DIA NORMAL?

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Terminamos de tomar o café da manhã e fomos buscar Dylan. Ele entrou no carro apressado.
- A escola já está sabendo.
- Bom dia pra você também Dylan. -disse o olhando pelo retrovisor interno.-
- Um ótimo dia pra você né, acordou nos braços de um dos homens mais cobiçados. -Dylan respondeu já sabendo de tudo.-
- Como você sabe que a escola já está sabendo? -Demi perguntou.-
- É só olhar o grupo 'área 51', o assunto é só esse, fora que o nome da Selena esta em todos os lugares, daqui a pouco está até em outdoor.
- Não exagera Dylan. -disse revirando os olhos.-
- O que você vai dizer quando te perguntarem? -Demi olhava pra mim.-
- Vou mentir dizendo que é manipulação da mídia.
- Você nem sabe mentir Selena, fica toda nervosa. -Dylan tinha o lado esquerdo da boca levantado.-
- Enquanto eu estiver perto você não diz nada. -Demi suspirou.- Tudo sou eu.
- Como assim?
- Eu minto muito bem e quando estiver sem mim apenas finja que alguém está te ligando e saia de perto.
Quando chegamos no portão da faculdade tinham 4 fotógrafos, suspirei aliviada por ter tirado a ideia da cabeça do Shawn de vir me trazer. Assim que o zelador viu o meu carro o portão foi aberto imediatamente e eu achei que dentro do Campus eu estaria livre mas assim que descemos do carro a atenção de todas as pessoas agora era em mim.
- Ei. -disse sentando na mesa ao lado de Stefan que me recebeu com um beijo na testa.-
- Conta agora como foi pegar ele? -Karen me perguntou animada.-
-Ham?? -fiz a cara mais confusa que consegui.-
- Todo mundo sabe que vocês estavam juntos, a gente viu as fotos. -Camila respondeu.-
- A mídia manipula muita coisa e vocês idiotas acreditam. -Demi falava com tanta certeza.-
- Deixa ela ficar com quem quiser, seja com o famoso ou não. -disse Luan olhando para Karen e Camila.- Aliás. -ele agora me olhava.- Seja lá com quem for, se você está feliz pra mim está ótimo.
- Concordo com o Luan. -disse Victoria chegando na mesa e que me mandando um beijo no ar ao se sentar no colo da Natasha.- Deixem a Selena respirar e esqueçam esse site de fofoca.
- Gente, eu tirei foto nova vocês querem ver? -Peter não esperou ninguém responder e já jogou a câmera na mão de Karen.-
Peter era inseguro com as suas fotos e ele está colocando a sua insegurança em segundo plano apenas para acabar com aquela conversa. Sorri para ele em agradecimento e ele ajeitou a alça da sua mochila.
O sinal tocou e lá vamos nós, cada um indo para o seu prédio e eu e Stefan juntos mais uma vez.
- Meu pai disse que me amava. -os olhos deles estavam brilhando e eu o abracei.-
- Estou tão feliz por isso. -disse animada.-
- Eu sei que sim. -ele agora me encarava sorrindo.- Ainda tenho os meus pais e os amigos ao meu lado. -ele fez uma pausa.- Parece que tudo está igual mas ao mesmo está tudo diferente, você consegue entender?
- Sim, acho que consigo.
No intervalo eu me senti vigiada, parecia que todos estavam observando cada movimento meu, esperando que eu cometesse algum erro e isso me assustava.
Deixei Demi e Dylan em suas casas, eles tinham compromisso mas disseram que mais tarde iriam vir me "perturbar".
Estava estacionado o carro quando lembrei que hoje Tia Joci não ia vir trabalhar e eu estava com tanta fome. Sair do carro com o celular na mão escolhendo alguma comida para pedir. Estava fazendo o caminha para ir até o segundo andar quando ouço alguém fazendo "psiu", quando viro vejo Shawn na cozinha com um pano de prato em seu ombro. Eu não podia ter outra reação, larguei a mochila no chão e fui até ele o abraçando, ele depositava vários beijinhos no topo da minha cabeça.
- Também senti saudades baby.
- O que você está fazendo aqui?
- Não gostou de me ver? -ele fez uma cara triste e agora acariciava a minha cintura.-
Eu depositei beijos por todo o seu rosto faltando apenas os seus lábios.
- Ainda tem alguma dúvida? -perguntei olhando em seus olhos.-
- Acho que preciso de mais um beijo para ter certeza. -ele disse com uma cara pensativa.-
Foi um beijo lento no início, cada passo que davamos para trás o beijo ganhava intensidade, quando eu encostei no balcão Shawn me colocou sentada sobre ele, nesse momento o beijo já estava quente, eu poderia dizer até mesmo que era mais quente do que a temperatura do Rio de janeiro. O beijo e o tesão foram interrompidos pelo cheiro de comida queimada.
