ATO 1: ALICE

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"Onde estou?", ela se perguntava.

Andando naquele pasto morto sem fim, pisando nas frágeis e deprimentes folhas de outono.

"Dentro de você, encontre-se e traga até mim" , uma voz respondeu na sua cabeça.

Ela estava ficando louca? Estava perdida mesmo? Não lembrava como havia chegado ali.

Seus pensamentos de confusão e medo se perderam quando avistou no meio do campo uma porta fechada.

Ela se aproxima da porta, olha por trás dela, não há nada, apenas campos mortos.

Ela tenta abrir a porta, mas está trancada.

Porque está trancada? É uma porta no meio do nada, sem paredes e nem teto, seus pensamentos acendiam.

Uma mão firme e magra a segura no ombro, interrompendo seus pensamentos. Ela se vira num grito. Outra mão cobre a sua boca.

Ela o observa, seus olhos verdes, seus cabelos ruivos bagunçados, sua roupa colorida, parecendo feito de fitas de carnaval, um sorriso maléfico que ele não dá ao luxo de esconder.

Quem era ele?

"Silêncio, você vai acordar Alice.", ele diz, tirando a mão da boca dela bem devagar.

"Quem é você?"

"Você me conhece, muito bem por sinal", ele faz uma cara insinuosa enquanto fala.

"Onde eu estou? Que lugar é esse?", ela se exalta mais a cada frase.

"Eu disse pra você fazer silêncio!!!", ele grita, segurando seu rosto com força e a empurrando para trás.

Ela cai, chorando e assustada. O homem se dirige na direção dela com um olhar arrependido.

"Me desculpa, eu nunca faria isso com você, não sei o que deu em mim."

Ela tenta atacá-lo, mas ele a segura com força.

"Quer saber onde está? Olhe pela fechadura.", ele diz, a lançando em direção da porta.

A garota aterrissa de bruços, quando se vira, o estranho desapareceu.

Ela se aproxima da porta, sem entender como aquilo iria explicar onde ela está.

"Isso é idiota.", falou.

Ela olha mais uma vez para trás da porta, anda em volta dela.

"É apenas uma porta no meio do nada!"

Mas sua curiosidade era muita. Ela aproximou o rosto da fechadura e olhou.

De início, viu um clarão branco, mas aos poucos, ela foi assimilando o que era aquela imagem.

Assim que viu o que era, a palidez toma conta do seu rosto, seu corpo começa a fraquejar, ela cai de joelhos, com os olhos fixados no chão, em choque.

Tenta falar, mas sua boca não a obedece. Tenta se mexer, mas não consegue. Ela treme, sua boca está completamente seca.

"M-mas co-como?"

Ela sabe exatamente onde está, e também sabe que nunca mais poderá sair.

salute! (Eu Voltei!!!)Where stories live. Discover now