Sanctificetur || Frerard

Capítulo I

  Amor sempre foi o maior dos ensinamentos de Cristo, certo que deveríamos amar, nem sempre o mesmo amor que casais romanticamente usufruem, mas o amor universal.

A igreja católica permite que todos tenham o direito de estar perto de Cristo e a servir o salvador da humanidade, a missão do Padre e da igreja é mostrar o caminho de Jesus Cristo e manter suas almas lavadas para a salvação e vida eterna.

Gerard Way foi ensinado à amar; isso à qualquer um sem exceções. Desde criança sempre seguiu os ensinamentos da doutrina e agradeceu cada dia de sua vida, agradecia sempre pelo grande milagre de sua vida, que foi o resgate que o Padre e ancião, Peter, exerceu ao criar ele como seu próprio filho, tirando o garoto de um orfanato praticamente abandonado. Mesmo com seus vinte e três anos, Way seguia como acólito na igreja cujo nome era Saint Catherine of Siena Roman, localizada na cidade de Phoenix, Arizona.

Um garoto bom e conhecido por todos, ele ajudava a quem fosse em qualquer momento, Gerard era considerado um anjo enviado por Ave Maria. O garoto sempre pensava em um dia ser padre, assim como Peter. Isso era o que ele pensava quando menor, ao crescer, as dúvidas começaram a martelar sua mente com opções de futuros diferentes. Cantava uma canção do Senhor e isso logo passava, o diabo não tomaria sua mente de modo algum, foi isso que ele sempre fez para afastar os pensamentos ruins e pecaminosos.

Nunca em toda sua humilde vida, disse um mísero palavrão sequer, preservava os ensinamentos da catequese e dos membros da igreja. Mantinha seu corpo puro de qualquer toque de outra pessoa ou seu, entregava sua alma e corpo à Deus.

Então era dia de solidariedade, o Padre escolheu seus devotos para distribuir alimento aos desabrigados e lhes proporcionar conhecimento sobre a igreja e atributos, assim escolhendo por coroinhas, freiras e acólitos. Como de sempre, Gerard se ofereceu para ir com ele e ajudar quem pudesse, Peter por sua vez se orgulhava do garoto e de seu apreço pelo próximo. Como não era um dia de missa, poderia usar suas roupas casuais (roupas pretas) sem problemas, apenas carregando seu crucifixo no pescoço. Dirigiram-se então para um lugar tanto conhecido pela cidade inteira talvez, a praça dos sonhadores. Esse nome era usado por conta dos usuários de drogas e moradores de rua, diziam que seus sonhos eram sair desse mundo escuro e pobre para conseguir algo na vida. Ao chegar próximos do local, desceram dos carros que utilizavam para atos como esses e então preparavam os kit's com alimento e materiais de higiene para serem doados seguidamente. As instruções foram passadas pelo próprio padre e então seguiram os devotos para o praça, que era o lar de muitos sem teto.

Gerard ao virar a rua e dar de cara com a tamanha quantidade de desabrigados, rezou mentalmente e segurou firme a grande caixa em suas mãos, caminhou com os outros, chamando a atenção dos habitantes dali. Muitos correram em vossa direção, agradecendo antes mesmo de receber algo. Gerard então colocou a respectiva caixa no chão e abriu, ergueu seus olhos e se deparou com a grande fila à sua frente. Olhos desesperados e cheios de esperança, sorriu ameno e foi abençoando cada um ao entregar o kit. A igreja disponibilizava rosário para todos que precisassem e aceitassem de bom grado, assim o-fez, ofereceu crucifixos para os desabrigados mas eles ignoravam ou fingiam não ver. Ficou feliz por pelo menos estar ajudando aquelas pessoas, não teriam as barrigas doendo de fome por essa noite, ele queria poder fazer isso todos os dias.

Sua indulgência permitia-lhe deixar passar sem receio os que ignoravam os crucifixos distribuídos de coração pela igreja, apenas agradecendo por terem aceitado pelo menos os mantimentos. Aos poucos os moradores se afastavam já satisfeitos pela bondade do padre, alguns agradeceram e pediram para Peter proporcionar-lhes uma oração. Assim ele o-fez, e enquanto realizavam a comunhão, Gerard se intrigava com o homem sentado há poucos metros deles, não havia feito fila e nem se pronunciado quanto à vossa visita. O mais jovem então caminhou com os mantimentos em mãos e um crucifixo, quando se aproximou do não tão pequeno homem encostado na árvore, o mesmo ergueu seu rosto à Gerard.