capítulo 55

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Analu 💧

Me acordei de cinco horas em ponto e fui direito criando coragem pra tomar banho.

Se tinha uma coisa que eu mais odiava na minha vida era hospital.

Sempre que eu pisava lá, eu ficava arrepiada ou imaginando coisas ruins.

Eu não queria ficar lá de noite, sozinha. Mas eu sabia que o Miguel precisava, porém eu não ia conseguir.

Tomei banho, vesti mais uma blusa do Lobão e uma calça, coloquei uma rasteirinha e sai do quarto, no silêncio.

Fui, tomei o suco de laranja que já tava pronto, comi um pedaço de bolo e depois pão com queijo, o que foi suficiente pra encher minha barriga.

Voltei subindo as ecadas e entrei no quarto, fui pro banheiro escovei o dentes e percebi que eu tava sem paciência pra fazer maquiagem.

Voltei pro quarto e me sentei na cama, do lado do Lobão que dormia.

Passei a mão no braço dele e logo ele abriu os olhos, me encarando.

Analu: Amor, eu vou passar o dia com o Miguel, tá bom? - Falei passando a mão no rosto dele.

Lobão: Quer que eu te leve? - Murmurou.

Analu: Não precisa, eu vou de uber.- Ele esfregou rosto, se sentando na cama.

Lobão: Eu confio em tu, fode não! Se tu chegar com um arranhão na minha moto eu como teu cu. Vai com ela.- Sorri animada.

Analu: Obrigada.- Abracei ele, que beijou meu pescoço.

Lobão: Tu vai dormir lá hoje?

Analu: Eu não sei, espero que o Miguel saia do postinho hoje, porque não vou conseguir passar a noite lá.

Lobão: Qualquer coisa você liga.- Me deu um selinho.

Analu: Bafinho matinal, delícia.- Brinquei e ele beijou minha testa.

Dei outro selinho nele e peguei minha mochila, saindo. Já ele se deitou de novo.

Passei pela cozinha e peguei uma maçã. Tive desejo do nada de comer uma.

Saí pela porta principal e passei pelo terraço, os guardas já estavam ali olhando tudo.

Analu: Bom dia.- Desejei, abrindo o portão.

Alguns responderam, outros não.

Terminei de comer a maçã e joguei na lixeira, indo buscar a moto.

- Patroa, não quero ofender, mas a senhora tem certeza que tem a ordem do patrão pra pegar? - Olhei pra ele.

Analu: Bom, você está insinuando que eu estou furtando?

- O patrão não deixa ninguém encostar nessa moto, pô.

Analu: Mas ele me deu autorização.- Dei os ombros.- Tenham um bom dia.

Eles acenaram e eu liguei a moto, dando partida.

Fui com maior cuidado do mundo até o morro da babilônia, parando de frente a casa do meu pai.

Assim que eu ia entrando, vi uma menina da minha idade saindo.

Arqueei a sobrancelha e entrei vendo a sala toda desarrumada e ele molhado, como se tivesse saído do banho agora.

Analu: Ela tem idade pra ser minha irmã.- Comentei, andado pra cozinha.

Luiz: Tu tá fazendo o que aqui? Não preferiu ir com macho ontem?

Analu: Não preferi nada. Apenas eu sabia que você estava puto e tava puto e podia descontar até em mim mesma. Além disso, eu não gosto de hospitais.

Luiz: Mas é teu irmão que tá lá, não é qualquer um não.

Analu: Então por que você não foi lá ainda? - Arqueei a sobrancelha.- Você me manda como se fosse a minha obrigação, claro que é como irmã, mas porque você não faz o papel de pai e dá atenção que seu filho merece?

Luiz: Tu não sabe o que tá falando...

Analu: O Miguel já me falou várias vezes que acha que ninguém gosta dele, que você não fica com ele. Então por quê você me cobra tanto uma coisa que é sua obrigação?

Luiz: Cala a boca, Ana Luíza.- Gritou, apontando na minha cara.- Tu não sabe o que acontece, não sabe de porra nenhuma.- Gritou ainda mais com o dedo na minha cara.

Meus olhos se encheram de lágrimas e eu me levantei, puxando minha mochila.

Ele tentou segurar meu braço mas eu puxei e sai batendo a porta.

Peguei a moto e fui direto pro postinho, pro quarto do Miguel.

Limpei meu rosto e entrei, vendo ele brincando com um boneco do Batman.

Miguel: Cadê o titio lobão? Foi ele quem me deu esse boneco, olha...- Falou animado assim que me viu.

Analu: Tio lobão tá em casa, ele não pode vir...

Miguel: Mas ele vem? Ele vem me ver? - Falou tristinho.

Analu: Claro que vem, amor! Quer mandar um áudio pra ele?

Miguel: Simmm...- Sorriu.

Eu peguei meu celular, desbloqueie e fui no whats, indo na nossa conversa.

Apertei e levantei, deixando travado e ele começou a falar.

Miguel: Oi titio, como... como você tá? Eu doente, por que você não vem me ver? Você nem me levou pro shopping ainda... eu tô com o boneco que o senhor me deu, olha...- Eu ri...- Tô com saudades...

Analu: Pronto, já já ele vem tá?- Ele balançou a cabeça animado.

Miguel: Cadê o papai?

Analu: Tá vindo também.- Ele balançou a cabeça.

Ele ficou brincando com o boneco e eu fiquei fazendo carinho no cabelo dele.

Meu celular vibrou e eu olhei na minha perna.

Lobão 💙: Vou tomar café pra ir (06h00)

Nem mostrei pro Miguel, só mandei um coração pro Jefferson e travei o celular, começando a brincar com o Miguel.

Caminhos cruzados.Where stories live. Discover now