Capítulo 1

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  Dias atuais

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Dias atuais.

Ódio, sabe o que é ódio? É o que estou sentindo agora, ligo meu celular e vejo que estou atrasada, do tipo muito. Praticamente caio da cama ao perceber o quanto estou atrasada, mais uma vez.

— Ferrou! — Como não escutei essa droga apitando? Deus do céu!

Corro para o banheiro e tomo um banho rápido a água gelada me faz xingar até a última geração da Luciana, me apresso em sair do banheiro, no quarto visto calça, camisa e tênis branco, tropeçando em minhas próprias pernas ao fazer tudo de forma desengonçada.

Pego minha bolsa e coloco uma muda de roupa, a primeira que encontro dentro do guarda-roupa, isso faz com que algumas peças saiam do lugar certo, praticamente urro, paro e ajeito tudo como estava antes. Saio do quarto e dou de cara com Luciana, minha querida madrasta.

    Ainda está com a roupa que foi trabalhar, evito fazer uma careta e falar o quanto aquilo é errado, no entanto, já cansei disso, não vale a pena, Luciana é um caso patológico sem cura e sem jeito. Puxo a porta do quarto e fecho com minha chave, sei que não adianta, pois ela entra de todo jeito, cansei de mudar a fechadura, deixo como está, assim ficamos em nossa falsa paz.

    A mesma me odeia na mesma intensidade que eu não a suporto, ainda nem sei como não me enxotou para fora do apartamento logo que comecei a trabalhar. Ah! É mesmo, ela gosta do dinheiro que coloco na mão dela todo mês e de me ter aqui para arrumar toda a bagunça faz, enquanto estou fora. Limpo. Ela bagunça.

— Deixa seu celular desligado da próxima vez, essa merda me acordou, a essa hora! — Me encara com toda repulsa que consegue. Não respondo, não quero me estressar agora, nem tenho tempo para isso. Apenas a encaro sem emoção enquanto sigo para a porta de saída.

    Pego minhas chaves de casa e vou correndo para o ponto de ônibus. Luciana é uma bruxa igualzinha as dos contos de fada, só depois me dei conta, que minha vida era idêntica a daquelas personagens, só que sem final feliz.

    Chego ao ponto de ônibus sem fôlego, por sorte a tempo de pegar minha primeira condução, está lotado, como sempre, o que me faz sentir uma vontade imensa de chorar. Ajeito meus óculos no rosto. Não entendo como tem pessoas que não tomam banho pela manhã, fico a ponto de vomitar.

    Quarenta minutos depois desço no terminal, ouvindo zumbido das conversas altas e praticamente sufocada pelo odor alheio. Sento em um banco de cimento e espero o próximo ônibus chegar, faço um cálculo mental, o próximo ônibus levará mais trinta minutos, chegarei atrasada quinze minutos. Perfeito, só que não, estou bem ferrada. Acho que nunca vou chegar na hora certa em lugar algum, é algum tipo de praga, só pode. Sou boa em me atrasar, bela qualidade.

    O ônibus está vazio, menos mal, porque meu dia vai ser longo, nem começou e já estou cansada. Noite péssima, dormi com a cara nos livros, estou me preparando a meses para fazer o vestibular, mesmo assim não me sinto preparada. Muito assunto e pouco tempo, fora meu nervosismo, porque muito do assunto eu sei, o problema é que não aguento ficar horas parada, não sei, fico agoniada, isso me prejudica sempre.

[DEGUSTAÇÃO] PERIGOWhere stories live. Discover now