O destino pregando peças

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Aquele deveria ser mais um dia "comum" na vida de Harry.

Deveria.

Como chefe dos aurores, ele já deveria saber:

Nada nunca é comum.

Após uma missão bem sucedida, porém muito arriscada, Harry estava com o braço com uma enorme queimadura.
Por isso, lá estava ele no St. Mundus.

E como chefe e o "Salvador do mundo bruxo" já era óbvio que ele estava em uma sala reservada apenas para o mesmo. Afinal, o mesmo o visitava no mínimo três vezes na semana. [Isso em uma semana tranquila.] Então para minimizar danos, Harry tinha uma sala/quarto onde apartava ou alguém o apartava e uma pequena sirene era ativada para chamar o medibruxo que estivesse disponível mais próximo sem alardes. Todos que estavam no hospital, tinham um pequeno aparelho que emitia a sirene quando ele ou outros de sua equipe que precisassem de atendimento urgente fossem chamados.

Quando eles ainda não haviam adotado tal sistema, diversas vezes, uma aglomeração se causava na recepção antes mesmo de os medibruxos terem a chance de chegar até Harry, o que causou diversos estragos ao longo do tempo.

E agora, Harry estava na sala a espera do curandeiro chegar. E era óbvio como a vida de Harry não poderia ser fácil. Porque a última pessoa que "deveria" atende-lo naquela situação era justamente o medibruxo que iria o atender.

Era tudo o que ele NÃO precisava naquele dia.

Naquele momento em particular, Harry ponderou apenas apartar de volta ao Ministério e fazer algum de seus aurores o curar. Mas, no fundo, no fundo, ele sabia. Ele estava cansado de tanta dor. Já bastava toda a dor que sentia em seu pulso por estar "longe" da sua alma gêmea. Ele precisava ser curado e seus aurores não poderia o ajudar de uma forma que não o deixassem pior. Por isso, engoliu o seu orgulho, enquanto observava o seu querido inimigo entrar por aquela porta.

Que Merlin o ajudasse. Ele com certeza iria precisar.

- Hora hora, se não é nosso herói predileto. Qual o drama do dia? - Um Draco sarcastico o comprimentou. 

- Malfoy - o comprimentou e suspirou - é o meu braço. Um comensal foragido conseguiu me atingir e queimou o meu braço. - Diz mostrando o estrago.

- Ok. Primeiro, me deixe examina-lo. - pegou no braço de Harry e notou algo. - Potter, eu preciso que tire o glamour. - Harry abriu a boca para argumentar - Eu sei que você não quer, já debatemos sobre isso inúmeras vezes, mas se não tirar, teremos um problema sério dessa vez. A queimadura pode ter sido bem mais extensa e dolorosa do que parece por causa do glamour e se eu fizer um feitiço para melhorar e te der uma poção e ela não for o bastante, irá causar infecções. Eu preciso ter a real dimensão da queimadura para poder trata lá. Então, por favor.

Harry quis muito argumentar. Sair daquela sala e procurar outra pessoa para lhe atender. Mas tudo que ele realmente fez, da forma mais relutante possível, a muito contra gosto, foi dizer o mais baixo possível.

- Finite Incantatem.

E abaixou a cabeça.


O seu segredo tinha acabado.

Adeus vida "perfeita".

Guardou tanto tempo aquele segredo.
Acreditava que o guardava tão bem.
Segredo aquele que ele tanto lutou para manter.

Para no fim, justamente para quem ele não queria revelar.

Sua caixa de pandora explodiu.

A bomba relógio foi ativada.

Seu tempo acabou.

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