Capítulo I

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  Yuki era um garoto com 17 anos, de altura mediana, cabelos castanhos escuros quase negros e olhos cor de mel.

  Esse mesmo garoto andava pelas ruelas pouco movimentadas de sua vila em sua volta da feira.

  -- Esse garoto é filho daquele louco? - ouvia alguns dizerem.

  -- Eu sinto pena dele, por ter um pai assim - outros diziam.

  Yuki fingia não ligar mais isso o magoava profundamente.

  Ignorando seus sentimentos, o garoto chegou em sua casa.

  Era uma casa simples, quase pobre, mas sempre tinha tudo o que precisava: conforto e comida na mesa.

  Abriu a porta com um pouco de dificuldade pois carregava consigo alguns pacotes.

  -- Pai, cheguei! - o garoto anunciou.

  Sem resposta.

  -- Pai?! - ele chama mais alto.

  Sem resposta novamente.

  Ele larga as compras na mesa de madeira e vai até o quarto de seu pai. Bateu na porta, mas como não teve resposta acabou entrando.

  O quarto estava como sempre mas algo chamou a atenção de Yuki: uma carta em cima da cama.

  Não era como as outras pessoas da vila, seu pai sabia ler e escrever e passou seus conhecimentos para o filho, que os aceitou de bom grado.

  O garoto se sentou na cama de seu pai e tomou em mãos a carta.

  A abriu e leu o conteúdo.

  "Querido Yuki, meu filho,

   Quando ler essa carta saiba que já estou longe, mas não tenho intenção nenhuma em o preocupar.

  Saí em viagem atrás dos seres que tanto estudo. Ficarei bem, quero que você continue na vila em segurança e comece a trabalhar no ferreiro que é amigo meu.

  Levei o cavalo comigo, espero voltar daqui algum tempo.

                        Vou tentar voltar logo,
                                                De seu pai."

  Yuki sentiu um aperto no peito. Sabia muito bem que se seu pai tivesse saído ele nunca mais iria voltar.

  Estava velho, suas costas estavam curvadas pela idade e também tinha um pouco de dificuldade de andar por causa do problemas em seu joelho esquerdo, que infelizmente não tinha como tratar já que não tinham dinheiro o suficiente.

  O garoto se decidiu: sairia em busca de seu pai. Era a única pessoa em que tinha e não ia permitir o perder desse jeito.

  Todas as pessoas da vila falavam mal de seu pai, e o julgavam pelas costas sem ao mesmo o conhecer. Os vizinhos o olhavam torto e as mães ensinavam seus filhos a não conversar com ele.

  Não ligava para a vila, não ligava para a casa, não ligava para o ferreiro que o daria emprego, não ligava para o dinheiro. Só queria seu pai de volta.

  Yuki se levantou e resolveu se preparar para a jornada que estava por vir.

  Não sabia quanto tempo estaria fora mas resolveu levar uma muda de roupa limpa.

  Também não queria sair por aí desarmado, então pegou uma pequena faca de bolso cravada de diamantes negros no punhal.

  Essa faca foi a única coisa que restou de sua mãe. Nunca que iria largar e principalmente vender para conseguir dinheiro.

  Resolveu levar também um mapa de todos os reinos que seu pai guardava em meio de tantos pergaminhos.

  Foi até sua compra semanal e escolheu os alimentos que iria durar mais e, com um pouco de dó, deu o que restou aos porcos.

  Guardou um punhado de moedas de prata e um pouco de água na bolsa. Não sabia onde encontraria uma fonte de água pura.

  Finalmente, colocou no bolso do colete uma foto em que estava os três: Yuki, seu pai e sua mãe.

  Yuki era muito jovem nessa foto, tinha uns quatro anos de idade.

  Sua mãe era uma mulher bonita, tinha cabelos muito negros e olhos cor de mel, o que era um tanto quanto estranho para alguém ter essa cor de olho e por sua sorte Yuki nasceu com os olhos da mãe, e seu pai tinha cabelos castanhos e olhos da mesma cor.

  Preparado, Yuki tranca a porta pelo lado de fora e sem ter certeza por quanto tempo ficaria fora, ou se voltaria, colocou o pé na estrada.

  O garoto andou por horas e não sabia exatamente para onde estava indo, estava apenas acompanhando a estrada que seguia por quilômetros até a próxima vila. 

  De repente algo chamou a atenção do garoto. Um cavalo caído no meio da estrada.

  Yuki correu em sua direção e percebeu que era o cavalo magro de seu pai. Não sabia o que fazer, e se seu pai estivesse morto?

  Entrou em pânico. Mas achou melhor pensar com calma. Respirou fundo e resolveu analizar o cavalo.

  Uma ferida enorme se encontrava no local onde se encontrava o coração do animal.

  O sangue estava seco, o que significava que esse acidente não foi recente. O garoto se ajoelhou e começou a analisar o cavalo.

  Yuki percebeu que na barriga do cavalo se encontrava uma marca negra, com o que parecia um demônio no centro e duas pequenas asas dos lados.

  Seriam alguns mercenários que fizeram isso? Mas onde estaria o seu pai? Não está em lugar nenhum. Será que o mataram e o jogaram em algum lugar? Mas por que não há mais marcas de sangue?

  Sem perceber, lágrimas começaram a rolar em seus olhos. Seu pai está morto? Essa é a prova que ele tem agora, mas não queria acreditar nisso. Daria tudo para ter seu pai de novo, até mesmo sua vida.

  Ele era um cara de bom coração, por que teve que morrer desse jeito? Sempre ajudava as pessoas quando precisavam, mas na maioria das vezes era dispensado pelas pessoas.

  -- Você tá bem? - Yuki escutou uma vozinha.

  O garoto olhou para os lados e percebeu uma garotinha parada ao seu lado.

  A menina aparentava ter uns sete anos de idade e tinha uma aparência meio incomum. Seus cabelos eram brancos como a neve e seus olhos eram em um tom azul celeste. Trajava um vestido que ia até a metade da coxa, da cor preta e azul do mesmo tom de seus olhos, o vestido tinha muitos babados. Também usava sapatinhos pretos e meias longas da cor branca. Ela parecia uma princesinha.

  -- Está perdido? - ela perguntou.

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  Sim! Eu comecei uma nova história!
  Sim! Eu comecei a escrever em terceira pessoa!
  Sim! Eu sei que ninguém perguntou!

Magia Mística [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora