31. Abusar

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Você me deixa tão quente
Me faz querer suar
Isso é tão ridículo
Eu mal consigo parar
Mal consigo respirar
Você me faz querer gritar
Você é tão fabuloso
Você é tão bom pra mim

-Isso é bom. Você é bom nisso.

Aquele que recebe a satisfatória sucção comenta entre suspiros miados após alguns minutos.

Phiravich retira a boca, mas usa a ponta dos dedos para manter a massagem só na cabecinha.

- Por quê? Você pensou que eu fosse ruim?

- Não, eu... ! Eu não pensei em você dessa forma...

- Haha. Duvido.

- Eu juro que não... eu... tão bom... aí... isso é bo...

- Assim...?

Phiravich desliza a ponta da língua desde a cabeça até a metade imprimindo toda a força que seu músculo de dentro da boca é capaz de imprimir. As pernas de Rathavit se movimentam involuntariamente numa breve flexão de joelhos. O garoto está começando a banhar-se no próprio suor.

- isso está dificultando...

Phiravich começa a tirar as meias dele e em seguida a calça. Rathavit teria sido contra. Sua vergonha o manda impedir a ação, porém o resto do corpo sente um alívio e um frescor tão grandes que ele nada pode negar.

- A camisa não...

Ele fala sem forças e a voz sai mais como um gemido.

- Prefere ficar ensopado de suor?

Phiravich indaga com as mãos prestes a tirar a blusa que o outro usa.

- Mas se eu ficar completamente nu significa que nós vamos transar e eu não quero isso.

Ele confessa sentindo queimar de tanta vergonha que mal acredita que teve coragem de verbalizar.

- Eu poderia jurar que já estávamos.

Phiravich comenta de forma monótona enquanto retira a própria camiseta e então desliga a TV que ficou passando um esquecido episódio.

Rathavit agradece por não ter problemas cardíacos, pois a palpitação é tão intensa que faz seu estômago embrulhar. Ele se sente um completo imbecil por não ter se preparado para a ocasião enquanto admira o peito desnudo do outro: magro, porém musculoso. Mas ele não pode se dar ao luxo de se deixar levar. Não pode permitir que algo tão sério assim seja feito de qualquer maneira.

- E eu juro que faço um escândalo se tu me forçar!

- Ei! Como é?

Phiravich pergunta perplexo.

- Você ouviu!

Rathavit ergue-se ficando com os cotovelos cravados na cama. - Eu jamais imaginei que você fosse abusar de mim assim.

- Abusar? Mas você estava adorando!

- Claro! Isso sim. Tu e essa tua boca tão...

Ele encara os lábios e sente a luxúria invadir lhe ao lembrar do efeito que eles têm sobre si. - Mas não vai além disso. Eu não vou deixar você entrar em mim!

- E eu não irei.

- Espera. O quê?!

- Eu não pretendia te penetrar, se é esse o seu receio. Eu só vou aliviar você porque, afinal, não vou fazer você sair da minha casa subindo pelas paredes desse jeito, Spider Man.

-Mas tu falou que já estávamos transando.

- E estamos.

- Mas tu não vai tentar pegar o meu... ? aaaai você sabe o quê! Não me obrigue a falar...

Phiravich leva as mãos ao rosto segurando a maior gargalhada da noite.

- Por que está rindo da minha cara?!

Rathavit é provavelmente a maior comédia involuntária que Phiravich já viu. Um garoto sem calças, somente blusa e rosto usados, reclamações e uma ereção igual sinal de trânsito. Ridiculamente fofo.

- Eu vou falar exatamente o que tá rolando e você entenda de uma vez. Estamos transando e isso que eu tô fazendo chama-se sexo oral. Eu vou chupar você e não vou chegar perto da sua bunda, diferentemente de você que já bem apertou a minha, seu hipócrita gostoso.

Sem palavras, Rathavit sente ainda mais rijo com tamanha descrição e elogio um tanto ofensivo.

Phiravich continua a falar enquanto levanta da cama. Em pé, ele começa a tirar as próprias calças ficando somente de boxer.

- Só estou tirando tudo porque isso também tá me matando aqui, não surta, bebê. Se eu te forçar a alguma coisa, você pode me jogar da sacada. Vamos combinar assim?

O discurso de Phiravich pode soar como extremamente confiante e até sedutor. Porém, Rathavit percebe pela primeira vez que a situação do garoto a sua frente não tem nada de privilegiada. Ele está disposto a satisfazer alguém sendo que ele próprio está tão excitado que se existisse uma cartilha formal a seguir, o direito seria ele receber atenção primeiro.

- Combinado, mas... Você não está com dor, não? Se está te matando, por que não tira a cueca também?

Em nenhum quadro da sua trajetória de vida, Rathavit teria se ouvido falar algo dessa espécie. Mas ele o falou. Ele está sentindo remorso e isso é quase tão desconfortável quanto ficar sem gozar.

Phiravich olha para si: sufocado. E para Rathavit: preocupado e gracioso. Como sempre, o menor atinge as profundezas de seus sentidos com comentários simplórios e carregados de honestidade.

- Você quer que eu tire? Quer ver melhor?

Rathavit arrepia todos os pelos do corpo com o comentário de tom e face jocosos. Um inferno na Terra aquele garoto alto e cheio de músculo. Pensar que ele quase teve pena do demônio de cueca.

- Eu só estou preocupado que você acabe me atacando com essa maquete de tronco que você tem aí, merda!

-55555 Mas se eu tirar, não é mais risco que você corre? 5555

- Vou confiar na sua palavra. Se sua honestidade for proporcional ao tamanho do seu... disso aí... Estarei seguro, não?

Phiravich ri mais um pouco. Mas o cansaço o domina. Suspira e antes de perder a localização de seus planos, ele retira devagar a própria boxer. Seu maior medo é o único que ele não irá revelar.

Ele teme que o outro perca o interesse ou se assuste demais com que ele pode oferecer. Se Rathavit jamais havia tido uma relação sexual com homens, não é nada vantajoso para Phiravich já chegar servindo tanta refeição a alguém de digestão lenta. Para os padrões tailandeses, Phiravich Attachitsataporn é considerado bem dotado. E ele jamais imaginou que isso se tornaria má sorte.

A última coisa que ele pensaria seria abusar desse menino tão cheio de surpresas. Apesar de sentir um tanto ofendido pela falta de confiança, ele está disposto a conquistá-la nem que seja na base da pressão.

Falando em pressão...

Ele volta a se aproximar da cama. Beija os lábios do garoto e, aproveitando a distração dele, levanta sua blusa. Agora ambos estão como vieram ao mundo. Phiravich afasta as coxas de Rathavit e retorna a pressionar seu membro primeiro com os dedos, depois com a palma toda, acompanhando seu arfar que começa leve e vai aumentando. Ao sentir que o menino está aproveitando mais a sensação da masturbação e menos tenso, ele bota a língua pornograficamente pra fora sem tirar o olhar do olhar dele. Então abocanha. 

Desta vez, Rathavit já estava mais do que esperando por isso. Estava suplicando. Seus olhos viram dois lagos cristalinos e gemidos roucos sem um pingo de timidez ecoam de sua garganta. Rathavit não consegue evitar mostrar as sensações celestiais que ele está sentindo, gemendo como se fosse a única língua que ele soubesse falar.

Phiravich acaba de conhecer o músico que produz os mais doces sons e Rathavit, em seu lugar, é orquestrado por um empenhado maestro.

(W.EngVer)MY YOUTH IS OURSOnde histórias criam vida. Descubra agora