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Biatriz narrando**

É estranho voltar ao lugar que você foi praticamente criada depois de certo tempo, tudo acaba se tornando tão novo, como se fizesse séculos que você foi embora.

Minhas tias e meus primos estão fazendo o possível pra eu me sentir bem , e talvez, tenha sido até bom voltar a viver junto das pessoas que agora são minha única família.

O teto beje já estava se tornando entediante, eu tinha passado a maior parte do tempo dos último mês olhando para ele, já eramos até íntimos, pelo menos ele ainda não desabou na minha cara.

Deixei de encarar o teto
e me sentei na cama suspirando e lembrando dele, um garoto que eu vi assim que cheguei. Ele simplesmente era maravilhoso, um moreno da cor do pecado todo tatuado e dançando.. na frente da boca e quando viu que os seus amigos que riam da sua dança direcionaram a atenção pra mim eu vi seus olhos pararem em mim.

E no mesmo momento lembro de ter abaixado a cabeça com vergonha, meu alto estima não estava lá essas coisas e eu estava me sentindo um lixo pra flertar com alguém.

Respirei fundo olhando ao redor tentando me lembrar do quarto que eu ficava com a Lua e Dé a 12 anos atrás, o que era difícil já que o quarto tinha mudado completamente e ainda foi reformado esses dias, agora ele tinha paredes pintadas de um vermelho vinho escuro com uma braca, já a janela era de fero com vidros esfumados, a porta eram de madeira igual aos móveis brancos planejados que o Dé ajudou a comprou. É claro que pra mim era estranho estar nesse novo quarto, afinal eu já estava acostumada com o da minha casa em são Paulo, mais e bem aconchegante, menor que o outro porém simples e bonito.

A casa era no meio da subida do morro perto da boca principal numa viela, era um quintal com duas casas a da tia Adriana era a casa de cima e da tia Mariana que morava com o Dé era a de baixo..

Dê era envolvido assim ganhava a vida como sub dono do morro do dendê. Nada de julgamentos, ele é o irmão mais velho que eu nunca tive, ele sempre vem no meu quarto desabafar sobre seu dia e trás algumas besteiras pra gente comer.

Ouvi batidas na porta e olhei em direção da mesma vendo Dé entrar e logo atrás lua com seu sorriso encantador.

Dé: Tu tá ligada que tá na hora de sair desse quarto né piralha ?.- Neguei me jogando na cama.

Biatriz: Ah não, tô bem aqui.- Falei prendendo meu cabelo num coque que logo soltaria.

O calor estava demais, eu nem me lembrava de como era o clima carioca, calor terrível mesmo. Se minha tia não tivesse colocado um ventilador aqui juro que já teria derretido.

Lua: Vamos dar uma voltinha no morro. Te mostrar os lugares, tomar um açaí que o Dé vai paga.- Ri da cara que ele fez

Dé: Sabia dessa parte não fia.- Resmungou e eu ri.- Coe, Vamo brotar no Frevo amanhã bebê ??.- Falou comigo e eu ri.

Luara: Vai dar bom.- Falou maliciosa

Biatriz: Vou ver.- Falei me levantando.

Adriana: Vai ver nada tu vai ir menina!.- Passou no corredor falando.

Luara: Futiqueira viu.- Falou rindo.

O meu Vapor Where stories live. Discover now