Capítulo XLI

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Assim que começou a reunião, eu e Conan fomos apresentados como integrantes da equipe, e para minha felicidade por sermos de setores diferentes nossos encontros na empresa muito provavelmente não seriam tão frequentes quanto eu temia.

Porém a minha sensação de satisfação não durou muito tempo, após alguns minutos já me encontrava impaciente, as horas para mim pareciam intermináveis.

Desde o início da reunião enquanto Estela e os outros apresentavam aquilo que seria a base do projeto e a maioria dos presentes na sala se mostrava inteiramente concentrados, eu por outro lado por mais que tentasse me concentrar e anotar tudo que fosse possível, a sensação de ter o olhar do Conan mim, tornavam a tarefa um tanto quanto inviável.

Todas as vezes que por um deslize meus olhos vagavam em sua direção, seu olhar sempre estava sobre mim e quando nossos olhares se cruzavam ele sorria, desregulando completamente minha frequência cardíaca.

Tudo que eu queria no momento era arrastar ele para fora da sala e perguntar qual era o seu problema, e oque ele tinha na cabeça para agir assim publicamente.

Para piorar ainda mais a situação depois do quê acredito ter sido 2h de reunião pude observar que outros membros da equipe tinham notado a atenção excessiva do Conan direcionada a mim, pois alguns deles olhavam por vezes intrigados de mim para o Conan, aumentando gradativamente o meu desejo de abrir um buraco no chão e me afundar nele até chegar ao núcleo da terra.

- Acredito que já tenhamos discutido todas as pautas da primeira fase do projeto. Estarei aguardando os relatórios de resultado da fase 1 até o iniciou da próxima semana, por favor vamos evitar atrasos. Sendo assim todos vocês estão liberados para darem início as atividades.- Declarou Estela encerrando a reunião.- Dediquem- se! E em caso de dúvidas ou dificuldades me procurem em minha sala! Um Bom dia e bom trabalho a todos!

Assim que a Estela começou suas considerações finais, fui tomada pela sensação de alívio, estava louca para me livrar dessa situação constrangedora e ter a oportunidade de aniquilar o seu principal causador. O Collins iria me pagar com juros e correção monetária o constrangimento que ele me fez passar no débito.

Após vários "Obrigado!" "Para senhora também!" lentamente uma a uma as pessoas foram deixando a sala inclusive o Conan que saiu sendo rebocado por seu supervisor, o que me deixou um pouco feliz em ver que ele não sairia impune diante de seu comportamento inconsequente.

- Também estou liberada?- Perguntei ficando de pé, após estarmos somente eu e Estela na sala.

Ao olhar o relógio fiquei surpresa por já estar praticamente na hora de almoço, me peguei imaginando como estaria a Jess me esperando por todo esse tempo.

- Só gostaria de falar com você por um instante antes que vá, sei que tem outros compromissos com a faculdade mas prometo não tomar muito de seu tempo- Pediu com um olhar sério que me fez gelar por inteiro.- Sente-se por favor!

- Tudo bem!- Concordei tensa.

Sem outra opção me sentei novamente já tendo uma boa noção dos rumos dessa conversa, e mentalmente mais uma vez xinguei o Conan por me colocar nessa situação.

- Ariel, gostaria que me respondesse algo e que seja o mais sincera possível Ok?- Declarou olhando em meus olhos ao dizer cada palavra.

-Ok!- Respondi enquanto sentia se esvair todo vestígio de esperança de que minha intuição sobre o assuntou da conversa estivesse errada.

- Notei que o jovem Collins não tirou os olhos de você nem por um segundo durante toda a reunião, sei que estudam na mesma universidade por esse motivo gostaria muito que fosse sincera comigo, existe algo entre vocês dois? Algum tipo de relacionamento?- Questionou ela.

Como Fogo e PólvoraOnde histórias criam vida. Descubra agora