Capítulo VIII

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   Terça-feira não era bem um bom dia para ir à um bar, muito menos um bar tão agitado. Frank não tinha muitas escolhas, nunca gostou de lugares pouco movimentados e muito menos "caídos", gostava de farra e sacanagem. Gerard não se importou dessa vez, só queria poder esquecer o bispo e suas memórias horripilantes. A música era mais calma e o lugar menos agitado que o Quincez, não havia Bert e nem muitas drogas. Era ótimo para o acólito, mas não para o festeiro.

Frank pediu duas cervejas para começar a noite:

— Da última vez que bebi, as coisas se complicaram... — Disse Way, com o olhar sobre a mesa e o pensamento distante.

— Prometo que não vou deixar você ficar daquele jeito de novo. — Frank respondeu e sorriu. — Vamos, anime-se, vamos conversar sobre as coisas que gosta de fazer. — Tentou animar ele.

— Você sabe muitas coisas sobre mim, mas eu sei poucas sobre você. — Levou os olhos aos de Frank.

Aquilo era verdade, Frank sabia bastante sobre Gerard, mas mentia sobre quase tudo em sua vida. Cogitou em mentir mais uma vez mas cedeu à curiosidade do garoto e suspirou:

— Okay, sobre o que quer saber? — Debruçou-se sobre a mesa.

— Bom, podemos começar pelo seu nome completo, idade... seu aniversário? — Sorriu animado e o outro riu.

— Quer o número do meu cartão de crédito também? — Brincou. — Hum, certo, meu nome é grande, tipo Frank Anthony Thomas Iero Junior, tenho vinte e quatro anos e meu aniversário é no halloween. — Disse quase rapidamente.

— Uau, isso é muito legal. — Gee disse empolgado.

— E que tal me responder as mesmas perguntas? — Perguntou com os olhos em suas bebidas chegando.

— Gerard Arthur Way, vinte e três, dia 9 de Abril. — Way respondeu.

O homem com semblante nervoso colocou os copos na mesa e saiu, Frank não perdeu tempo e já foi bebendo. Gerard estava receoso de beber novamente, se o que Frank havia dito ser verdade, não poderia mais beber daquilo.

— Acho melhor eu não beber isso...

— O que, medo de nos beijarmos? — Riu mas o outro ficou sério. — Certo, pelo menos três copos, prometo que você não passa dos três. — Disse e o acólito pareceu não acreditar. — Eu juro. — Deu de ombros e Gerard suspirou, bebeu o líquido gelado e sentiu o bom gosto da cevada.

Dali partiram à conversar, perguntava algo e o outro respondia, era como uma brincadeira de perguntas. Gerard havia parado em sua terceira cerveja e já sentia o sintoma do álcool em seu organismo, isso enquanto Iero nem estava contando seus copos, sequer lembra como mudou de cerveja para whiskey.

— Quantos dedos do pé tem o padre? — Frank perguntou risonho e Gerard riu.

— Frank! Não seja bobo. — Dizia rindo e sorriu para o outro. — Faça uma pergunta de verdade. — Pediu.

— Ok. — Pensou em qualquer coisa e falou. — Você é virgem?

Gerard tirou o sorriso do rosto, não entendia se Frank estava curioso ou se estava apenas zombando dele, mesmo sendo óbvia a resposta.

— Por que está perguntando isso? — Tinha a visão um pouco afetada pela bebida e seu corpo estava ficando cansado.

— É só uma pergunta, ora. — Sorriu e bebeu de seu copo.

— Vamos pra casa, está bem tarde. — Gerard se levantou e Frank revirou os olhos, ótimo momento pra não perguntar uma coisa dessas.

Pagou pelas bebidas e saiu com o acólito, caminharam até a igreja que não ficava tão longe do bar. Gerard havia ficado constrangido com a pergunta e Frank se amaldiçoava por escolher um momento tão impróprio.

Sanctificetur || FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora