Capítulo 2

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Christian

Olhar para ela do outro lado da cova foi o suficiente para entender porque meu irmão era tão fascinado por ela.

Elliot passava o dia todo falando de Anastasia e do quão incrível a garota era. Mas eu não estava conseguindo identificar quem era ela. Que as duas mulheres na minha frente eram irmãs é fato, a semelhança física entre elas é vista de longe, mas também é só. Não passa despercebido o quão diferentes elas são.

Anastasia - a de cabelos escuros, botas de couro e malha simples - ficou tão nervosa perto de mim que, por um momento, foi até fofo. Já a outra, Antonella, é o maior tipo de vadia possível, além de tratar a irmã feito lixo. Ela chamava Anastasia de idiota como se falasse com qualquer um enquanto a irmã abaixava a cabeça e ficava calada. Quem olha até pensa que é uma menina inocente e não uma interesseira desalmada.

O que ela estava fazendo lá?

É tudo culpa dela.

Meu irmão se matou por culpa dela. Por culpa da sua ambição e falta de amor.

Bato minhas mãos no volante, apertando-o com força como se fosse o pescoço dela.

Anastasia, você não perde por esperar.

🌌 🌌 🌌

Tinha o plano de me enfiar no meu quarto e começar a pensar na minha vingança, mas minha mãe me deu uma alternativa muito melhor, jantar na casa da família Steele.

Antes mesmo de Antonella praticamente esfregar os seios na minha cara eu já conhecia Raymond e Carla Steele, não por fotos, mas pelas matérias empresariais envolvendo os dois.

— Christian, querido. — mamãe toca meu ombro, me tirando dos meus  pensamentos. — Está tão calado. Quer conversar?

— Não, eu estou bem. — dou um sorriso forçado e saio do carro, parando ao lado do meu pai que conversa com Raymond Steele.

Eles falam de negócios, mas é notável a dor nos olhos dos dois. Mia, minha irmã mais nova, comentou que Elliot passava mais tempo com os Steele do que com a nossa família, além de ser completamente fascinado por Anastasia.

Eles faziam tudo juntos. Jantar, cinema, passeios no parque, até a merda de andar de bicicleta. Elliot a enchia de presentes, chocolates caros, jóias. Poderia ser só um gesto de amigos, até eu vi o maldito pingente.

A. Rose Steele.

O mesmo que eu encontrei no meio da bagunça que Elliot aprontou no seu apartamento. Entre inúmeras garrafas de uísque vazias, cartas rasgadas ao meio e sangue do meu irmão espalhado pelo carpete.

— É uma tradição da família Steele. — disse Mia. — Quando se nasce uma Steele o pingente é dado a recém-nascida, quando se casa, é dado a noiva no dia do casamento. — e ainda acrescentou. — Cada inicial tem uma pedra preciosa.

E não era mentira.

As letras eram de ouro puro ornamentadas com diamantes, iguais os que ela usava mais cedo. Iguais os que ela está usando neste exato momento enquanto desce as escadas com uma calça jeans, camiseta larga e  chinelos.

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