•Capítulo 4•

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Karol on*
Ainda estava no meu quarto, chorando e soluçando, não consigo parar, é inacreditável mais não da pra parar, eu sabia que uma hora eu ia me encontrar com ele, mais não pensava que ia ser tão rápido, porra mano, eu cheguei hoje, e já vem uma bomba dessa? Um balde de água gelada em cima de mim? Como assim vey?, não tava preparada pra ver aqueles olhos castanhos que eu tanto amo, não tava preparada pra ver o homem que eu tanto amo depois de tanto tempo, o homem que me deu o meu melhor presente.Vou assumir uma coisa aqui pra vocês, mais é segredo ok? Nosso segredinho, não to chorando só por ter reencontrado com ele, mais sim, por medo, todo mundo que ver a Luna, sabe que ela é a cópia mais que perfeita de Ruggero Pasquarelli, acha que ele seria tão idiota de não perceber isso? Eu to assustada, se ele descobrir? E querer tomar a Luna de mim? Eu não posso falar a verdade pra ele, mesmo sabendo que ele tem esse direito...NÃO, não mesmo, ele não tem direito nenhum, aparti do momento que ele escolheu ela e não eu, ele não tem esse direito!.Sai dos meus pensamentos com batidas na porta e logo disse:
—Luna, filha, já mandei você em dormir-disse com a voz embargada.
—Sou eu Kah, abre essa porta-escutei a voz de Agustín.
Pera, quando ele chegou aqui? E porque ele ta aqui? Como ele sabia que eu tava trancada?
—Vai embora Agustín, quero fica sozinha-disse já sentido as lágrimas descendo pelo meu rosto.
—Merda Karol, abre essa porta, ou eu vou arrombar ela-disse já meio perdendo a paciência.
Eu não tinha outra escolha, Agustín é maluco, se eu não abrir essa porta ele vai arrombar ela, como ele já fez uma vez que eu não abri, então logo levantei do chão gelado, fui indo em direção a porta, logo virei a chave e a maçaneta e abri, lá tava ele com a cabeça baixa, quando ele ouviu o barulho da porta abrindo, logo levantou a cabeça e veio correndo com os braços abertos, me abraçando e naquele momento eu desabei mais uma vez naquele noite, tava nos braços do meu melhor amigo, eu só sabia chorar e soluçar.
—Calma Karol, ta tudo bem, eu to aqui-disse Agustín beijando o topo da minha cabeça.
—Fa..faz parar Agustín-disse soluçando.
—Vai passar, vai passar-disse me apertando mais em seus braços.
Ficamos acho que uns 5 minutos abraçados ali, enquanto eu chorava sem parar, e ele me dando super apoio, até que ouvi uma vozinha e percebi que Luna tava vendo toda aquela cena.
—Mamãe, a senhora ta com dor? Quer que eu chame o médico, titio Agustín vamos levar ela no hospital-disse em um tom preocupado e já cutucando o Agustín.
—Não meu amor, ta tudo bem viu-respondi desfazendo o abraço de Agustín e secando meu rosto com a mão.
—Tem certeza mamãe?-disse em um tom preocupado.
—Tenho princesinha, vem aqui, vem-disse chamando ela com a mão e abrindo os braços.
Ela logo veio correndo até eu, e pulando em meus braços, eu apertei tanto ela, e chorei novamente, única coisa boa que o Ruggero conseguiu fazer e fez direito foi me da esse presente maravilhoso, essa princesinha, logo ela percebeu que eu tava chorando, pois eu já soluçava novamente, e se afastou, colocou as mãos no meu rosto e disse:
—Não chora mamãe, eu to aqui viu?-disse secando as minhas lágrimas com as mãozinhas.
—Ta bom minha princesinha-eu respondi rindo e chorando pelo jeitinho carinhoso que ela tem comigo.
—Bom, o que acham de hoje eu dormir com vocês senhoritas?-disse Agustín vindo até nós.
—Tem certeza Agustín? E a Carolina? Você não precisa ficar-disse meio atormentada.
—Eu aviso ela, tenho certeza que ela vai entender, não tem problemas Kah-disse se agachando no meu lado e me dando um beijo na testa (eu já disse o quanto amo isso? Eu amo demais beijo na testa é sinal de respeito e carinho).
—Você que sabe então-disse sorrindo e dando
ombros, mais lembrei de uma coisinha-Como o senhor sabia que eu tava precisando muito de você?-disse confusa.
—Uma garotinha, muito esperta, me ligou-disse rindo.
Logo virei o olhar pra Luna e ela tinha as mãos no rosto, então logo percebi que ela ligou, mais como ela sabia o número dele?.
—Como ligou Luna?-disse curiosa.
Ela ficou muda.
—Responde sua mãe Luna-disse Agustín.
—Eu vi na sua agenda mamãe, não fica brava comigo, eu tava preocupada com a senhora chorando tanto, e eu sei que o titio Agustín sempre consegue fazer você parar-disse meio aprensiva.
E naquele momento eu percebi o quanto era grata por essa filha e esse melhor amigo, e o quanto minha filha tava grande e esperta, lembro quando descobri que estava grávida e olha só como ela já ta enorme, óbvio que não fiquei com raiva dela mexer nas minhas coisas, pois foi por uma boa causa.
—Não tem problema minha princesa, só que não quero você mexendo nas minhas coisas, tudo bem?-disse pegando ela no colo e levantando.
—Tudo bem mamãe-disse ela.
—Ok, vamos dormir ,to cheio de sono-disse Agustín se levantando do chão e se jogando na cama.
Logo fui pra cama também, ele deitou em um canto, eu no outro e a Luna no meio da gente, senti Agustín abraçando nós, não tinha coisa melhor em ta ali, em família, sim, família, Agustín é uma família pra mim, e eu não poderia ta mais feliz, ele sempre ta ali quando eu mais preciso, mesmo quando eu estava longe, lá na Rússia, quando eu precisava ele ia pra lá correndo, sai dos meus pensamentos com a voz doce da minha filha.
—Porque vocês não se casem?-disse com os olhinhos brilhando.
Eu e Agustín se olhamos e rimos,e eu logo respondi.
—De onde você tirou isso Luna?-disse fazendo carinho no cabelo dela.
—Vocês estão sempre juntos, poderiam ser namorados-disse sorrindo sapeca.
—Eu e sua mamãe somos melhores amigos Luna, somos como irmãos, isso não vai acontecer-disse Agustín sorrindo pra ela.
—É verdade Luna, e seu titio já namora outra pessoa-disse sorrindo pros dois.
—E porque eu não conheci ela ainda titio Agustín?-disse Luna olhando pra ele.
—Logo logo você vai conhecer meu amor-respondeu Agustín.
—Tudo bem, mais eu ainda quero que você e a mamãe se casem-disse ela com um sorriso no rosto.
—Porque você quer isso-disse rindo por ela ta pensando nisso.
Eu e Agustín? Jamais, não que não tenha acontecido, mais faz muito tempo né, faz anos e foi bem no comecinho, nem sabia de Ruggero Pasquarelli, mais não passou de beijos, não pensem merda crianças, infelizmente ou felizmente me perdi com nada mais e nada menos, quem? Quem? se você disse Ruggero Pasquarelli, acertou.
—Porque eu quero um papai mamãe, uma família de verdade, uma mamãe, um papai, um irmãozinho e eu, o titio Agustín é como um pai pra euzinha, mais eu queria que fosse de verdade-disse meio triste e sonhadora.

