O dia seguinte

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Draco acordou com uma batida insistente na porta.

- Pai, acorda, tem alguém na lareira chamando por você.

Draco removeu os feitiços que foram colocados por Harry na noite anterior e sentou na cama.

- Eu já vou, Scorpius.

Uma dor na base da sua coluna e em sua bunda o fez estremecer, travando seu maxilar esperando seu corpo se acostumar, respirando fundo. Abriu um sorriso que atravessava seu rosto, colocou uma roupa e abriu a porta do quarto para ver o que estava acontecendo.

Em sua frente, os dois adolescentes o olharam enquanto fechava rapidamente a porta.

- Quem está chamando, Scorpius?

- Não sei pai, não fui até lá ver. Fiquei com medo do que poderia ser e preferi te chamar.

- Ok, Scorpius. Vamos ver quem é. - Diz se encaminhando para a sala.

- DRACO? FINALMENTE! Preciso que chame o Harry. Lilly está comigo até agora e eu preciso ir trabalhar.

- Mande ela via flu, Hermione. Enquanto isso, eu vou chama- lo.

Draco saiu de frente da lareira e foi até o seu quarto, deixando os meninos sem entender nada. Ao abrir a porta do quarto, viu que Harry estava esparramado na cama, tinha pego o seu travesseiro e o estava cheirando enquanto o apertava. Um sorriso largo surgiu em seu rosto. Até dormindo, aquele grifinorio de uma figa o procurava.

Subindo na cama, Draco começou a beijar a bochecha de Harry.

- Amor, acorda.

- Do que você me chamou? - Harry abriu um sorriso mesmo com os olhos ainda fechados. - Acho que eu ainda to sonhando.

- Amor, afinal, você é o meu amor. E eu finalmente posso te chamar assim - Harry abriu mais o sorriso puxando Draco para o seu corpo. - Vamos, levanta. Sua filha está vindo aí e precisamos conversar com os meninos sobre o que vamos fazer e contar sobre nós.

- Ok. Mas antes, bom dia amor. - E deu um beijo em Draco. - Ah! E pode me acordar todo dia assim, viu? Eu amei. - Deu um selinho em Draco o abraçando.

Mas era hora de enfrentar a vida real.

Em pouco tempo, os dois estavam na sala onde Hermione esperava junto de Lilly, Albus e Scorpius.

- Harry, finalmente! Depois precisamos conversar, mas vi que já resolveu o que tinha que resolver ontem. Ótimo. Mais tarde eu volto com o Ron. E pode deixar que eu vou preparar o terreno. Agora eu preciso ir. Fui.

E com um piscar de olhos, lá se foi Hermione.

As três "crianças" então olharam para os dois adultos tentando entender alguma coisa. Para Albus, seu pai tinha voltado pra casa. Era para Lilly estar com a sua mãe aquela hora. Não estavam entendendo mais nada.

- Harry, acho melhor você chamar o Tiago para podermos conversar de uma vez.

- Concordo. Vou chamar Minerva e pedir para que ele venha aqui.

E assim foi feito. Logo, Tiago estava junto aos dois irmãos menores esperando o grande comunicado de seu pai que o tirou da escola.

- Primeiro de tudo, eu preciso que vocês saibam que o meu amor por vocês não mudou. Nada vai interferir nisso. Nunca. Vocês são a melhor coisa da minha vida. Mas eu preciso contar uma parte da minha história para vocês. Eu quero contar que quando eu tinha 16 anos de idade, uma marca surgiu. E essa marca não poderia ter surgido naquela época nem com aquela pessoa. Eu estava no meio de uma guerra, a batalha final estava prestes a começar e eu não podia pensar nisso. Desde o primeiro momento, eu soube com quem seria aquela marca. E se eu for muito sincero com vocês, eu rezei para que ela não surgisse. Mas ela surgiu. Mas eu não poderia de forma alguma deixar que a marca me impedisse. Eu sabia o quanto ela mudaria a minha vida e naquele momento, eu não poderia deixar que nada tirasse o meu foco. Eu precisava lutar e vencer. E eu fiz isso. Eu ignorei a dor e lutei. E quando a batalha acabou, eu estava tão cansado. Eu me sentia tão exausto da vida. Tudo que eu queria era sossego. Então eu optei pelo que me era confortável. Pelo que esperavam de mim. Pelo que eu sabia que me traria felicidade, mas que infelizmente não iria preencher o vazio que já tinha se instalado em mim há muito tempo. E eu vivi a minha vida da melhor forma. Da forma que eu achei mais certa. A que era esperada. Todos os dias, de alguma forma, se tornava um pouquinho mais fácil. Mais a marca vai te cobrar. De alguma forma, ela vai surgir no teu futuro e vai te mostrar o que é felicidade de verdade. A dois anos atrás, eu me machuquei. Eu estava em uma missão e um foragido queimou meu braço. E naquele momento eu sabia que aquilo que eu tanto lutei para deixar camuflado, deixar em segredo, seria revelado. Porém, o que aconteceu foi surpreendente. Quem viu a marca, aquela que eu tanto escondi, era aquele que eu mais temia que a visse. Mas ele viu. E de alguma forma, eu soube. Nada mais seria igual. E não foi. Desde então, cada dia mais, a marca nos fez querer ficar mais perto um do outro. Quando você me contou, Albus, que tinha conhecido o Scorpius e depois que tinha virado melhor amigo dele, a anos atrás, eu sabia que a marca iria me cobrar em um futuro não muito distante. Não pense em nenhum momento que eu não amei sua mãe. A questão nunca foi essa. Eu sempre a respeitei e fui fiel a ela. Ela foi a mulher que eu escolhi para que me ajudasse a aprender a viver. Foi a mulher que me deu três filhos maravilhosos. Mas mais do que isso, ela sempre foi minha amiga. E com toda a certeza do mundo, ela vai continuar sendo essa pessoa. Mas eu não pude mais aguentar. Ontem, quando fomos chamados na escola, eu mais do que nunca, entendi. Ontem, eu fui cobrado por essa realidade, como nunca tinha sido cobrado. Ontem, a marca falou muito mais alto. Não dava mais para continuar. Por isso, ontem mesmo, eu conversei com a mãe de vocês. E o nosso casamento acabou. Da melhor forma que conseguimos, como grandes amigos que somos. Iremos continuar sendo os pais de vocês. Mas as coisas mudaram.

- Pai, eu to chocado, mas eu entendo. Já tinha reparado antes que você não estava bem. Eu só quero que você seja feliz.   Mas você não contou com quem é a sua marca. Quem é?

- Vocês estão olhando para ele.

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