- Merda, merda, merda. -Shawn olhava para a panela que era vermelha mas no momento estava preta.- Era o molho do macarrão. -ele se virou triste me mostrando que o molho estava perdido.-
- Acalme-se soldado. -disse descendo do balcão.- O almoço ainda não está totalmente perdido. -peguei um pano de prato e o coloquei no meu ombro.- O macarrão está só fervido?
- Sim comandante. -ele respondeu fazendo continência.-
Fui até a geladeira pegando cebola e alho. A minha ideia era fazer macarrão alho e óleo, era simples e rápido, sem complicação ou molho queimado.
O macarrão estava quase pronto.
- Você pode ir arrumando a mesa? -perguntei para Shawn que me olhava cozinhar.-
- Aonde estão as coisas?
- Na primeira porta a sua esquerda.
Enquanto ele arrumava a mesa eu finalizava o macarrão.
- Tem planos para sábado? -Shawn perguntou bebendo o seu vinho.-
- Até o momento não. -respondi de boca cheia.-
- Consegui entrada pra você, o Dylan e mais duas pessoas, eu queria que você fosse. -ele me encarava.-
- Você sabe que o Dylan vai surtar né? Nós tentamos comprar mas esgotaram em segundos e tivemos que comprar os de São Paulo.
- Ainda bem que esgotaram, o destino sabe bem o que faz.
- Falando em destino, como você entrou aqui?
- O Dylan, expliquei a ele que o meu dia seria corrido e não teria muito tempo com você. -ele deu de ombros.- Eu sei que nós já nos vimos hoje e tudo mais é só que. -ele suspirou.- Eu queria aproveitar cada segundo que eu tivesse livre com você.
Eu não disse nada, sabia que se eu falasse alguma coisa as lágrimas que eu estava segurando iriam por água a baixo, então, peguei a sua mão que estava sobe a mesa e depositei um beijo.
- Nos vamos ficar bem, porta trancada lembra? -ele disse fazendo carinho na minha mão.-
- Porta trancada.
Estava lavando a louça quando a campainha tocou.
- Deixa que eu abro, deve ser o Jake -ele respondeu saltando do balcão que estava sentado.-
Ele estava demorando, resolvi ver o que estava acontecendo, quando cheguei na porta vi Shawn agachado e minha vizinha Maísa, chorando no seus braços.
- Ei, está tudo bem pequena? -perguntei acariciando suas costas.-
- Eu não entendo o que ela fala. -ele me disse assustado.-
- Pequena fala comigo, você está deixando a titia preocupada. -continuei com o carinho em suas costas.-
- É que. -ela respirava rápido.- E-eu  a-a-mo mui-i-to ele. -ela disse soluçando e enxugando as lágrimas.-
- Ela é sua fã e te ama muito. -me virei para Shawn e explicando a situação.-
- Como diz eu te amo?
- Eu. te. amo. -respondi pausadamente.-
- Euu teamo -ele respondeu puxando o letra u.-
Maísa olhava pra mim com os olhos brilhando, sem acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo e voltou para os braços do Shawn.
- Você quer eu tire uma foto? -perguntei com o telefone em mãos.-
Ela apenas assentiu e passou a mão rápida nos olhos, secando as lágrimas que estavam lá.
- Acabei de enviar pra sua mãe.
- Ae. -ela disse colocando a mão na testa.- Lucas está chorando muito. -ela fez uma pausa e olhou para o Shawn. - Eu tenho um irmãozinho, ele é bem pequeno. -Shawn assentiu com um sorriso em seu rosto sem entender nada do que ela dizia.-
- Ela disse que tem um irmãozinho e que ele está chorando muito. -expliquei olhando para Shawn.- Ele está passando mal?
- Hum -ela colocou o dedo indicador no queixo.- Eu acho que não mas a mamãe perguntou se você pode me levar para o ballet.
- Claro que eu posso.
- Você faz o meu coque também? Mamãe não está conseguindo.
- Faço também.
- Eu pegar as coisas e já volto. -ela soltou Shawn. - E você não sai daqui. -Shawn que sem entender nada mais uma vez deu um sorriso.-
Maísa saiu saltitando pelo meu jardim indo em direção a sua casa que ficava ao lado. Shawn levantou e ia fechar a porta mas eu o parei.
- Ela vai voltar, pode deixar aberta. -ele tirou a mão da porta com rapidez.-
- Desculpa.
- Como eu havia te falado, ela tem um irmãozinho de 4 meses e a mãe dela não está conseguindo tomar conta do Lucas chorando, fazer o coque dela do ballet e levar ela, então veio pedir a minha ajuda. -Shawn rodeou os seus braços em minha cintura.- E ela mandou você não sair daqui.
- Eu não pretendo sair daqui nunca mais. -as borboletas do meu estômago estavam saltitando.-
Quando estávamos chegando perto pra um beijo Maísa chegou correndo e me cutucou.
- Tia, a minha mãe mandou avisar que tem um moço lá na rua te encarando a muito tempo. -Shawn me soltou e fechou a porta com força.-
O meu coração estava batendo mais devagar, estava quase parando.
Como nós íamos lidar com isso? Eles descobriram a minha casa!
- E agora? -foi a única coisa que eu consegui dizer.-
- Nos vamos dar um jeito, não se preocupe. -ele respondeu com as mãos no cabelo.-
-Tem a merda de um fotógrafo na porta da minha casa. -eu encarava a porta.-
- Baby você precisa de acalmar, está assustando ela. -voltei a minha atenção para Maísa que agora nós encarava.-
Eu tinha que ter compostura, não podia surtar. Respirei fundo e estiquei a mão para Maísa.
- Vamos fazer o coque? -fiz um sorriso sem mostrar os dentes.-
Fui até o sofá da sala e coloquei Maísa sentada do meu lado, resolvi ligar para o meu pai.
- Filha? -tinha preocupação na voz dele, eu nunca ligava se não fosse importante.-
- Pai, tem um fotógrafo aqui na porta de casa. -eu disse de uma vez.-
- Estou chegando, daqui 20, não não não, daqui a 10 minutos eu chego! Não esquece de respirar. -ele não me deixou responder e desligou a ligação.-
Shawn entrou na sala assim que ela foi encerrada.
- O Jake está chegando.
- O meu pai está chegando
Falamos juntos e Shawn se sentou na poltrona, ficou me encarando enquanto eu arrumava o cabelo de Maísa.
- Você sabe fazer um coque, uau -ele disse com um ar de brincalhão.-
- Você está falando com a melhor bailarina que aquela companhia já teve. -disse sorrindo ajeitando o coque.-
- Pera, que? -ele me encarava surpreso.- Você faz balé?
- Já fiz, anos atrás. -Maisa agora estava na minha frente em pé enquanto eu arrumava os fios rebeldes.-
- Cada dia você me surpreende mais.
Antes que eu pudesse responder ouço batidas na porta, Shawn se levanta para ir abrir mas eu logo o paro, segurando em seu pulso.
- Não, fica aqui com a Maísa. -ele não diz nada e se senta ao dela dela.
Eu estava nervosa, poderia ser o fotógrafo ou poderia ser qualquer outra pessoa. Coloquei a mão na maçaneta e a puxei rápido.
- Tem dois deles. -disse Jake entrando.-
- Vocês podem sair pela porta dos fundos.
- Aonde ele tá?
- Na sala.
Antes que eu pudesse ir atrás de Jake a porta e aberta, revelando o meu pai, o abracei o mais forte que consegui.
- Tem dois deles, dois. -disse com a cara em seu tronco.- Eu tenho que levar a Maísa para o balé e Shawn precisa ir embora. -disse o encarando.-
- Eu ainda sou o seu super herói? -assenti.- Então pronto.
- Ei tio Hudson -Maisa disse acenando assim que entramos na sala.-
- Ei pequena. -meu pai sorriu.- Você. -apontou para Jake.- Pegue o carro e dê algumas voltas pelo quarteirão e pare na rua de cima, o Shawn vai sair pela porta de trás. -Jake assentiu e saiu.-
- Eu já deveria ter saído com ela para o balé. -disse pegando a bolsa de Maísa.-
- Vocês duas vão pra garagem, coloquei o carro lá dentro, vão e me esperem dentro do carro, Shawn, você vem comigo, vou te levar pra porta dos fundos e assim que o seu segurança chegar você vai entrar, eu e a Selena vamos chamar a atenção deles saindo.
Depositei um beijo nos lábios de Shawn e sair segurando a mão de Maísa. Entramos na garagem e entrei dentro do carro, não demorou muito para o meu pai chegar.
- Desculpa fazer o senhor sair do escritório.
- Não estava fazendo nada de importante. -eu sabia que ele estava mentindo.-
- Pai! -o repreendi.-
- É sério Selena, nada é tão importante quanto a sua segurança. -ele disse beijando a minha mão.-
Deixamos Maísa no balé e fomos em uma cafeteria esperar a aula acabar para buscarmos ela.
- Você sabe que as coisas vão piorar né? -meu pai perguntou enquanto bebia o seu café.-
- Não gosto de pensar assim.
- Mas você sabe que eu estou certo.
- Eu sei pai é só que... -suspirei olhando para o teto.-
- Eu sei filha, eu sei. -ele disse pressionando os lábios.-
- Ele é bom pra mim. -disse com um meio sorriso.-
- Não tenho dúvidas disso.

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