Capítulo 9

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--Gerald

O dia havia sido horrível.

Gerald estava sugando minha vida.

Eu havia gravado mais uma música e cantaria no dia seguinte junto com a banda.

Era uma daquelas músicas chicletes. Música que Gerald havia escrito. Uma porcaria.

Ele queria que eu cantasse porque segundo ele, se cantado por uma garota como eu, a música faria muito sucesso e eu seria muito famosa.

Foda-se.

Eu havia odiado a letra e já tinha uma letra em mente.

--Não, não, e não. Porra, Grace! É a porra da minha banda. É uma baita oportunidade para eu crescer. Você tem que cantar.-- ele tira o cigarro da boca enquanto vem até a mim.

Estamos no velho camarim da boate Kiss me. É lá que Gerald  toca todas as noites. E foi numa dessas que nós nos conhecemos. Há três anos.

Ele sempre vinha com um certo charme. Sempre galanteador. Me pagava bebidas e dançávamos juntos.

Até que um dia ele me convidou para ver um ensaio da sua banda.

Fiquei empolgada, claro. Mamãe sempre falava que eu precisava agarrar todas as oportunidades. Antes não tivesse agarrado essa.

Papai já havia saído de casa. Ele estava de casamento marcado com Teresa, sua amante há dez anos. Mamãe trabalhava muito. E eu só queria ajudar de alguma forma. Queria ganhar dinheiro e ter minha liberdade. Aurora nunca se opôs e tenho certeza que ela se orgulhava da minha independência.

Só que eu nunca havia falado sobre o meu relacionamento com Gerald.

O que com toda certeza eu iria me arrepender.

Lá estávamos nós. Em um galpão velho. Haviam latas e Barrios na entrada. Uma faixa amarela e um aviso de NÃO ULTRAPASSE estava estampado ali. Eu já deveria saber com qual tipo de pessoa que estava me metendo, mas mesmo assim eu acompanhei Gerald até o lugar mau iluminado. Dava pra escutar barulhos de ratos, eu sentia que a cada passo eu me enroscava em uma teia de aranha. Se eu não morresse naquela noite, talvez eu fosse imortal.

Enfim, conseguimos chegar até a metade do galpão onde haviam mais três pessoas. Um garoto alto e muito magro mascava chicletes e conversava com uma ruiva, ela tinha os cabelos presos com liga e um batom vermelho chocante na boca. Suas roupas estavam meio rasgadas e sua feição não era nada boa. Também tinha um rapaz moreno sentado ao lado de uma enorme bateria. Ele cantarolava alguma coisa. Seus olhos cor de mel me encaravam como se fosse me comer.

Meu Querido Bad BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora