capítulo 34

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Analu 💧

Fiquei meia hora repensando tudo que aconteceu ontem.

Olhava pela janela na esperança de Deus mandar uma luz pra mim.

Cruzei os braços e encostei a cabeça na parede, vendo alguém abrindo a porta minutos depois.

Bianca: Tá melhor? - Assenti, mentindo pra mim mesma.- Qual o problema de vocês dois, cara?

Analu: Falta de confiança.- Falei baixo, olhando o gl passando de moto.

Bianca: Então, cara. Custa vocês sentaram e conversarem?

Analu: Eu só falo com ele novamente, quando ele me pedir desculpa. Eu não dei o direito dele encostar a mão em mim.

Bianca: Você tava estressado, ele também, só isso.

Analu: Vou pra casa.- Falei me levantando.

Ela balançou a cabeça e eu entrei no banheiro, tomei banho e em arrumei.

Quando eu tava terminando de colocar a roupa, escutei a voz do Lobão.

Deitei na cama e fiquei esperando ele ir embora, enquanto olhava pro teto.

Alguém abriu a porta do quarto e eu me levantei, vendo o Lobão.

Uma corrente elétrica passou pelo meu corpo, me fazendo arrepiar.

Lobão: Desculpa se eu machuquei teu rosto. Tava bolado e foi na raiva, mas foi errado, tô ligado.- Falou me olhando.

Analu: Podemos conversar agora?

Lobão: Não.- Mordi meu lábio inferior, confirmando com a cabeça.

Analu: Tá bom.

Lobão: Eu vou levar a Juliana pro médico, então de noite eu tento ir pra tua casa.

Assenti e voltei a me sentar na cama, com o celular nas mãos.

•••

Tava saindo do banho quando me assusto pra caralho ao ver o Lobão sentado no meu sofá.

Meu cu trancou na hora, que susto real.

Ele me olhou e eu neguei com a cabeça, indo trocar de roupa.

Escondi as 8 blusas dele que estavam aqui, caso ele quisesse de volta.

Fui pra sala de cabelos molhados e sentei no sofá com ela.

Lobão: Aí, coe do lance? - Falou me olhando enquanto eu penteava o cabelo.

Analu: Tudo que eu falei ontem, tem verdade, você sabe.- Ele desviou o olhar.

Lobão: Tudo que eu falei também, porra Luíza. Você nunca espera eu falar as paradas e fica de cara feia, tira o sorriso do rosto. A gente pode ter rodado o mundo juntos, mas se você me chamar pra algum lugar e eu não for, tu já fecha a cara também.

Analu: Mas você não me passa confiança.- Falei colocando os pés na mesinha.

Lobão: Eu te dou uma confiança que nem a minha irmã tem, Ana Luíza. O problema é que você quer que eu fique mostrando isso o tempo todo, você que precisa ter confiança quando eu falo as paradas.

Analu: O fato de você me dar confiança e eu não saber, adianta de que?

Lobão: Quando eu falo que não posso, ou não quero fazer alguma coisa, sempre tem um motivo, que vai muito além de eu não querer. Alguma vez quando eu neguei algo, tu perguntou o porquê daquilo? Tu sempre fica bolada antes do motivo.

Analu: Por que você não queria ir pra praia aquele dia?

Lobão: Porque eu sou procurado!? - Falou como se fosse óbvio.- No dia em que a gente foi de qualquer jeito, eu tinha 90% de chances de ser preso.

Analu: E por que você foi?

Lobão: Tu queria muito e se eu não fosse, tu ia fechar a cara. É disso que eu tô falando, tem coisas que eu simplesmente não posso fazer, mas tenho que quebrar essas paradas pra te agradar, sendo que o mais simples agrada do mermo jeito.

Analu: Eu gosto de sair pra todo lugar, eu gosto de conhecer coisas novas.

Lobão: Então tu tá com o cara errado.- Falou se levantando.- É isso? Decisão de ontem fica?

Analu: Não, Jhefi.- Olhei pra ele.- Eu gosto de você.

Lobão: Também tô prendado.- Revirei os olhos.

Analu: Você promete dividir mais as coisas comigo? Eu prometo te encher de perguntas e me segurar pra não ficar chateada.

Lobão: Vou tentar.- Falou se jogando no sofá novamente.- Eu não vou dormir aqui, jaé?

Analu: Por que? - Ele riu e eu deitei a cabeça no peito dele.

Lobão: Vai ter invasão no morro hoje.- Falou com a mão na minha bunda.

Analu: Mas você vai agora? - Ele negou.- Vamo comer pizza.

Lobão: Liga aí.

Analu: Não pode ser na pizzaria daqui debaixo não? Juro que é a última vez que a gente saí pra rua.- Sorri manhosa.

Lobão: Qualquer coisa tu fica lá sozinha, tô avisando.- Dei língua, me levantando.

Corri pro meu quarto e troquei minha blusa e meu short, colocando uma blusa dele.

Voltei pra sala e ele se levantou, olhando feio pra minha blusa.

Peguei o dinheiro e meu celular e fomos andando pro elevador, um do lado do outro, sem grudinho.

Caminhos cruzados.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora