LÓTUS (pjm+jjk)

Capítulo 2 - JM ✨

— TEM MAIS ALGUÉM AÍ? — engoli em seco, sentindo-me encharcado de sabão pelo corpo. Imaginar mais alguém ali me fez gelar por completo, mesmo com a água quente do chuveiro.

O silêncio que se seguiu me acalmou aos poucos, permitindo-me respirar novamente. Manter esse segredo bobo não era minha prioridade, mas gostava de ter controle sobre ele, mesmo que dificilmente alguém fosse me reconhecer. Afinal, quem ouvia a rádio escolar de madrugada?

Lembrei-me do alvoroço que aconteceu quando descobriram que Troy Bolton queria cantar no musical de inverno. A escola inteira estava em polvorosa. Sinceramente, não precisavam de mais um líder para ser alvo de chacota, especialmente o traficante.

Terminei o banho ainda receoso, puxei a toalha e sequei delicadamente meu rosto, sentindo toda a maciez do algodão egípcio. Amém, dinheiro.

Quase como um ritual após sair da água, hidratava-me com creme, tomava um banho de perfume e escolhia algo justo ao corpo. Antes de esvaziar o vestiário, observei o espaço completamente vazio. Suspirei aliviado.

Seria uma longa quinta - feira.

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Ao sair da piscina, gostava de passar pelo auditório, palco das peças de inverno. Sua cortina vermelha combinava com as cadeiras de camurça. Enquanto estava ali sozinho, gostava de arriscar algumas notas. Imaginava o grito eufórico da plateia, o som do maestro em sintonia com a orquestra e o cenário ofuscado pelas luzes claras. Meu coração apertava com os caminhos tortuosos da minha imaginação; era reconfortante poder simplesmente imaginar.

Caminhei com minhas botas até meu armário, balançando meus fios molhados no ar. Minha cabeça girava ainda com a sensação de alguém ter me ouvido cantar. Por um instante, não sabia se era algo positivo, ou não.

Avistei Mark encostado no metal gelado, aguardando para receber as encomendas do dia. Embora alguns suspeitem que a Lótus, a droga mais popular pelos quatro cantos, seja criação e comercialização minhas, nunca conseguiram provas suficientes para me incriminar. No entanto, todo cuidado ainda é necessário.

— Quem ficará feliz hoje chefia? - me questionou, ainda vidrado no celular.

— Essas 20 pessoas - entreguei a ele uma lista feita à mão. - Todas pegarão no refeitório. Presta atenção no dinheiro, não quero ter outro problema com nota falsa - alertei cuidadosamente enquanto olhava meus livros de estudos, tentando lembrar das aulas restantes.

A pouco alguns murmurinhos no corredor se formaram e logo soube que Sharpay estava caminhando para seu armário rosa. Ela era absolutamente deslumbrante. Lembro-me da primeira vez que eu a vi, era verão e ela cantava toxic no palco de Springs, clube que nossas famílias frequentam aos fins de semana, sua voz era poderosa e combinava com sua atitude. Meu sonho secretamente bobo é atuar ao seu lado em algum musical, sendo aqui ou em Broadway.

Ela sorri assim que coloca os olhos em mim, e acena em tom de simpatia. Suas roupas rosas não negam que seu estilo continuará impecável neste verão. Ainda é assunto pelos corredores o papel que perdeu para Gabriella ano passado; todos sabem o quão injusto foi. Só de lembrar de sua apresentação em "Bop to the top", me sinto energizado.

Foco, Jimin, foco.

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— Sra Ramirez, queria me ver? - pergunto a senhora próxima a lousa, após o término da aula.