minha mochila.

— Mãe, se perguntarem por mim, só diga que não sabe, okay? - Ela me olhava prestes a chorar, estava confusa também, peguei a bolsa e caminhei até a saída, a mais velha me acompanhou até a porta — Eu não tenho ideia do tempo em que precisarei ficar fora então, só confie nele pra lhe dar informações minhas. - Chanyeol se virou pra nós e se curvou pra minha mãe.

— Mas ele não é um bandido?! - Ela questionou estupefata.

— Ele é a única pessoa confiável agora - Foi a última coisa que disse a ela antes de sair rapidamente dali.

Chanyeol e eu caminhamos até uma área mais afastada da minha casa, quando já estávamos longe o suficiente ele me puxou até um pequeno beco que havia ali.

— Olha só, você tem que ir pra esse lugar - Me entregou um pedaço de papel dobrado, abri vendo as informações e endereço de um apartamento. — Eu vou chamar um táxi pra você, vá diretamente pra lá e me espere, de forma alguma abra a porta pra alguém, se a campainha tocar apenas deixe que toque, não faça muito barulho, deixe parecer que o apartamento tá vazio. - Concordei com a cabeça — A senha da porta é essa que tá no papel - Assenti

Chanyeol pegou nossos celulares e salvou nossos números pra que pudéssemos ligar um ao outro caso, algo desse errado ou surgisse alguma emergência. Ele também acenou para o primeiro táxi que viu, entregou dinheiro ao homem e disse o endereço em que ele deveria me deixar.

— Por favor não deixe que façam algo com meus pais, estou te implorando - Pedi, Chanyeol balançou a cabeça positivamente.

— Não se preocupe, agora vá - Entrei no táxi com meu coração doendo, nervosa e aflita, se algo acontecer aos meus pais eu nunca vou me perdoar por sair assim.

Estou confiando totalmente em Chanyeol e eu não sei se estou fazendo o correto, e se ele não for confiável? Se não estiver sendo sincero? Se isso for só um plano do chefe dele realmente pra me sequestrar? Aliás, eu não fazia ideia do porque me querem, nossa dívida está sendo paga, devagar, mas está.  

Deitei a cabeça no banco do automóvel, daria o voto de confiança a Chanyeol, iria para o apartamento dele e rezaria pra que ele não tivesse me enganado.

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A fanfic ta com quase 1k de views, obrigada mores ❤