Capítulo XXIII

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Não sei quanto tempo eu e o Louis jogamos, mas em algum momento o sono tomou o controle do meu ser. Acordei em minha cama, devidamente coberta, certamente graças a um certo cabelo de cenoura, que sabe ser um perfeito cavaleiro quando quer.

Rolei na cama desfrutando mais um pouquinho da sensação gostosa de uma boa noite de sono, algo que não faço a um bom tempo. Assim que me espreguiçei minha mão esbarrou em um papel que estava no criado mudo, me sentei e abri o papel, já tendo uma boa ideia de quem o tinha posto lá.

"Sonhos se tornam realidade senhorita Sullivan, afinal eu ganhei.
Devo confessar que vê-lá dormir continua sendo uma das visões mais lindas de se ver. P.S. Fui um perfeito cavaleiro, devia me chamar para um café qualquer dia desses "

Assim que peguei meu celular para olhar as horas, não tive como não rir, Louis tinha  trocado minha tela de bloqueio para uma foto dele ao meu lado enquanto eu dormia segurando a carta do jogo que tem escrito "vencedor".

Por um momento me lembrei dos tempos em que eu e o Louis estávamos juntos, tudo entre nós sempre foi tão natural e espontâneo, estar com ele é  simples como respirar, o seu jeito sempre compreensivo, carinhoso, parceiro e divertido me traz a mesma paz que a brisa do mar. Tão diferente do Conan que parece um mar tempestuoso, seu jeito imprevisível  me traz a sanção de que a qualquer momento vou ser engolida pelas suas ondas.

Balancei a cabeça tentando me afastar desses pensamentos, não é como se estivesse em posição de me envolver com qualquer um dos dois para estar fazendo comparativo de opções.

Subitamente me levantei e joguei as cobertas no chão ao notar os rumos insanos dos meus pensamentos. Levantei e fui até a pia do banheiro jogar água no rosto tentando despertar minha razão.

Ao me olhar no espelho os pensamentos que tanto tentei reprimir inundaram minha mente.

Toquei meus lábios e as lembranças do beijo que partilhei com o Conan passavam como um filme em 3D em minha mente.

"Você está certa  Sullivan não tem por que conversar sobre algo tão insignificante..." Por algum motivo a lembrança da expressão de mágoa, no rosto do Conan fez uma onda de culpa inundar meu coração.

- A noite deve ter sido realmente boa em? Não me diga que você e meu irmão foram tão selvagens a ponto de você estar com os lábios doloridos.- Tomei um susto ao notar Charlie encostada no batente da porta do banheiro, estive tão perdida em meus pensamentos que  não notei sua aproximação.

Aproveitei que a pia está cheia de água e joguei um punhado de água nela.

- Não sou você! - Provoquei.

- Realmente! Você é mais experiente - Ela piscou pegando a toalha para enxugar o rosto.

- Vai a merda labareda de fogo - Joguei mais um pouco de água nela .

- Para Ari!!! Caralho eu acabei de me arrumar.- Protestou enquanto usava a toalha de escudo.

Parei para reparar melhor minha amiga e pude notar que ela estava muito bem arrumada para alguém que tinha acabado de acordar.

- Já vai para o dormitório? - Perguntei curiosa.

- Na verdade não. Eu, a Tessa , o Jones e o Tris estamos indo ao barzinho que fica na rua de trás da faculdade e vim te chamar para ir com a gente, vai ser muito divertido vamos? Vai ter karaokê. - Charlie como sempre me olhava com o seu olhar de cãozinho abandonado que quase sempre me convencia a fazer qualquer coisa.

Porém não hoje.

- Tá louca? Que horas são para você está querendo ir a um bar? O dia nem começou direito tudo que eu quero agora é um bom café da manhã e uma tarde tranquila cercada por meus livros.- Para minha grande surpresa Charlie começou a rir descontroladamente.

Como Fogo e PólvoraOnde histórias criam vida. Descubra agora