Quando eu ouvi aquelas palavras, meu coração se apertou, ela sente falta de um lado paterno, e é óbvio que ela ia sentir, eu a tirei desse direito, não deveria fazer isso, mais eu não tive outra escolha,se eu tivesse ficado na Argentina e tivesse dito ela aqui, vocês não imaginam a merda e o escândalo que ia dá, eu sabia também que uma hora isso ia acontecer, que ela ia perguntar sobre o pai ou algo do tipo, mais não pensei que seria tão rápido, eu to assustada e muito, saindo do transe com a voz do Agustín.
—Mais eu não sou seu papai Luna, e você tem sim uma família de verdade, eu e sua mamãe, que te amamos muito, então não fale besteira ok? Eu e sua mamãe não vamos casar princesa, agora vai dormir-disse beijando o topo da cabeça dela.
—Tudo bem-disse dando um suspiro-Boa noite mamãe, boa noite titio Agustín-disse fechando os olhos.
—Boa noite filha-disse meio atormentada ainda.

Até que senti alguém segurando minha mão, era Agustín, ele apertou ela e sorriu pra mim, ele sabia o quanto esse assunto era complicado e delicado pra mim, e ele sabia que esse momento tava sendo difícil, mais ele tava ali, do meu lado, como ele sempre ficou, sempre esteve e está, do meu lado, me dando apoio e me consolando, ele levou a minha mão até a boca e depósitou um beijo ali, ele sempre faz isso, então eu sorri em forma de agradecimento de tudo que ele faz por mim.
—Boa noite pequena, dorme, quando você acorda, vou ta aqui-ele disse sussurrando pra não acordar luna e já fechando os olhos.
—Boa noite maninho-disse olhando pro teto.

Naquele momento percebi o quanto vai ser difícil daqui pra frente e isso não era nem o começo e eu sabia disso, que tinha que ser forte, tinha que lutar, ter forças pra segui em frente, colocar na minha cabeça que o Ruggero Pasquarelli é passado, e passado fica para trás, como diz aquele ditado, "quem vive de passado é museu", e eu não sou um museu, ta na hora de seguir em frente Karol Sevilla, Luna mais que ninguém precisa de você, e você precisa finalmente ser feliz, precisa mostrar pras pessoas que aquela Karol do passado, morreu, como o passado vai morrer pra você um dia, pode demorar, mais isso vai acontecer, cada um vai ter a Karol que merece...

Continua...

Um Amor Para Recordar | HIATUS Where stories live. Discover now