A little pain, a little love [PAUSADA]

Incisivo

Boa leitura!! ❣️ {Amanhã tem o segundo} 

● Can ●

Por que o Tin foi dizer isso? Aquelas palavras não saíam da minha cabeça e ficavam me incomodando à todo momento. Eu respirava e elas vinham automaticamente na minha mente. Claro que sei o que ele quis dizer, e não significa nada, mas ainda assim, elas ficaram martelando na minha cabeça. Talvez, eu queria que essas palavras significassem outra coisa? Sem dúvida alguma, estou ficando louco.

"Então, hoje você é meu."

— Can? Can? Oi, tem alguém aí dentro?

— Hã? — Quando saio dos meus devaneios, meu olhar se encontra com o do Tin, que está parado na minha frente, e seu rosto assim, tão perto do meu, quase faz meu ar ficar retido nos pulmões.

— Em que mundo você estava agora à pouco?

— Nenhum.

— Nenhum? Eu te chamei três vezes e nada.

— Desculpa. Pensava em coisas do futebol, nada muito importante.

— Pensava no seu sênior?

— Hã? Claro que não.

— Hum. Então, vamos! Já te disse, hoje você é meu.

— Tin...

— Pare de pensar em outras coisas e em outras pessoas.

— Você ficou mandão assim ou já nasceu desse jeito?

— Já nasci assim. Mas com o tempo, fiquei pior. — Ele sorri e então me puxa pela mão, fazendo minha pele formigar com o contato. Tin me arrastou para os mais diversos lugares. Passeamos por museus, fomos a dois restaurantes, e eu devo ter comido muito, passeamos pela cidade, conversamos, e por fim aqui estou eu, prestes a entrar no shopping com ele. — O que estamos fazendo aqui exatamente?

— O cinema daqui é ótimo. Vamos asssitir um filme, que tal?

— Hum....de terror?

— O que você quiser. Você gosta de filmes de terror?

— Sim. Gosto muito.

— Você escolhe o filme, e eu compro a pipoca e o refrigerante.

— Melhor você escolher o filme e eu compro a pipoca e o refri.

— Por quê?

— Por que você vai acabar pagando por tudo, como sempre.

— E qual é o problema disso?

— Tin, eu não gosto. É como se eu tivesse me aproveitando de você ou como se você estivesse me comprando.

— Te comprando? Não diga besteiras. Eu quero pagar, e eu posso.

— Eu sei, mas...

— Mas...?

— Você gosta de gastar seu dinheiro, não é?

— Com você? Sim. Não me importo de gastar com você. — Droga! O Tin é louco, só pode. Por que toda hora, ele tem que dizer palavras que fazem meu coração ficar acelerado desse jeito?

— Sabe que está corado, não sabe?

— Hã? É o calor. Está quente aqui dentro do shopping.

— Tá, ok.

— Não acredita em mim?

— Quem disse que não? Vou comprar os lanches, enquanto você escolhe o filme. — Óbvio que ele não acreditou na minha desculpa esfarrapada, nem eu acredito.