Sentimentos são

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Gente, esse capítulo vai ser um pouquinho diferente, vou escrever ele na forma de narração. Espero que gostem!

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Clara caminhou até o portão de casa pensando no que iria dizer à sua mãe. Abriu o portão, subiu as escadas e chegou à porta. Ela já estava esperando a sua chegada na sala.

- Você já viu que horas são?
- Me desculpa mãe, perdi a noção do tempo.
- Com quem você estava?
- Com uma amiga. Me desculpa mesmo.
- Você não ia me mandar mensagem?
- Eu esqueci, perdão.
- Clara, com quem você tava e o que você tava fazendo?
- Mãe, eu só tava com uma amiga, confia em mim.

Renata, mãe de Clara, sempre desconfiava de sua filha, e isso notava-se em todas as vezes que ela chegava tarde em casa. Mas dessa vez ela resolveu não discutir, apenas virou-se e voltou a assistir a TV.
Clara dirigiu-se até o seu quarto agradecendo aos deuses por sua mãe não fazer mais perguntas e separou as roupas na qual iria para a aula. Uma blusa preta, uma calça jeans e uma blusa de moletom. Mais simples impossível, mas era assim que Clara geralmente saía, era assim que ela se sentia confortável, já que para ela, seu corpo não ficava agradável aos olhos com outros tipos de roupa. Foi até o varal, pegou sua toalha e entrou no banheiro para tomar banho. Ao despir-se imaginou Catarina em seu estado natural, sem roupas. Um calor tomou conta de si só por pensar nela. Decidiu entrar debaixo do chuveiro, mas o calor não passava. Clara deslizou as mãos entre os seios, massageando-os levemente. Sua mão direita continuou deslizando pelo seu corpo até chegar em suas partes íntimas, e em seus pensamentos não se passava seu próprio toque, e sim o de Catarina. Encostou na parede, não estava conseguindo ficar em pé direito. Sua respiração ofegante supria o desejo que era suprimido ao negar sua boca de deixar escapar seus gemidos. Cada vez mais rápido, mais intenso, era inevitável chegar ao ápice e assim o fez, contraindo suas pernas e mordendo os lábios para não deixar os gritos de prazer escaparem. Sentou no chão do banheiro para se recuperar, era seu hábito de quando estava triste, mas desta vez não, desta vez ela estava em êxtase. Se estabilizou e levantou para enfim terminar seu banho.

Após sair do banho e arrumar-se, Clara decidiu pedir carona ao seu pai para ir à escola.

- Pai.
- Não.

Edgar sabia o que sua filha iria pedir, era isso que ela sempre pedia quando iria ir à aula. Ele não queria levantar do sofá, estava confortável e perfeitamente cômodo, mas a menina insistiu.

- Por favor, pai, me leva.
- Não Clara, você tem tempo o suficiente pra ir andando.
- Eu acabei de tomar banho, vou me suar toda se subir esses morros todos, por favor.

Com tanta insistência, o pai cedeu aos pedidos de sua filha. Suspirou, a olhou e levantou-se.

- Tá.

Clara rapidamente se virou em direção à porta e desceu as escadas até chegar na garagem, onde se encontrava o carro. Entrou no banco do passageiro e esperou até seu pai descer. Enquanto esperava ficou pensando em como queria ter aula de Catarina hoje, ficar olhando para aquele rosto por uma hora e meia, seu sorriso, seu olhar... O que Catarina fazia em Clara era incrível. Estava em seus pensamentos a todo momento, e tirava sorrisos de seu rosto como ninguém.
Edgar levou Clara até a porta da escola.

- Valeu pai, tchau.
- Tchau.

Olhou para o lado e viu o carro no qual ela havia passado a tarde ao lado de Catarina. Resolveu que não iria entrar pela porta principal da escola. Deu meia volta e foi até o corredor que levava à sala dos professores. Passou olhando para dentro da sala. Ela estava lá, com alguns cadernos, segurando e analisando uma folha, sentada na mesa em direção para a porta. Seus colegas de trabalho também estavam ali, todos conversando pela sala. De maneira repentina, Catarina levantou a cabeça e avistou Clara. Seus olhares se encontraram e travaram um no outro por alguns segundos. Como poderia um simples olhar causar um impacto tão grande assim nas duas? Catarina sorriu de canto de lábio, um sorriso discreto, abaixando o olhar novamente mas ainda com um sorriso no rosto, conseguiu ver pelo canto dos olhos Clara saindo de seu campo de visão.
Era tudo novo para Catarina, se relacionar com outra pessoa além de Júlio depois de tantos anos, ainda mais sendo uma mulher, uma aluna. Mas as duas sabiam o que estavam fazendo, e ela se sentia tão segura perto de Clara, não havia saída. Seus pensamentos vagaram por vários minutos, alguns deles impuros. Até esqueceu da atividade que estava preparando para o primeiro ano. Assim que lembrou, voltou a analisá-lo: Sistema de alavancas e roldanas. Sua concentração não focou totalmente no papel. Decidiu pegar o celular e mandar uma mensagem para Clara utilizando o Wi-fi da escola.

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