Capítulo XLIV

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  Era o dia do casamento. Winry havia recebido seu vestido em uma caixa de presente, com uma carta do rei dos demônios, que Winry ateou fogo antes mesmo de ler.

  O vestido era longo e se arrastava pelo chão. Tinha um tecido cor da pele e por cima um tecido meio transparente preto, tinha mangas compridas e um decote, que Winry particularmente odiou.

  Neste exato momento, já vestida com seu vestido de casamento, Emalf cuidava de seus longos cabelos.

  Sentada em uma cadeira de frente a sua penteadeira via o reflexo do demônio fazendo um coque largo em seus cabelos.

  -- Você tem muito cabelo - ele observou.

  -- Algum problema com isso? - ela perguntou.

  -- Não - Emalf respondeu.

  Quando terminou de fazer o penteado, colocou uma delicada tiara de diamantes na cabeça de Winry, ela não escondia sua tristeza.

  -- Sorria está bem? - ele disse.

  -- E como eu vou sorrir? Não tenho motivos para isso - ela respondeu.

  -- Todos acham que vocês são um casal apaixonado. Só não complique mais as coisas.

  -- Você quer que eu aceite tudo o que está acontecendo? - ela disse quase que indignada.

  -- Não, eu estou falando para você não complicar mais as coisas.

  Ele deu um tapinha amigável no ombro de Winry.

  -- Agora é só esperar um pouco - o demônio disse. - A cerimônia logo vai começar - ele se retirou do quarto, deixando a noiva sozinha.

  Winry se levantou e foi até o espelho maior que se encontrava em uma das paredes do quarto.

  Não podia negar que estava bonita vestida assim, mas esse estilo não combinava com ela. E também não estava nem um pouco contente do porquê de estar vestida assim.

  Encarou seu reflexo por um tempo. Se perguntou se não tivesse ficado presa no Reino dos Demônios poderia se casar por amor? Achar alguém que a aceitasse do jeito que ela era? Provavelmente não.

  Então, perdida em meio aos seus pensamentos, alguém bateu na porta e uma voz feminina foi ouvida.

  -- Está pronta? Senhora, já está na hora.

  Winry suspirou fundo e se locomover lentamente para fora do quarto, com dificuldade por conta do seu enorme vestido e também por causa de seus saltos.

  Uma criada a esperava e ela tomou a liderança, guiando a mulher para fora do castelo.

  Após andar por alguns minutos pelos corredores um tanto quanto escuros do castelo, amaldiçoando seus saltos e a longa Barra do vestido, chegaram até a porta de entrada do castelo.

  Desceram as escadas e uma carruagem a esperava.

  Ela era preta e tinha alguns espinhos no teto e nas laterais. As janelas era rodeadas por adornos de prata assim como suas rodas e um demônio conduzia o veículo com uma dupla de cavalos que na verdade eram esqueletos negros coma asas.

  A criada abriu a porta e com um pouco de dificuldade por conta do vestido, Winry entrou na carruagem e a demônio fechou a porta da carruagem.

  O veículo começou a andar e a noiva apenas se encontrava perdida em seus pensamentos. Queria pensar em qualquer coisa em vez do casamento. Será que em algum dia Monika também casaria, mas de uma forma feliz e passaria sua vida inteira ao lado da pessoa amada?

  Depois de um tempo dentro da carruagem, ela parou em frente a uma construção. Winry deduziu que essa era a igreja.

  Um lacaio abriu a porta da carruagem e ofereceu a mão para Winry, que o ignorou e desceu da carruagem por si mesma apesar do vestido.

  A igreja era feita de tijolos de cor negra, assim como o castelo. Tinha algumas janelas, mas no lugar de vidro se encontravam grades assim como as janelas do castelo.

  Subiu as escadas lentamente até a entrada da igreja. Sua mente, alma e coração queriam estar muito longe, mas seu corpo estava no automático, q obrigando a fazer aquilo.

  Entregaram a ela um buquê de rosas negras e vermelhas com algumas pequenas flores brancas e disseram para esperar a música tocar para entrar.

  Uma música vindo de um violino começou a tocar e a noiva adentrou na igreja.

  Andava por um tapete vermelho coberto por pétalas de rosas vermelhas. O interior era feito de tijolos negros assim como o exterior. Tinha duas fileiras de bancos de madeira escura, decoradas por arranjos de rosas negras com pequenas flores brancas. O local era iluminado por velas e no altar se encontrava o "padre" e o rei dos demônios.

  Podia sentir o olhar de todos os presentes a fuzilar. Queria sair correndo e fugir o mais longe possível mas sabia que não podia. A Morte mataria seus amigos um por um e na sua frente, e não queria isso.

  Assim que subiu no altar o padre começou seu longo discurso.

  Winry estava perdida em pensamentos e não ouvia nada o que diziam. Eles estariam bem, certo? Estariam preocupados demais, ou nem lembravam mais dela? Iriam fazer a loucura de vir atrás dela? Se bem que isso não soava tão ruim assim...

  -- Agora, as alianças - essa fala fez ela voltar para a realidade.

  Duas alianças feitas de prata apareceram elas eram delicadas e bonitas, mas Winry não gostou delas mesmo assim. Ela foi obrigada a colocar a aliança no dedo do demônio e ele fez a mesma coisa com ela.

  -- Wrath, o rei dos demônios - o padre disse - Aceita Winry, o Dragão Negro como sua legítima esposa?

  -- Aceito - ele disse.

  -- Winry, o Dragão Negro, aceita Wrath, o rei dos demônios, como seu legítimo esposo?

  Uma lágrima solitária saiu inconscientemente de seu olho e todos presentes acharam que era de felicidade, apenas a própria Winry, o rei dos demônios e Emalf sabiam da verdade. Era de desgosto, de raiva, de tristeza, de tudo, menos de alegria.

  -- Aceito - ela disse baixinho.

  -- Agora, se alguém tiver alguma objeção, que fale agora ou cale-se para sempre.

  Todos ficaram em silêncio.

  -- Então, declaro agora - o padre foi interrompido, alguém tinha arrombado a porta da igreja com um banque seco.

  -- A gente é contra esse casamento! - era Monika. Ela estava seguida por Yuki e Ron.

Magia Mística [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now