Nossos Filhos (Degustação)

capítulo 3-🐎

Eu tento esconder, mas vi que pensei em você o dia inteiro

Mas sempre haverá uma data, palavra, um olhar
Um filme, uma música, pra te fazer lembrar
Um perfume, um abraço, um sorriso, só pra atrapalhar
Só pra te fazer

Mas sempre haverá uma data, palavra, um olhar
Um filme, uma música, pra te fazer lembrar
Um perfume, um abraço, um sorriso, só pra atrapalhar
Só pra te fazer lembrar de mim
Só pra te fazer lembrar de mim

(Lucas lucco- só pra te fazer lembrar)

Camila com toda sua pressa para casar logo,acabou marcando a viagem para conhecer a família de seu noivo,bem mais rápido do que eu esperava. Foram quase duas horas de avião de São Paulo até a capital goiana e ainda tivemos que encarar mais cinco horas de carro até o interior e depois teríamos mais quarenta minutos da pequena cidade até a Fazenda.

- Mamãe, tira essa cara emburrada por favor.- minha filha caçula reclamava .

Fui pega de surpresa,fiquei sabendo dessa viagem há dois dias. Minha filha não deu tempo nem de eu me preparar psicologicamente. Tem mais de vinte anos que não piso em Goiás,e voltar depois de tanto tempo e ainda fazer de conta que não conheço esse lugar,me deixa bem ruim.

- Ah,por favor Camila,você não está em condições de me encher a paciência .

- Desculpa mãe, se não queria vim,era só ter falado.

- Me poupe garota,pare de drama. Você faz as coisas na doida e quer que eu ache lindo?

- Parem as duas.- pediu tia Ângela.- Você Camila,deixa sua mãe em paz e Cecília, para de bancar a mimada,que você já tem quase quarenta anos.

Minha tia tinha razão, eu estava brava a toa e bancar a mimada no auge dos meus trinta e oito anos,não resolveria meus problemas.

A cidade não havia mudado muito,apesar do asfalto ter chegado e dos estabelecimentos terem recebido uma boa reforma,ainda continuava aquela velha cidadezinha pacata do interior.

- Agora só faltam quarenta minutos de viagem.- falei e só depois me dei conta que havia falado alto demais.

- Como a senhora sabe?- meu genro me olhou através do retrovisor do carro que alugamos na capital.

- Olhei no Google maps . - pensei rápido.

- Hmmm.- tia Ângela sorriu para mim.

O caminho para a área das fazendas,continuava o mesmo,só piçarra e buraco. Fiquei com pena de minha velha tia que só faltava sacar da janela,de tanto que o carro balançava.

- Chegamos. - anunciou meu genro.

- Graças a Deus,porque eu achei que a gente tava chegando no inferno,mas não chegava nessa Fazenda.- Roberta reclamou saindo do carro.

Eu estava tão pensativa, lembrando de tantas coisas, que nem ao menos me dei conta de que havíamos passado pela porteira da fazenda.

- Idiota. - Camila xingou a irmã.

- Só não vou bater na sua cara,porque pelo menos aqui,vou demonstrar educação.