Capítulo 09

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*Oooooi meus guerreiros! Espero que estejam gostando da leitura e que gostem da música desse capítulo - nem acredito que já postei nove capítulos da história :O * 

— Chegamos moça! – gritou um marujo do outro lado da porta da cabine. – A gente não vai além daqui não!

Titania abriu lentamente seus olhos e olhou em seu entorno. Ela ainda estava naquela maldita cabine do capitão, em alto mar.

— Aura, vamos acorde. – A primogênita virou-se para a irmã, mas não achou ninguém. Um pânico momentâneo lhe tomou conta quando ela imaginou que a menina podia ter sumido, mas para onde ela iria? No meio do nada não tinha fuga. Ela saiu para o convés e a viu no timão, controlando o navio com seis marujos à sua volta falando animadamente. Pelo visto a simpatia de Aura sobrepujava até mesmo a amargura de um homem do mar.

— Ah, bom dia Titi! Dormiu bem? – gritou a caçula da ilha da popa. Ironicamente os papéis se inverteram, e era a vez da mais velha passar grande parte do trajeto dentro da cabine, com mal-estar. – Sente-se melhor?

— Falaram que chegamos, é isso mesmo?

— Tecnicamente sim.

— Como assim "tecnicamente"?!

— Veja bem, os rapazes não tem coragem de atracar ali, então concordaram em nos deixarem o mais próximo possível.

— Mas esse não era o combinado! – gritou Titania, indo em direção ao capitão. – O acordado era vocês nos deixarem na costa, seus imprestáveis!

— Do jeito que eu vejo você tem duas opções moça, voltar conosco até Baía Quebrada ou descer aqui. Só não te tiro a canoa e te deixo nadando até lá porque a senhorita Aura é muito delicada para isso. – A mais nova estava do lado com um sorriso de encorajamento. Pelo visto eu não tenho moral alguma aqui, pensou a outra, as chamas começando a dançar entre seus dedos. Melhor lembrá-los quem está pagando isso tudo.

— E pelo jeito que eu vejo, você vai levar-nos até a costa se não quiser perder toda sua embarcação. – Ela ergueu a palma mostrando uma esfera avermelhada dançando. – Fogo é uma coisa tão incontrolável sabe... Odiaria que vocês perdessem uma nau tão... interessante. – O homem a encarava com temor; uma faísca e estariam perdidos, a estrutura inteira era de madeira. – Estamos entendidos?

— Sim senhora.

— Ora, isso não foi nada gentil, irmã – repreendeu Aura assim que o capitão afastou-se das duas.

— Deixarei as gentilezas contigo, Aura. Pouco me importa esses imprestáveis desde que eu chegue naquelas terras. Eles são meios para um fim. E depois, eles vão ser queimados de qualquer forma assim que descermos daqui.

— Titania! Não tem porque você fazer um negócio desses, eles cumpriram sua parte no acordo!

— E eu vou cumprir a minha.

— A mamãe não gostaria disso...

— A rainha morreu! Será que isso já entrou na sua cabeça ou você é burra demais?! – Titania percebeu a caçula encolher-se ligeiramente sob sua raiva. E também porque suas mãos esquentaram consideravelmente, fazendo os marujos cochicharem entre si, com medo. A jovem respirou profundamente para se acalmar. – Se você não quiser acabar como ela, sugiro que não me irrite ou me questione também.

— Engraçado que de tudo que a mamãe tentou te ensinar, parece que você só guardou as coisas ruins! Ela podia ser dura com você, mas só estava tentando fazer o melhor e o que achava que era o certo! Ela te deixou um reino próspero, um povo amistoso, tratados e acordos de paz com todas as terras, e você ainda assim a culpa por quem você é! – As lágrimas corriam soltas pelas faces da caçula. – E os deuses sabem o quanto tentei ser compreensiva com o que você fez, mas isso não consegue fazer apagar o fato de que você matou a nossa mãe, a nossa única parente viva!

As Três Irmãs #ContestLettersWhere stories live. Discover now