Capítulo Cinco

638 110 28
                                    

Chegamos no boliche e nos dividimos em dois grupos, três casais contra três casais. Robert era incrivelmente bom no jogo e eu nem tanto.

— Deixa eu te ensinar. — Propôs gentil.

Me abraçou por trás e me entregou a bola. Eu sentia a respiração quente dele na minha nunca e inevitavelmente sorria com isso.

— Segure a bola com as duas mãos na altura do peito. — Ele explicou no meu ouvido. — Se concentre nos pinos e caminhe normalmente. Vai! Você consegue.

Respirei fundo e ele se afastou, fiz exatamente o que ele orientou e joguei a bola no chão. Ela deslizou e inesperadamente fez uma curva, entretanto acertou alguns pinos.

— É um bom começo, gata! — Elogiou sorrindo e me puxando para um beijo. — Agora é o Paul. — Avisou para o amigo e me abraçou de lado.

Observamos juntos o amigo dele do time adversário derrubar todos os pinos.

— Desse jeito vamos perder. — Comentei baixo e ele riu.

— Não mesmo, eu não nunca jogo para perder.

Robert se preparou, escolheu uma bola e seguiu confiante. Era a concentração em pessoa. Os músculos estavam tensionados debaixo da camisa. Ele respirou fundo e então lançou a bola. Ela inacreditavelmente seguiu em linha reta deslizando pela pista e derrubou todos os pinos.

— STRIKE! — Gritou comemorando com um belo sorriso.

Todos comemoramos também. Após mais algumas jogadas começamos a pegar o ritmo do jogo, acabamos vencendo para alegria de Robert. Ele adorava vencer, era um campeão nato. Como parte da vitória o time perdedor nos pagou um lanche no McDonald's. Eu obviamente comi apenas uma salada.

Postei um Stories com Robert no Instagram com filtro de coraçãozinho, onde ele apertava minhas bochechas ao mesmo tempo que me beijava. Em questão de segundos tínhamos centenas de visualizações. Éramos mesmo o casal perfeito.

— Meus pais não estão, quer entrar um pouco? — Convidei assim que ele parou o carro em frente a minha casa. Ele sorriu malicioso aceitando o convite.

O levei até o meu quarto e entre beijos ele me despiu rapidamente. Robert sempre tinha pressa e eu particularmente não gostava disso.

— Você é incrível, gata! — Ele sussurrou beijando meu pescoço, me fazendo arrepiar.

Ele sempre sabia dizer as palavras certas. Eu adorava isso nele.

— Dorme aqui hoje! — Pedi manhosa vendo ele se vestir.

— Eu não posso. Preciso ir pra casa.

— Só hoje, Robert. Por favor! — Insisti e ele sorriu me dando um selinho.

— Fica pra próxima.

Concordei frustrada e o acompanhei até a porta.

— Boa noite, senhor Autman! — Ele disse sem jeito e eu fechei meu roupão.

Meu pai apenas olhou dele para mim e fechou a cara sem dizer nada. Subiu para o quarto dele. Fechei a porta e avistei Corina no corredor.

— Não acho certo o que você está fazendo. — Recriminou e eu cruzei os braços.

— Não é certo amar? — Questionei e ela balançou a cabeça em negativa.

— O problema são as consequências desde amor. Eu já te disse tantas vezes, tome cuidado com esse rapaz.

— Não se preocupe. Esta tudo bem entre nós. Agora boa noite! — Desejei beijando o rosto dela.

— Boa noite, querida.

***

Duas semanas depois...

Robert falava comigo apenas às vezes e isso me irritava profundamente. Sempre que tinha uma festa para ir ele me convidava, mas quando não havia nenhum evento para acontecer ele simplesmente esquecia da minha existência. A última vez que ele me procurou foi às duas e meia da manhã para transar. Eu não estava gostando nada disso. Eu queria mais dele, mais de nós.

Estava perdida em meus pensamentos enquanto a professora de literatura falava sem parar sobre clássicos que deveríamos ler, quando de repente ouvimos uma suave batida na porta da sala.

A professora atendeu e uma garota de longos cabelos castanhos cacheados e olhos cor de mel adentrou a sala. Elas cochicharam algo rapidamente e então a professora colocou a mão no ombro da garota.

— Classe, essa é Izabel Colins, nova aluna da turma, foi transferida do colégio Columbia! — Anunciou e a garota parecia assustada com nossos olhares.

— Ela é tão linda! — Glória comentou baixinho e eu revirei os olhos.

— Só precisa se arrumar mais. — Belinda completou.

Anotei no caderno o resto da matéria e voltei a pensar em uma forma de tornar Robert mais presente no nosso relacionamento. Acabei chegando a conclusão de planejar um encontro bem romântico para nós dois.

Quando o sinal finalmente tocou nos liberando da tediosa aula da senhorita Bailey, seguimos para os nossos armários. Guardei meu material enquanto ouvia Belinda comentando sobre como Glória parecia estar mais magra.

Me virei para observar Glória melhor entretanto meu olhar foi atraído para além dela. Robert estava caminhando conversando com alguns amigos no corredor. Esperei que ele me olhasse para chamá-lo, porém a distração dele o fez esbarrar na novata.

Eu e as meninas começamos a rir do desespero dela com todas aquelas folhas que se espalharam devido o esbarrão, quando para minha surpresa Robert parou de caminhar e abaixou ao lado da garota, ajudando ela a recolher o material.

Ela pareceu agradecer e sorriu para ele sendo facilmente correspondida. Meu sorriso se desfez ao ver ele fazer sinal para os amigos irem e ele continuou conversando com a garota.

Eu não consegui ouvir o que eles conversaram de onde estava, não sabia fazer leitura labial, mas pelo jeito irritante como ambos sorriam e como ela colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha, era o suficiente para meu radar apitar. Algo muito errado estava acontecendo.

Eles demoraram mais que o normal em um suposto simples pedido de desculpas. Até mesmo as meninas acharam suspeita a situação.

— O que será que eles tanto conversam? — Belinda perguntou e eu franzi a testa.

Robert então pegou na mão da garota e virou as costas voltando a caminhar. Ela por sua vez recostou as costas no armário com uma odiosa expressão de quem estava encantada.

— Robert! — Gritei e ele não me ouviu.

Foi embora enquanto a maldita garota permanecia abraçada ao material com um sorriso imbecil nos lábios. Virei novamente e bati a porta do meu armário com força, assustando as meninas.

Algo me dizia que a chegada dessa novata alimentaria a minha ira.

Bad girlOnde histórias criam vida. Descubra agora