Speak Of The Devil | Adaptação Larry

Look Me In The Eye

Harry Styles Pov's

Eu estava deitado, Louis estava na cozinha e Zayn e Liam estavam na sala, com Luke e o tal Clifford. Meu marido havia pedido para que eu ficasse aqui para não correr o risco de algo acontecer, caso Michael não aceitasse, e eu estava sozinho. Resolvi ligar para Candy, ele é um desocupado da vida mesmo.

"Que prazer em finalmente receber uma ligação sua." Ri com sua voz debochada.

"Você pode vir aqui em casa? Não agora, mas depois. São algumas horas de viagem e até lá creio que as coisas já estejam resolvidas."

"O que aconteceu?"

"Vamos conversar quando você chegar, isso não é assunto para tratarmos no telefone. Tenho certeza que você vai tacar o celular na parede se souber agora."

"Se você tem certeza, é porque vai realmente acontecer."

"Eu não sei mais o rumo que minha está tomando, Candy. Eu estou grávido, meu marido foi sequestrado, ele voltou, soubemos que eram gêmeos e ainda por cima um casal, depois sabemos que Eleanor e Danielle trabalham para alguém chamado Feldmann e eu... Eu nem tive tempo para respirar, para pensar em mim mesmo. Eu amo Louis, muito, mas eu não quero essa vida justo para meus filhos."

"Ele não vai deixar algo lhes acontecer, eu tenho certeza disso, mas infelizmente, Harry, não podemos nos dar ao luxo de escolher a vida que nossos filhos tem que seguir. Eles vão ser filhos do Louis, o Chefe da maior Máfia do mundo, e não tem nada que mude isso, por mais que tentem apagar, alguém vai descobrir e isso vai se espalhar! O conselho que eu te dou, Sweet, é deixar Louis cuidar de tudo até o nascimento deles, porque a partir do momento que eles nascerem, a vida dos dois vai virar de ponta cabeça."

"Obrigado, Candy. Mas vem cá, como você sabe essas coisas de gravidez? Eu hein, o James engravidou por acaso?"

"Idiota." Ele murmurou rindo. "Não, o James não engravidou. Eu sei disso porque eu quem cuidei da nossa mãe quando ela estava grávida de você. Ela vivia reclamando de dor, que era horrível e coisas assim até que você nasceu; ela ficou tão encantada quando você veio ao mundo que eu chorei junto com você. Nós dois cuidamos de você até você mesmo dar seus próprios passos, e eu estou me sentindo um velho do caralho falando isso, mas relevamos."

Eu gargalhei, Nick era impossível.

"Temos diferença de sete anos somente. Mas bem, quase oito, já que quando eu nasci, em poucos meses seria seu aniversário de oito anos." Suspirei. "Eu sinto falta de quando éramos só crianças, onde brincávamos o dia todo e não tínhamos de nos preocupar com nada. Ben nem mesmo olhava para nós, já tinha quase onze anos e se achava o rei de tudo, assim como... Ele."

"Eu quero muito saber o que está acontecendo para te ajudar, Sweet. Eu juro que vou tentar ir o mais rápido possível!"

"Às vezes eu queria voltar a ser criança sabe? Sem nosso pai dizendo o que devemos ou não fazer, como devíamos agir e como deveríamos ser como ele... No final, o filho que se tornou ele, foi o filho mais fraco que ele teve."

"E o mais forte dos filhos foi justamente aquele que ele desprezou." Uma lágrima escorreu, eu estava ficando emotivo demais, eu não aguentava mais chorar por tudo, era irritante, mas eu não conseguia me segurar. "Você é mais forte que eu e mais forte que nossa mãe. Ela pode ter arriscado a vida dela não abortando você, mas ver o que você se tornou hoje é gratificante, e hoje nós vemos que sem você, nossa família ainda seria a mesma pacata de antes, mas sem tantos abusos. Eu seria como Ben e como Des, e a mãe continuaria apanhando sempre que ele voltasse bêbado para casa."

"Eu te amo." Solucei, eu estava muito vulnerável nesse momento.

"Eu também te amo maninho." Ouvi ele fungar e ri entre minhas lágrimas.

"Somos dois idiotas por estarmos chorando."

"Às vezes vale a pena chorar por algo que não seja a dor."

"Eu vou ir, okay? Não se esqueça que quero você aqui ainda hoje."

"Eu estou arrumando minhas coisas já!"

"Até, Candy."

"Até, Sweet."

Desliguei e sorri, eu tinha o melhor irmão do mundo. Levantei e fui até o banheiro, me olhando no espelho e vendo a bagunça que eu estava. Liguei a torneira e lavei meu rosto, o que não ajudou muito, mas pelo menos tirou as lágrimas que estavam ali, grudadas em minha pele.

Me olhei no espelho maior, vendo como eu estava gordo. Por Deus, parecia que eu havia engolido um planeta! Mas valeria a pena, eles não tem culpa da nossa irresponsabilidade e nem mesmo da forma em que nascerão. Eu não tenho escolha, e não os abandonarei, Louis nunca mais olharia para mim e eu nunca me perdoaria por isso; quando saí do banheiro, Louis estava sentado na cama, seus olhos pesados e sua postura cansada, isso me fazia feliz, porque nesses momentos eu via que ele realmente se importava em ter uma família comigo e queria isso, não como uma obrigação.

Sentei-me ao seu lado e o mesmo me olhou sorrindo fraco, mas logo o sorriso foi substituído por uma feição de preocupação.

— Você está bem? Por que você estava chorando? Eles te machucaram sem querer? Quer ir ao hospital? - Me bombardeou de perguntas e eu comecei a rir.

— Eu estou bem, eu só estava em uma ligação com o meu irmão e acabamos chorando como dois idiotas lembrando da época em que éramos crianças e como tudo seria diferente se minha mãe tivesse me abortado como Des pediu. - Suspirei fechando os olhos e ele me trouxe para mais perto.

— Olhe-me nos olhos. - Ouvi sua voz rouca e de imediato o encarei, seus olhos azuis como diamantes brilhavam em um brilho descomunal, eu nunca havia visto isso, não sabia como era possível olhos brilharem tanto, refletindo as emoções de modo tão... Entregue. — Nunca existiu a possibilidade de você ser abortado, Harry. E se tivesse sido feito, eu nunca estaria tão bem quanto hoje, eu não estaria sendo o homem mais feliz do mundo ao seu lado. Eu preciso de você, como uma dependência que eu criei, e não consigo imaginar minha vida sem que você estivesse nela.

— Eu te amo. - Sussurrei, sabia que ele havia escutado.

— E eu amo vocês. - Me beijou.