capítulo 08

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Analu 💫

Abri a porta, na minha pior cara.

De cansada, de quem chorou a noite inteira e não dormiu.

Apenas olhei novamente, pois sentia que era uma miragem estranha.

Lobão: Tu fumou? - Olhei pra ele.

Analu: Tô com sono, o que vocês querem? - Falei abrindo a boca, em bocejo.

Rato: Saber como tu tá.

Analu: Como conseguiram meu endereço? - Falei apoiando na parede.

Rato: Sei de tudo, consigo tudo...- Empurrou a porta.

Analu: Me dá licença, irmão...- Tentei fechar, mas não deu em nada.

Apenas cobri meus seios com a mão, já que eu estava com um vestido de dormir transparente.

Lobão: Não invade a casa dos outros assim não, otário...- Bateu na cabeça no Rato.- Parada feiona, irmão.

Ele tirou a blusa, me entregando. Continuei achando que era um sonho e apenas vesti a blusa, me sentindo mais confortável.

Rato: Só quero saber como tu tá? Fiquei sabendo das paradas que aconteceu, mó barra.

Luiz: Ana Luíza? - Escutei a voz dele no corredor, aparecendo na minha porta com uma pistola na mão.- Jefferson?

Analu: Aí...- Falei alto.- Guarda isso.

Lobão: Luiz? - Sorriu de lado.

Luiz: Esqueleto passa fome, caralho...- Se aproximou.

Analu: Esqueleto? - Virei olhando pro lobão.- O meu namorado?

Lobão: Tu tá de caô...- Me olhou em seguida olhou pro meu pai.- Eu tava ligado que te conhecia cara, tá maluco?

Rato: Ela é a sapatão? - Olhei pra ele com ódio.

Analu: Desgraça, seu cu..- Falei alto, olhando minha sandália nele, que ria.

Vagas lembranças se passaram pela minha mente.

Quando eu era mais nova, lá pelos cinco anos, eu vivia brigando com o "Jhefinho." Ele e o "jão." Eram meus melhores amigos.

Jefferson tinha apelido, por ser muito magrinho na época, muito mesmo...

A gente namorou quando mais novos, vivíamos trocando beijinhos, até meu primeiro beijo ser com ele.

Já o João, era meu melhor amigo e por mim, conheceu o Jefferson.

Eu, era chamada de "sapatão." Por só andar com meninos, no caso, os dois.

Era como se tudo fizesse sentido e do nada, toda conexão de antigamente voltasse.

Jefferson tava muito mais gato, claro. Não é nem perto do que era antes.

Assim como o João.

Eu olhava pros dois, meu pai também.

Eu tinha certeza, era tudo um sonho.

Luiz: Caralho parceiro, tu era meu filho...- Abraçou o Lobão.

Antigamente, o Jefferson só vivia lá em casa e era tratado como filho...

Luiz: Tua irmã, como tá?

Lobão: Tá bem parceiro, é uma prostituta.- Sorriu, fazendo toque com ele.

Rato: E aí, melhor amiga...- Falou debochado.- Tu ainda tem medo de dormir sozinha?

Analu: Max nunca saiu do meu lado, cara...- Falei surpresa, fazendo ele me olhar com mais deboche ainda.

Rato: Tu tá gastando, porra. Tu tem quase vinte anos...- Falou alto, me fazendo sorrir.

Lobão: Tu dorme com um ursinho de pelúcia, Ana Luíza?

Analu: Eu tenho medo de dormir sozinha gente, qual problema?

Luiz: Que você já é uma quase adulta?

Analu: Ah pai, até você? - Falei rindo.

Corri pro meu quarto e voltei com meu urso de pelúcia em mãos.

Os meninos não acreditaram, mandando eu tacar fogo, que era infantil.

Neguei com a cabeça, todos invejosos.

▪▪▪

Luiz Alves, 35 anos.
Vulgo: Fumaça.

Vulgo: Fumaça

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