ÁUDIO NÚMERO 291: Eu fui aceito em um teatro. Por audição direta. De alguma...

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Jimin suspirou, encostando a testa no balcão frio da cafeteria. Estavam no meio do inverno, nevava como o inferno do lado de fora do estabelecimento, e isso levava Jimin a ter nenhum cliente para atender.

Ele ignorou as mensagens de Taehyung o indagando sobre a faculdade. Seus dedos percorreram por sua lista de notificações, percebendo uma em particular vinda do navegador.

Seus dedos puxaram os fones de seus bolsos desleixadamente. Seus olhos percorreram pelos vidros borrados, a neblina cobrindo o chão do lado de fora.

Jimin empurrou os fones de ouvido nas orelhas, escondendo-os com os cabelos e entre seu avental.

Ouviu um barulho agitado viajar por suas orelhas, ao mesmo tempo em que a porta da cafeteria se abriu.

Uh. Então, eu meio que fui aceito em uma apresentação de teatro?

Franziu as sobrancelhas. Era o mesmo garoto de antes. Dessa vez, ele não estava encharcado de chuva mas estava coberto de neve.

Os fios de cabelo embolavam-se um nos outros, formando cachos, e a touca parecia escorregar de sua cabeça. O rosto, completamente vermelho. Jimin notou que as mãos dele tremiam ao vê-lo fechar a porta e ajeitar a mochila enorme nas costas.

Assistiu-o caminhar afobado até o outro lado da cafeteria.

Eu fui aceito em um teatro. Por audição direta. De alguma forma...

Jimin deixou escapar um sorrisinho ao levar em conta o tom de voz desesperado de Jungkook. Imaginou se o garoto que jogava os itens para fora da mochila desesperado e Jungkook agiam do mesmo jeito.

Tipo, de verdade. Um musical. Um musical de verdade.

Virou-se em direção a cozinha e deu uns pulinhos até a porta, empurrando-a minimamente.

Viu os pais ali, de braços cruzados, observando uma criação um tanto quanto peculiar. Glacê e morangos por todo lado.

Abriu um sorriso contido.

— Mãe, água. Quente. Por favor?

A mulher o olhou de sobrancelhas franzidas. O pai o olhou também, amassando seu beiço contra o lábio superior.

— Vai limpar a máquina de café?

Jimin abriu a boca para falar por um momento, a fechou quando o barulho em seus fones o impediu.

Eu- Meu Deus. Puta que pariu. Okay.

Deu um sorriso torto.

— Não... Nós não temos nenhum cliente ainda. Mas um menino chegou e eu acho que ele vai congelar.

Sra. Park colocou uma expressão no rosto quase imediatamente e deixou os braços balançarem ao lado do corpo. Sr. Park abriu um sorriso torto similar ao de Jimin.

— Fale antes!

Jimin tirou um dos lados do fone de sua orelha e deixou-o descansando ao redor de seu pescoço, seus olhos percorrendo enquanto Sra. Park andava de um lado ao outro pela cozinha.

Alguns segundos depois, fora empurrado para fora da cozinha com uma caneca na mão, água tão fervente que ainda borbulhava.

Eu não ia nem comentar sobre ter feito a audição porque eu achei que não tinha chance nenhuma de ser aceito, mas agora eu fui aceito e, ah?!

Jimin ouviu-o bater as mãos contra o próprio rosto e teve um tempo difícil em esconder a risada.

Se inclinou sobre o balcão, tomando cuidado com as mãos enquanto empurrava a pequena porta com as pernas. Depois, passou a caminhar, calmo, quieto, em direção ao garoto de anteriormente.

so i failed at acting like a normal human beingWhere stories live. Discover now