Querido Diario 09

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Parada em uma rodoviária fiquei lá o dia todo, quando uma moça que trabalhava na limpeza veio falar comigo.
- A rodoviária vai fechar em vinte minutos, tá esperando alguém?
- Não, estou sozinha, e resolvendo que fazer da vida, disse limpando as lagrimas.
Ficamos conversando, expliquei a minha situação, ela perguntou se eu queria ficar em sua casa até eu me estabilizar, eu prontamente aceitei.
Ela tinha uma filha chamada Ana, que  logo fizemos amizade, um mês morando com elas conheci o primo de Ana o Carlos, ele parecia um rapaz bom é educado, um mês depois começamos a namorar.

Achei que meu azar tinha acabado, logo comecei a trabalhar em um sítio como caseira, e Carlos veio morar comigo, este foi meu maior erro.
Três meses depois ele me apareceu com um casal de filhos pequenos pra mim cuidar, eu aceitei, mas logo ele foi se mostrando uma pessoa diferente que eu conheci.

Com o tempo as coisas mudaram, tinha que acordar cedo levar os meus enteados pra escola, além do serviço da casa eu tinha que cuidar do sítio, correr e buscar elas na escola, era muita coisa pra fazer ao mesmo tempo, as vezes mal dava pra mim fazer comida então fazia miojo para eles.

Lembro da primeira briga, ele ficou furioso por eu preparar um miojo, ele jogou tudo em cima de mim me queimando mas mãos, ele me xingava e começou a me bater, depois de horas de agressão ele saia e ia pra casa de outras mulheres.

Nesta época eu não falava com a minha mãe, mas fiquei sabendo por uma prima que ela tava doente em cima da cama, e que meus irmãos não queria cuidar dela.
Arrumei umas roupas e levei meus enteados comigo cuidei dela até ela se recuperar, e depois voltei pra casa, mas que surpresa eu tive.

Ele estava na cama com outra mulher, exatamente a prima dele, a Ana, que decepção eu tive, tivemos outra briga feia, mais uma vez acabei apanhando, depois de apanhar comecei a passar mal, sentia fortes dores na barriga, eu chorava de dor enquanto ele ria de mim, por sorte o dono do sítio tinha aparecido e me levou para o hospital.

A surpresa em seguida de tristeza, eu estava grávida, mas havia perdido o bebê, eu tive que voltar pra casa, ele estava no quarto com outra mulher, fui para o quarto de meus enteados e logo acabei dormindo. Durante uma semana ignorava a presença de sua amante dentro de casa, tinha arrumado um emprego de garçonete e quando completou um mês arrumei as minhas malas e fui embora.

Aluguei um quarto em uma república para moças e rapazes, como lá era perto de meu emprego para mim foia melhor coisa, conheci algumas pessoas da república e comecei a sair com eles, baladas, bebidas, drogas, festas...que eu queria era curtir, mas de que valia? Só ficava alegre na hora, dentro do meu quarto sozinha sentia um vazio e uma solidão enorme?

Um ano depois Carlos me procurou, ele disse que tava arrependido, que mudou, olho pra ele e disse:

- Desculpe mas o diabo não muda, você também não, sai de perto dele com um enorme sorriso...

Diário de uma depressiva Where stories live. Discover now