História Lgbt

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Por volta de 1988, ativistas começaram a usar o inicialismo LGBT nos Estados Unidos. Durante a década de 1990, dentro do movimento, as pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transgênero tinham o mesmo respeito. Isso estimulou algumas organizações a adotarem novos nomes, como a GLBT Historical Society fez em 1999.

Até os anos 1960, ser homossexual era crime em todos os estados dos Estados Unidos da América, exceto Illinois, até então símbolo de progressismo no mundo ocidental. Uma das maiores mentes de todos os tempos, o pai da computação, Alan Turing, por exemplo, sofreu castração química como pena do governo inglês em 1952, mesmo após trazer avanços que ajudaram no fim da Segunda Guerra Mundial.

Ao redor do mundo, várias clínicas particulares, sob forte influência religiosa, oferecem serviços que prometem uma "cura gay" para algo que não é uma doença. Ainda nos anos 2010, ter relações homossexuais é considerado crime em mais de 73 países, sendo que 13 punem com a pena de morte.

Em 28 de junho de 1969, uma das mais importantes rebeliões civis da história se inicia no Stonewall Inn, em Greenwich Village, nos Estados Unidos. Gays, lésbicas, travestis e drag queens enfrentam a força policial em um episódio que serviu de base para o Movimento LGBT em todo o mundo.

Conhecido como a Rebelião de Stonewall (ou Stonewall Riot, em inglês), o episódio durou seis dias seguidos como uma resposta contra a ação arbitrária e preconceituosa do efetivo policial, que tinha como rotina a promoção de batidas e revistas de cunho humilhante nos bares e boates gays da cidade de Nova York.

Uma das principais consequências da rebelião foi a criação de dois importantes grupos para a história do Movimento LGBT: o Gay Liberation Front (GLF) e o Gay Activists Alliance (GAA).

Já para a vertente transexual, apesar de não haver consenso sobre um episódio específico, a criação da publicação Transvestia: The Journal of the American Society for Equality in Dress, do ano de 1952, foi um marco importante para a luta trans nos Estados Unidos. Isso sem contar que a própria Rebelião de Stonewall contou com a participação importantíssima de duas travestis: Sylvia Rae Rivera e Marsha P. Johnson.

No Brasil, o movimento lgbt  começa a se desenvolver a partir da década de 70, em meio a diadura militar (1964-1985). As publicações alternativas LGBTs foram fundamentais para esse desenvolvimento. Entre elas, duas se destacam: os jornais Lampião da Esquina e ChanacomChana

O Lampião da Esquina foi fundado em 1978 e era abertamente homossexual, embora abordasse também outras questões sociais. O periódico frequentemente denunciava a violência contra os LGBTs. Em 1981, um grupo de lésbicas fundou o ChanacomChana, que era comercializado no Ferro's Bar, frequentado por lésbicas. A venda do jornal não era aprovada pelos donos do local, que, em 1983,expulsaram as mulheres de lá. No dia 19 de agosto do mesmo ano, lésbicas, feministas e ativistas LGBTs se reuniram no Ferro's, onde fizeram um ato político que resultou no fim da proibição da venda do jornal. Este episódio ficou conhecido como o "Stonewall brasileiro" e, por causa dele, no dia 19 de agosto comemora-se o Dia do Orgulho Lésbico no estado de São Paulo. 

Na década de 80, o comunidade LGBT sofreu um grande golpe. No mundo todo, uma epidemia de HIV matou muitos LGBTs e alterou significativamente as organizações políticas do movimento. A síndrome trouxe de novo um estigma para a comunidade, agora vista como portadora e transmissora de uma doença incurável, à época chamada de "câncer gay". As consequências dessa crise são sentidas até hoje.

(Gente quem quiser saber mais sobre Marsha P. Jonhson tem um documentário sobre ela na netflix; A morte e a vida de Marsha P. Johnson de 2017)

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